Imagens da decadência de Detroit, a meca da indústria automobilística dos EUA.
Por esses dias está acontecendo o segundo Fórum Social dos Estados Unidos, na ex-meca da indústria automobilística dos EUA, a cidade de Detroit. A mídia norte-americana não divulga isso, embora o evento tenha sido muito maior do que qualquer convenção do movimento conservador Tea Party. Mais de 10.000 cidadãos, ativistas e líderes comunitários – existe isso lá também, pasme você! – participaram durante quatro dias de oficinas, reuniões e passeatas no Fórum, que ocorre, não por acaso, em Detroit.
O US-Fórum Social define-se como “um espaço aberto de encontro para reflexão, o debate democrático de ideias, formulação de propostas e troca livre de experiências”. O fato de acontecer em Detroit, esta cidade que sofreu o colapso da indústria automotiva e o pior da crise das hipotecas, a cidade é o exemplo máximo do completo fracasso do capitalismo e, ao mesmo tempo, de diversas iniciativas populares para construir um futuro alternativo, justo e verde.
“O continente americano não vislumbrou uma transformação como a de Detroit desde os últimos dias da civilização maia”, comparou a escritora Rebecca Solnit durante o Fórum. O núcleo da Detroit moderna, a indústria automotiva, facilitou a criação de subúrbios que em última análise foram a ruína das pujantes cidades do interior. Detroit, que foi uma metrópole de 2 milhões de habitantes até meados da década de 50, reduziu sua população para em torno de 800 mil habitantes. Pobreza, desemprego, despovoamento e declínio levaram a região a um cenário quase pós-apocalíptico.
A realização do US-Fórum Social em Detroit, que já foi o símbolo do milagre de industrialização e agora se tornou um símbolo da devastação de desindustrialização, aponta para a busca de um novo tipo de sociedade mais sustentável, em que as pessoas tentam ajudar umas às outras, sem foco demasiadamente centrado na conquista de um emprego para construir a própria fortuna, mas mais voltadas à percepção de que dependemos uns dos outros.
Em meio ao caos e às ruínas da pujança de outrora, começa a levantar-se um novo espírito em Detroit, que busca caminhos alternativos que passam por hortas comunitárias, empreendimentos comerciais coletivos e carros elétricos. É uma transformação silenciosa, mas cada vez mais perceptível, num cenário que assusta muita gente.
Nas palavras do grande escritor indiano Arundhati Roy: “Um outro mundo não só é possível, como já está a caminho. Talvez muitos de nós não estejamos aqui para recebê-lo, mas num dia silencioso, se a gente escuta atentamente, já se pode ouvir sua respiração”. E a partir de Detroit, isso poderá ser realidade inclusive nos EUA.
Em meio ao caos e às ruínas da pujança de outrora, começa a levantar-se um novo espírito em Detroit, que busca caminhos alternativos que passam por hortas comunitárias, empreendimentos comerciais coletivos e carros elétricos. É uma transformação silenciosa, mas cada vez mais perceptível, num cenário que assusta muita gente.
Nas palavras do grande escritor indiano Arundhati Roy: “Um outro mundo não só é possível, como já está a caminho. Talvez muitos de nós não estejamos aqui para recebê-lo, mas num dia silencioso, se a gente escuta atentamente, já se pode ouvir sua respiração”. E a partir de Detroit, isso poderá ser realidade inclusive nos EUA.