sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Pai Nosso em aramaico




O Pai Nosso na língua falada por Jesus de Nazaré, o aramaico. A melodia é enternecedora, sublime, enleva a alma.

O texto e a tradução:
Abwun dvashmaya
(Pai nosso que estás no céu.)
abwun = Pai Nosso
d-va-shmaya = o qual / quem está no céu

Nethqadash shmakh
(Santificado seja o teu nome.)
nethqadash = Que seja santo
shmakh = teu nome

Tethe malkuthakh
(Venha o teu reino.)
tethe = que venha
malkuthakh = teu reino

Nehweh tsevyanakh
(Seja feita a tua vontade)
nehweh = que se realize
tsevyanakh = tua vontade ou teu desejo

Aykana dvashmaya
(Assim no céu)
aykana = tal qual, assim
d-va-shmaya = como é no céu

Af bar`a
(como também na terra)
af = tal qual
b-ar`a = na/sobre a terra

Hav lan lakhma
(Dê-nos pão)
hav = dê
lan = para nós
lakhma = pão

Dsoonqanan yomana
(Que necessitamos hoje)
d-soonqanan = o qual – nós necessitamos
yomana = hoje ou diariamente

Ushvuq lan khaubeyn
(E perdoa os nossos pecados)
u-shvuq = e perdoa
lan = a nós
khaybeyn = nossos pecados/dívidas/insuficiências

Aykana d'af khnan
(assim como nós)
aykana = como
d-af = da mesma maneira
khnan = nós

Shvaqan lkhaiveyn
(temos perdoado pecadores)
shvaqan = nós temos perdoado
l-khaiveyn = aos - pecadores/devedores/os culpados, etc.

U'la te`lan lnisyouna
(E não nos guie para o perigo.)
u-la = e - não
te`lan = "nos guie" or "motive a entrar"
l-nisyouna = em - perigo/tentação

Ela patsan men bisha
(Mas livra-nos do mal)
ela = mas
patsan = livra-nos
men = do
bisha = mal

Metul d'dheelakh hee malkootha
(Porque o reino é teu.)

metul = porque
d-dheelakh = teu (gramaticalmente expressa uma propriedade difícil de explicar aqui)
hee = é
malkootha = o reino

Ukhaila utheshbookhtha
(E o poder e a glória)
u-khaila = e - poder
u-theshbooktha = e - glória

`Alam l`almeen
(Para sempre; pela eternidade)
`alam = para sempre
l-`almeen = através – das eras (idiom. "eternidade")

Ameyn
(Amém)
ameyn = "verdade" ou "isto é verdade!" tradicional final de uma oração (e.g. "ameyn ameyn amarna lakh" = "verdade, verdade, eu estou afirmando!" ou "Eu juro!")

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Comentário de Pontual sobre a medicina cubana no GloboNews



Jorge Pontual fez esta intervenção repleta de informações importantes sobre a medicina cubana na GloboBews. Mas se você olhar no site da GloboNews, o seu depoimento foi cortado do programa Em Pauta. Ficou só o comentário de Márcia Cantanhêde, que preferiu falar o que todo mundo já está cansado de ouvir a respeito. O vídeo foi salvo pelo internauta Felix Rigoli que o gravou e colocou no YouTube, de onde o peguei via Conversa Afiada (Paulo Henrique Amorim) para postar aqui. Acho que o Jorge Pontual não dura muito em Nova Iorque...

Ministra negra italiana sofre xenofobia e racismo





Cécile Kyenge veio do Congo aos 18 anos para tentar a vida na Itália. Hoje ela é ministra de Integração e Políticas Juvenis da Itália. A crise econômica na Europa e o histórico fascista do país agora transformaram Cécile no alvo preferido da extrema direita para repetidos ataques racistas.

Ela já foi chamada de “orangotanga” e atacada com bananas. Depois de ser comparada a um macaco pelo vice-presidente do Senado italiano e membro do partido Liga Norte, Roberto Calderolo, Kyenge sofreu outra agressão no dia 26 de julho, quando militantes do movimento de extrema direita Forza Nuova atiraram duas bananas nela. Em sua página do Facebook, a conselheira da Liga Norte na cidade de Pádua, Dolores Valandro, sugeriu o estupro da ministra, sofrendo a imediata expulsão do partido e uma condenação judicial nos tribunais.

Cécile não se defende. Apenas lamenta. Diz que os ataques são mais fruto dos problemas financeiros na Itália do que xenofobia propriamente dita. Aos poucos, entretanto, ela está chegando ao seu limite. “Estes ataques contínuos e recorrentes da parte dos membros da Liga Norte já não são toleráveis”, disse durante a apresentação, em 30 de julho, do plano trienal de ação contra o racismo, a xenofobia e a intolerância (2013-2015).

Cécile Kyenge Kashetu (49 anos) é originária da República Democrática do Congo, onde cresceu numa numerosa família de 38 irmãos e irmãs nascidos de um pai chefe de tribo, católico, mas polígamo. Em 1983, aos 18 anos, ela conseguiu uma bolsa para estudar Medicina. Vivendo em um colégio de missionárias laicas em Modena e trabalhando como empregada doméstica, ela conseguiu formar-se e se especializou em oftalmologia. Casada desde 1995 com um engenheiro italiano, ela é mãe de duas filhas.

Em 2004, ela foi eleita conselheira provincial em Modena e responsável regional para as políticas sobre a imigração do Partido Democrático. Sete anos depois, participou da elaboração da Carta Mundial dos Migrantes. Em fevereiro de 2013, foi eleita deputada e logo em seguida assumiu o cargo de ministra.

Com informações do OPERA MUNDI

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"Eu tenho um sonho" completa 50 anos



Hoje completam-se 50 anos em que Martin Luther King Jr. realizou seu mais emblemático discurso. O discurso, feito no dia 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C. como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, foi um momento decisivo na história do Movimento Americano pelos Direitos Civis. Mais de duzentas mil pessoas estavam na plateia.

Segundo o congressista John Lewis, que também fez um discurso naquele dia, como o presidente do Comitê Estudantil da Não-Violência, "o Dr. King tinha o poder, a habilidade e a capacidade de transformar aqueles degraus no Lincoln Memorial em um púlpito moderno. Falando do jeito que fez, ele conseguiu educar, inspirar e informar [não apenas] as pessoas que ali estavam, mas também pessoas em todo os EUA e outras gerações que nem sequer haviam nascido".

Ainda hoje, meio século depois, as palavra de Luther King Jr. continuam inspirando sonhos, utopias, e principalmente a esperança de que um outro mundo é possível. Devia ser ensinado nas escolas e ser decorado, palavra por palavra, para que se inscreva no coração da humanidade.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Uma história sobre médicos



Este homem é médico. O Dr. Paulo de Argollo Mendes é presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (SIMERS). Está no comando da entidade classista há 15 anos e foi reeleito, mais uma vez, para continuar no comando. Como toda a sua classe, com honrosas exceções, ele é adversário aguerrido do programa Mais Médicos, que está trazendo médicos estrangeiros ao Brasil, entre eles os especialmente odiados médicos cubanos, que na opinião de Argollo são incompetentes e Têm formação deficitária.

Quem passa pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que tem 15 mil médicos associados, nem precisa perguntar qual a posição da entidade sobre a “importação” de médicos estrangeiros. O banner cobrindo praticamente toda a frente do edifício-sede sede, em Porto Alegre, fala por si só.


O próprio Doutor Argollo não deixa por menos: “Nós somos frontalmente contrários à vinda médicos estrangeiros, é enganação, pura demagogia. Se um médico estrangeiro cometer eventual barbaridade, quem vai pagar? É uma insegurança absoluta para o próprio paciente. O governo quer trazer médicos pela porta dos fundos, dispensando o Revalida. Eu fico achando que eles são incompetentes, pois se não fossem, o governo não evitava o Revalida. São médicos de segunda classe para tratar pacientes de segunda, porque é assim que o governo enxerga os pacientes do SUS”.

Agora, a outra metade dessa história de incoerência e associativismo classista, sem nenhum interesse com a saúde dos brasileiros. O Doutor Argollo tem dois filhos. Os dois são médicos. Formados onde? Em Cuba! Para que os diplomas deles fossem reconhecidos, ele confundiu o papel de pai com o de presidente do SIMERS. O documento abaixo foi assinado por ele, para dizer o que agora nega formalmente, no banner do sindicato que dirige:

Com este documento, os filhos de Argollo e dezenas de outros médicos cubanos tiveram seu diploma reconhecido pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul sem o Revalida.

A pergunta final de Azenha joga toda a luta sórdida da classe médica brasileira contra os médicos cubanos numa vala de descrédito: “Os filhos de Argollo são médicos  ‘importados’ de Cuba e tentaram entrar pela porta dos fundos, já que não queriam validar o diploma no Brasil. Será que, em função disso, a priori, os filhos mereceriam ser tachados de incompetentes e médicos de segunda classe, como o pai-sindicalista tenta carimbar hoje os ‘estrangeiros’”?

Eis uma impressionante história que mostra o quanto interesses de classe e particulares estão por trás da intransigência da classe médica com o programa Mais Médicos. Esta história foi revelada pelo conceituado jornalista da TV Record, Luiz Carlos Azenha, em seu excelente blog Viomundo. Leia a íntegra da denúncia de Azenha aqui.

Pelo Face, a mãe dos filhos de Argollo afirma que “ninguém escolhe pai. [Meus dois filhos] são socialistas e têm muito orgulho de ter estudado em Cuba. Foi uma decisão que eu mãe dei todo apoio. Costumo dizer que fiz medicina por duas vezes,  com o pai e com os filhos; não tem comparação, não porque são meus filhos mas porque Cuba é sem duvida melhor”.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Desumanidade enfiada por debaixo da porta



Esta carta anônima não é um documento histórico da época do nazismo. Ela foi produzida em pleno século 21. O seu texto é absurdamente chocante, para adjetivá-lo de maneira polida. E ela também não surgiu em algum lugar obscuro do planeta. Ela foi redigida há poucos dias no Canadá, e enfiada pela fresta da porta de um apartamento em Newcastle, próximo a Toronto. E, por fim, ela tenta esconder a autora desse preconceito monstruoso atrás do anonimato mais baixo e vil.

O desumano recado anônimo dirige-se a Karley Begley, mãe de Max, um jovem autista de 13 anos de idade. O objetivo da autora “anônima” – que se identifica inadvertidamente no próprio texto como a vizinha do apartamento de cima do de Karley e Max – é expressar sua profunda irritação com o comportamento do garoto, cujos ruídos devem chegar até seu apartamento. Mais que irritação, o texto revela um coração monstruoso e uma mente psicótica. A carta foi parar no Twitter.

“Simplesmente mude-se daqui, ou então pratique morte assistida. Seria melhor para todos. Sinceramente, uma mãe p... da cara”, é a sugestão da autora no final da sua repugnante obra de redação.

De resto, demonstrando uma desumanidade raramente expressa de modo tão sincero, ela classifica a mãe de Max de “imprudente e egoísta” e chama o rapaz de “idiota, animal e ser que não merece viver”. 

Ela continua desfilando seu festival de barbaridades: “Esta criança não é normal. Ninguém lhe dará um emprego. Nenhuma moça normal irá amá-lo ou casar-se com ele. Ninguém irá cuidar dele mais tarde. As partes não retardadas do seu corpo deveriam ser doadas para a ciência para fins de pesquisa científica. Para que mais, afinal, serve esta criança? Que direitos tem você de impô-lo a pessoas que trabalham duro? EU ODEIO gente como você, que acredita que só por ter uma criança especial merece tratamento especial! Deus!”.

E o seu “pedido”, que mais parece uma ameaça, diz: “Faça um favor a todos nós e vá embora. Vá viver num trailer no meio do mato! Ninguém quer você aqui, só que ninguém tem colhões para lhe dizer isto”.

De fato, a sociedade sabe ser cruel com Pessoas com Deficiência e absurdamente desumana com quem as acolhe, abraça, respeita e ama. Já vi muito preconceito, muita atitude movida a curiosidade, espanto e até insensibilidade. Até vi instituições confessarem que não estão preparadas para receber PD e praticar uma política deliberada de delimitar o seu espaço para pessoas “normais”. Gente que defende que o lugar dessas “criaturas” não é numa escola normal, não falta por exemplo. Mas eu jamais, nesses sete anos de cuidados com o meu neto especial, vi qualquer coisa parecida com esta.

Talvez eu seja mais um a tapar o sol com a peneira e não tenha percebido ainda... Ou nunca tenha encontrado nenhuma pessoa que tenha “colhões” de verdade para dizer o que realmente passa pelo seu coração desumano... As pessoas são cruéis! Em muitos casos, elas até pensam como esta “anônima” de Newcastle/Canadá, mas de fato são covardes demais para assumir sua psicopatia...

DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO

No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...