A decisão absurda da Dinamarca de confiscar dinheiro dos refugiados colocou uma pulga na minha orelha. Dei um Google sobre a colonização da África e descobri este mapa de como a Europa havia dividido o continente entre si no século 19. Ali começou a crise africana, pois nada respeitaram, nem mesmo tribos inimigas. Arrancaram tudo que podiam em pouco mais de meio século e deixaram um rastro de sangue, devastação e morte.
Entre os que mais lucraram com esta divisão da casa alheia estão a França, a Alemanha, a Inglaterra. a Itália e a Bélgica (portugueses e espanhóis fizeram a sua maldade em outros tempos). Agora, só a Alemanha parece disposta a reparar ao menos um pouco os danos causados, recebendo os refugiados em massa (embora com crescente revolta interna). França, Inglaterra e Bélgica resistem como cães ferozes à onde migratória dos refugiados africanos, embora tivessem enriquecido explorando aquela gente.
E a Dinamarca? Ela não consta desta lista de colonizadores. "Mas eles também estiveram lá", pensei comigo. Bingo! Eles foram os pioneiros e exploraram Gana e região a partir de 1660 por 200 anos e mantiveram entrepostos em solo africano que depois foram vendidos aos ingleses. Um desses postos avançados dos belgas é o palácio presidencial de Gana nos dias atuais. Então, pior do que os outros, que não reconhecem os estragos feitos no passado, os belgas querem explorar esta gente miserável pela segunda vez. É coisa para um tribunal internacional.
O resumo dessa tragédia é que não é verdade que a África é um continente esquecido por Deus. Na verdade, a África foi a eterna mina a céu aberto dos europeus. Agora eles se fingem de bonzinhos em ajudar alguns deles, fazendo de conta que têm um coração grande. O que têm, é memória curta. Faz menos de um século que arrancaram até o sangue daquela gente. Inclusive as graves crises ambientais africanas têm sua origem naquela inescrupulosa colonização. A fome de hoje é fruto de um assalto sistemático a todos os bens |(que eram muitos!) roubados dos africanos pelos europeus.