No dia de hoje completam-se 65 anos que um homem esquálido e
quase sempre vestido com uma simples túnica branca morreu. Sua figura frágil
não condiz com a robusta obra de sua vida. Sua morte violenta não faz jus à sua luta de toda uma
vida. Ele sucumbiu a um atentado, no dia 30 de janeiro de 1948. Seu nome é
Mahatma Gandhi, o idealizador da ação não-violenta.
Naquele ano, ele deveria receber o Nobel da Paz. Ele já
esteve na lista diversas vezes, mas por razões não reveladas ele sempre ficava
para o ano seguinte. Por causa do seu assassinato, 1948 foi um ano em que o
Nobel da Paz não foi entregue. E esta talvez tenha sido a maior homenagem de
todas.
O que permanece de sua lição, 65 anos depois de sua
morte? O seu nome remete imediatamente à resistência não-violenta, que por
diversas vezes quase lhe custou a vida por conta de greves de fome que
mostraram que ele era um homem pronto a sacrificar-se por seus ideais. A sua
paciência contribuiu para a independência da Índia sem uma guerra civil.
A resistência não-violenta era, em sua concepção, uma
metodologia de luta e uma postura de vida. Depois de tantos anos, os nossos
movimentos sociais ainda têm muito a aprender com Gandhi e sua luta sem
agressividade ou revide. “Tudo o que conquistamos com violência, só podemos
manter com violência”, ele ensinava. O mundo e as nossas formas de luta teriam
um rosto muito diferente se isso fosse levado mais a sério.