Texto da
jornalista Lena Ohm
Tradução de
Clovis Horst Lindner
Na infância em Essen, Harold Lewin
presencia a ascensão do Nacional-socialismo e do antissemitismo. Após a “Noite
dos Cristais”, ele foge com a família para a Holanda e passa a integrar a
resistência – até ser preso pelos nazistas e deportado para o campo de
concentração de Buchenwald. Esta é a sua história.
Seu coração
chega a doer dos batimentos contra o peito. Dói mais a cada passo. Cada lufada angustiada
de ar queima o peito e as fisgadas laterais são quase insuportáveis. Mesmo
assim, Harold Lewin continua correndo. Segue sempre em frente. Dobra à direita,
dobra à esquerda, atravessa uma pequena ponte. Nada mais que continuar a correr.
Seguir em frente pelos becos estreitos do bairro das putas de Amsterdã. Atrás
de si, ouve os ferozes latidos dos cães pastores, que perseguem seus
calcanhares. Os latidos dos cães e os passos rápidos dos homens são as únicas
coisas que Lewin ouve. Abafa todos os outros ruídos– concentra-se tão somente
nos passos e latidos em seu encalço. Ele sabe bem: quanto mais altos ficarem,
mais tem que correr. Os passos e latidos são entrecortados por ríspidas ordens
dos alemães da SS aos seus subordinados. Então ecoa um tiro de dentro do cano
da arma de um dos alemães. Lewin, num reflexo, encolhe a cabeça e a protege com
os braços. Por um fio de cabelo a bala não atinge o alvo. As pernas de Lewin
estão pesadas como chumbo e ele sente como as forças o abandonam lentamente.
Somente a vontade ainda persiste – a vontade de viver. Ele não quer morrer. E
por isso ele corre; tão rápido quanto suas cansadas pernas ainda conseguem
carregá-lo. Repentinamente, ele sente uma mão em seu ombro. Puxa-o para o lado
com força, de modo que ele tropeça.
Lewin trava,
abre a boca num átimo e a fecha novamente, sem que tenha saído um único tom.
Procura pelas palavras corretas para descrever o que aconteceu em seguida.
Pisca algumas vezes e, inquieto, gira algumas vezes nas mãos a sua desgastada
bengala. O atrito suave da bengala contra o piso é o único ruído que se ouve na
nave da sinagoga de Recklinghausen. Fecha os olhos brevemente, respira fundo e
murmura baixinho, como para si mesmo: “Eles já tinham a minha foto e já sabiam
quem eu era. Eu, de fato, não tinha mais nenhuma saída. São todas ruas
estreitas, com pontes estreitas e muitos canais – eu não encontrava mais saída.
Mas você não vai entender isso sem conhecer toda a história”. Harold Lewin
levanta a cabeça lentamente, ergue o canto da boca num sorriso e desata a
falar.
No dia 30 de
outubro de 1925 Harold Lewin nasce em Essen como o terceiro de cinco filhos. O
pai era dono de uma pequena loja e a mãe cuidava da casa e da família. A família
Lewin era bem vista na cidade, os vizinhos os cumprimentam na rua e gostavam de
bater um papo descontraído com eles de vez em quando. A única diferença entre
eles e os vizinhos era a religião – já que os Lewin são judeus. “Eu ia a uma
escola judaica, mas à tarde eu brincava com os meninos da minha vizinhança”,
Harold Lewin recorda a infância livre de dificuldades.
O
nacional-socialismo e antissemitismo emergentes afetavam pouco a sua vida. Ele
até olhava o novo “Stürmer” (Semanário nazista publicado entre
1923 e 1945 como parte significativa da máquina de propaganda nazista que era
fortemente antissemita. Nota do tradutor.) com as outras crianças – a representação dos judeus com
pernas tortas e nariz adunco nem o incomodava. “Eu era curioso para ver o que
mostrariam hoje, do jeito que hoje lemos uma revista em quadrinhos. Que estavam
falando de mim, eu não compreendia. Eu tinha treze anos”, ele explica, dando de
ombros. Lewin não se envergonha do modo pouco sensível com que via o mundo nos
tempos de criança. É claro que ele percebia que alguma coisa estava
acontecendo. Não somente em Essen, mas em toda a Alemanha. Mas ninguém falava
sobre isso naquele tempo – ainda mais com as crianças. “Simplesmente eram menos
pessoas a cada dia na escola. Mais um lugar vago na carteira ao seu lado. E a
gente sabia: Esses se foram”. Na verdade, o menino de 13 anos não sabia para
onde aqueles homens de longas capas negras levavam seus amigos e suas famílias,
mas ele sabia que não os veria de novo.
Aliás, quão
perigosa a situação se tornava, também para ele e para a sua família, o rapaz
somente vai perceber lentamente. Mesmo as vitrines quebradas dos comércios
judeus, as pichações e os bandos de arruaceiros não metiam medo em Harold
Lewin. Seus pais, entretanto, temem pela segurança da família e em 10 de
novembro de 1938, um dia depois da “Noite dos Cristais”, eles fogem com os
filhos para parentes na Holanda. Em malas arrumadas às pressas estão somente as
coisas mais indispensáveis, que a família precisa para sobreviver. Tudo tem que
ser muito rápido e não há tempo para explicações. “Somente foi dito: precisamos
ir para a Holanda. Para mim, com 13 anos, isso era uma aventura. É, vamos para
a Holanda – até então eu nunca tinha ido para a Holanda. Naqueles tempos as
pessoas não viajavam tanto – era uma aventura”, Lewin recorda com precisão o
sentimento que teve naquela vez em que saiu de modo tão apressado da Alemanha. Somente
mais tarde ele percebe, quão apertada e gratificante foi a empreitada de
escapar dos captores nazistas: A sua família estava entre as últimas que
puderam entrar na Holanda sem um visto.
A família
Lewin consegue abrigo em Amsterdam e participa da edificação da comunidade
judaica-alemã. Os judeus cuidam uns dos outros com abrigos, roupas e
mantimentos, mas também logo organizam uma biblioteca. Nela, os homens
encontram-se para ler jornais ou discutir os acontecimentos políticos. Também
Harold Lewin está por lá muitas vezes para buscar novo material de leitura. Sempre
que passa ao lado das mesas dos homens mais velhos, ele presta atenção à
conversa. Eles não cansam de comparar a Alemanha com a Holanda – sempre com o
mesmo desfecho: Na Alemanha tudo era muito melhor. “Aí o sangue me subiu à
cabeça”, lembra Lewin. “Nunca fui de calar a boca, então eu disse: O que vocês
querem, afinal? Vocês não puderam salvar nada além do que tinham no corpo.
Perderam tudo! E vocês continuam dizendo: na nossa Alemanha? E eles ficaram
mudos e nunca mais eu ouvi conversa parecida quando estava por lá”. Ele tem que
rir ainda hoje quando lembra da cara de espanto daqueles homens e de como
apenas consentiam, mordendo os lábios e balançando a cabeça – eles tiveram que
aceitar uma lição de moral de um piá de 13 anos!
Harold Lewin
gosta de contar essa história na biblioteca, porque ela espelha o seu caráter
com precisão. “Eu nunca tive a sensação, como outras pessoas, de que todos os
outros estão contra mim. Se você quer ser contra mim, por favor, bata, e eu vou
bater de volta. Bem por isso eu estava na resistência holandesa”, explica Lewin
e, com isso, volta ao desfecho em si da sua história: aquele da perseguição
pelos becos estreitos do bairro das putas de Amsterdã.
“Aí aquela
mão me agarra pelo ombro e eu tropeço, mas antes de cair, ela me puxa para
dentro da entrada do prédio. Nesse momento eu reconheci que não era um homem da
SS, mas uma daquelas putas holandesas”, ele relata. “Ela me levou para o quarto
dos fundos, abriu a porta de um armário e me empurrou para dentro. Antes que eu
pudesse dizer qualquer coisa, ela havia fechado a porta e virado a chave dentro
da fechadura enferrujada”. Mesmo depois de todos esses anos, Lewin ainda sente
nas narinas o cheiro faz traças e nos ouvidos os ruídos que a prostituta e um
dos soldados alemães fizeram. “Sentado naquele armário eu ouvia os gemidos e os
gritos – só não tenho certeza do tempo que isso demorou, mas para mim parecia
uma eternidade”, Lewin explica os acontecimentos naquele pequeno quarto dos
fundos, decorado à moda espanhola e no qual nada mais havia que aquele armário
caindo aos pedaços, a cama e uma mesinha.
Mas, mais
alto que os gemidos da prostituta, pareceu-lhe o silêncio que se seguiu. A
espera por um ruído lhe pareceu infindável durante o tempo em que permaneceu no
seu apertado esconderijo. Ele teria preferido qualquer coisa naqueles momentos
do que aquele silêncio ensurdecedor. Os estalos das tábuas do piso e os passos
abafados, entretanto, transmitiram-lhe outra lição, ainda mais valiosa: Era
ruim estar sentado no escuro e não ouvir nada, mas era bem pior estar sentado
no escuro e ouvir alguém se aproximar do armário e não saber quem era. Seu
coração batia dentro da boca e ele tinha as mãos suadas. “Finalmente, a chave
se moveu na fechadura e a porta foi aberta devagar. No primeiro momento, tive
que piscar várias vezes ante a claridade da luz e não pude reconhecer de
imediato que a minha salvadora estava diante de mim e não o meu carrasco.”
Lewin para novamente e, perdido em pensamentos, endireita seu quipá
vermelho-vinho decorado com bordados dourados. “Eu perguntei-lhe porque fez
aquilo. Ela sabia do risco que corria. Pois, se tivessem me encontrado, eles
também a teriam levado e queimado a sua casa.” Suas mãos tremem levemente e ele
segura sua bengala com mais força. Mergulhado em suas lembranças, ele repete as
palavras da prostituta, pirografadas em sua memória: “‘Eu sou uma puta’, ela
disse. ‘Mas eu também sou uma holandesa. Um ser humano. E por isso eu o
chamei’. Estas foram as suas palavras.” Lewin tira do bolso um lenço cinza de
algodão e assoa o nariz com força. Lágrimas reluzem nos olhos do velho homem e
rolam por sua face durante as frases seguintes: “Este era o exemplo da
população holandesa. Esta era a alma da população holandesa. E coisas semelhantes
me aconteceram muitas vezes, também depois”.
Quantas
vezes coisas assim lhe aconteceram depois, Lewin não quer contabilizar – para
isso, elas se repetiram vezes demais. Mas antes da prisão nem mesmo a coragem
civil dos holandeses podia salvá-lo. “Isso foi em setembro de 1944 em Arnheim,
depois da chegada dos aliados”, lembra Lewin, e conta sobre um posto de
controle da SS na entrada de sua cidade natal. “Mostrei aos homens da SS o meu
passaporte, que me apresentava como um holandês católico. Entrementes, o meu
holandês era livre de erros, de maneira que não perceberam nenhum sotaque.
Assim, me deixaram seguir”, segundo Lewin. “Eu talvez tinha percorrido uns 50
metros, quando um dos homens da SS me chamou de volta. Por um instante, eu
fiquei simplesmente paralisado como uma pedra e fechei os olhos. Numa fração de
segundo eu tinha que me decidir entre voltar ou sair correndo.” Lewin faz uma
nova pausa e assoa outra vez o nariz. Desta vez, no entanto, os seus olhos
permanecem secos. Ele narra objetivamente como havia decidido voltar na direção
das guaritas. Não havia sido difícil tomar esta decisão, como se poderia supor,
explica. Voltou porque não queria terminar com um balaço nas costas. Seria mais
digno levar um tiro sem dor, na cabeça. De modo algum ele queria acabar como um
covarde, levando um tiro pelas costas em plena fuga. Ele havia lutado
bravamente até aqui para deixar que tudo acabasse assim. “E aí, novamente ante os
guardas, eles verificaram mais uma vez o meu passaporte e, repentinamente, um
deles ordenou, com um sorriso maldoso nos lábios: ‘Baixe as calças!’; e naquele
momento eu sabia que tudo havia acabado.” Pois, como judeu, ele era
circuncidado. Todo o resto foi muito rápido: Sobe na moto, rumo à prisão da
Gestapo em Duisburg, onde ele ainda vivenciaria um duro bombardeio da cidade, e
dali para o trem rumo a Buchenwald.
“Dentro do
vagão estávamos presos com quarenta ou mais pessoas. Todos estavam em pé,
coladinhos uns nos outros, num velho vagão de gado. Não havia lugar suficiente
para que nos sentássemos, mesmo que as pernas nos doessem a todos de tanto ficar
em pé. No início, as crianças ainda choravam, reclamavam de fome – mas em algum
momento elas ficaram quietas.” Harold Lewin pressiona os lábios e seu gogó de
adão dá pulos, enquanto engole soluços. São as cruéis lembranças reais de um
homem que jamais esquecerá a aparência dessas crianças nos braços sem forças de
suas mães. “Eu não sei quanto tempo levou a viagem. Em algum momento estávamos
parados três dias na estação ferroviária central de Weimar. Aqueles que ainda
podiam, gritavam por socorro cada vez que um cidadão se aproximava do nosso
vagão. Mas eles apenas se viravam e desviavam o olhar. Algumas vezes até
tapavam o nariz, por conta do fedor bestial que exalava do vagão.” É por isso
que Lewin fica irritado quando as pessoas contam a seus filhos e netos que não
sabiam nada a respeito.
Chegando a
Buchenwald, fomos tocados para fora do vagão como gado. Depois do muito tempo
em pé, ele estava com as pernas bambas e a brita perfurava as solas dos seus
pés, mas ele tentava manter-se ereto e aparentar boa saúde – tão saudável
quanto era possível parecer, mesmo imundo e com fome. “O serviço forçado no
campo era duro. Havia pouco para comer, o inverno se aproximava e passávamos um
frio de lascar. Todo mundo em Buchenwald estava doente, imundo e cheio de piolhos,
mas ninguém tinha forças para envergonhar-se disso. Vergonha e qualquer dos
outros sentimentos não existiam em Buchenwald; para isso não tínhamos forças.”
Harold Lewin segura a sua bengala com tanta força, que as suas articulações
saltam esbranquiçadas. No comitê externo de Dessau, no campo de concentração de
Buchenwald, ele sobreviveu durante três quartos de ano, enquanto outros já
morreram após um ou dois meses. O que ele viu naquele tempo, o perseguirá pelo
resto da sua vida. “Eu vi gente no campo de concentração de Buchenwald que
corria ao encontro das cercas eletrificadas com alta tensão, pegava nelas com
as duas mãos e colocava um fim nessa vida que havia se tornado insuportável. E
eu vi a crueldade brutal dos guardas da SS, que tinham um prazer perverso em
humilhar e assassinar os prisioneiros. Certa vez, um homem da SS contava os
prisioneiros que voltavam dos trabalhos forçados. Deu um passo em direção ao
último da fila e arrancou o seu boné da cabeça. Aí jogou-o diante do portão e
dava risada. O prisioneiro correu para pegá-lo, mas, enquanto corria, ele
ergueu a arma, mirou e atirou. Acertou nele duas, três vezes, até que ficou imóvel
no chão. ‘Fuzilado durante a fuga’, foi o veredito. Seu sangue misturava-se à neve e...”, Lewin
interrompe. Fecha os olhos, como se quisesse recolher as lágrimas. Sua voz soa
embargada e ele engole novamente, antes de conseguir continuar: “... o guarda
foi premiado com um dia especial de folga por conta daquilo.”
No desprezo pelo comportamento dos guardas ele mistura o
seu próprio remorso. Remorso de não ter agido de outro modo em situações como
aquela. Mas, nove meses de campo de concentração endurecem uma pessoa. “Sim, eu
vi os assassinatos em massa. Mas a gente naquele tempo não olhava mais para os
mortos. Eu vi muitos mortos. Mortos demais”, admite Lewin, enquanto massageia a
ponta do mariz com o dedão e o indicador. Ele parece cansado – exaurido. As
lembranças lhe consumiram muitas forças; mesmo assim ele continua o relato.
Fala do seu último grande medo, depois que os campos de concentração foram
libertados e Hitler havia sido derrotado.
“Voltei para Amsterdã em meados de 1945. E eu tinha medo
de voltar para aquela casa onde meus pais e irmãos haviam morado. Eu temia ser
confrontado com a notícia de que eles não estavam mais ali. Que os nazistas
ainda tivessem tido tempo de buscá-los. Levei três dias para voltar lá. Por
sorte, eu acabei encontrando todos vivos – alimentados pela resistência
holandesa. Eu tive sorte. Muita sorte, até”, conta Harold Lewin, e a lembrança
do momento em que ele finalmente pôde reencontrar a sua família devolve as
lágrimas aos seus olhos. Ele torna a enxugá-las do seu rosto, tentando a todo
custo evitar que sejam vistas – ele não quer chorar. Mas também não consegue
evitá-las. Para isso, os sentimentos que essas lembranças todas evocam são
fortes demais.
“Um mar de sangue foi o resultado”
Calmo e recomposto, Harold Lewin senta-se em uma das
cadeiras de madeira da sinagoga. Ele havia terminado com o passado, diz
objetivamente; mas, ainda há muitas coisas que o irritam profundamente. “É tão
simples pichar uma suástica numa vitrine, colar adesivos com palavras de ódio
num poste – tudo muito fácil. Mas será que eles não sabem o que está por trás
disso? Um mar de sangue é o resultado. Mais de 60 milhões de mortos na Europa,
um mar de sangue não somente de estrangeiros e de judeus, mas também do sangue
de muitos alemães! Tudo isso está por trás da suástica, que eles rabiscam com
tamanha facilidade.” Ele bate energicamente no chão com a sua bengala, para
assentuar suas últimas palavras. A cada palavra este homem, sempre tão comedido
e quieto, eleva mais a voz. Parece ser importante para ele contar sua história
e relembrar este passado – mas é ainda mais importante para ele dar uma
chacoalhada para acordar as pessoas. Ele tem esperança de que, em algum momento,
todos esses neo-nazistas e extremistas de direita compreenderão o que está por
detrás de seus símbolos e palavras de ordem. Ao que levou todo este ódio. E exatamente
neste sentido também que vão as suas últimas palavras: “Eu sou um judeu
consciente. Eu nasci aqui, bem como meus antepassados. Apesar desse terrível
passado, eu amo esta terra. Ainda existem muitos problemas hoje em dia. Mas,
não se agarrem a essas coisas do passado; vivam para o futuro, para que vocês
nunca precisem vivenciar o que nós vivenciamos.”
Harold Lewin levanta com dificuldade, segura-se no banco
e apoia-se em sua bengala. Com passos lentos e trôpegos, sai da sinagoga. No
corredor, todos os que casualmente estavam ali, abrem caminho para dar passagem
ao velho homem; também o rabino da comunidade de Recklinghausen. É a maneira de
todos demonstrarem respeito por ele. Quando Harold Lewin finalmente abre a
porta e caminha para fora, o sol brilha. A neve brilha sob a luz e o velho
homem sorri. Depois de uma vida agitada, ele encontra a sua paz – na Alemanha e
com a Alemanha.
(Entrevista realizada em dezembro de 2010 e julho de
2011. No dia 23 de outubro de 2012 Harold Lewin morreu na idade de 86 anos).