“Papa convoca bispos da Irlanda para discutir escândalos de pedofilia”; “Papa diz a bispos irlandeses que pedofilia é crime hediondo”; “Vaticano cria ‘muro de silêncio’ sobre abusos, diz ministra alemã”; “Igreja holandesa anuncia investigação sobre abusos contra menores”; “Arquidiocese nega que papa tenha ajudado padre acusado de pedofilia”; “Vaticano critica ‘tentativas agressivas’ de envolver papa em escândalo”; “Líder católico da Irlanda pede perdão por proteger padre pedófilo”; “Papa pede desculpas às vítimas de padres irlandeses pedófilos”; “Vaticano ignorou caso de padre que molestou mais de 200”…
Eis uma pequena amostra de manchetes sobre pedofilia clerical de 15.2 a 25.3.2010, data em que outra bradava: “Escândalos podem forçar papa a abrir arquivos secretos, diz vaticanista”. É esperar para ver o balancê da nau de São Pedro no mangue em que se encontra a credibilidade moral do Vaticano. Um chamado à responsabilidade não absolverá o papa Bento XVI, que foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) – antigo Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, que zela “pela ortodoxia da Igreja Católica e pelas questões disciplinares” – de 1981 até 2005, quando foi eleito papa.
Até aqui o texto extraído do site de Luiz Carlos Azenha (viomundo.com.br), escrito por Fátim Oliveira. O inferno em que se meteu o Vaticano tem nome: dissimulação. Enquanto escondia cada caso de abuso sexual com um profissionalismo digno da Interpol, o Santo Ofício se esmerava em calar a voz dos profetas.
Não dá para não lembrar o “silêncio obsequioso” a que Leonardo Boff foi condenado, no mesmo período em que Ratzinger protegia os abusadores de criancinhas. Não dá para não lembrar cada meticuloso lance do jogo de xadrez, que foi derrubando, um a um, com a paciência típica deste jogo, os peões das Comunidades Eclesiais de Base-CEBs. Não dá para não lembrar as centenas de viagens do papa João Paulo II para desconstruir, obstinadamente, cada trincheira erguida pelos teólogos da libertação. Não dá para não lembrar o empenho de Ratzinger – o mesmo que agora se traveste de ancião cansado e pronto a ir-se do infeliz trono em que ambiciosamente ousou sentar – para calar a voz de Jon Sobrino, Hans Küng, Clodovis Boff e tantos, tantos outros...
Não dá para não recordar a estratégia sórdida do Vaticano, com o testa-de-ferro Ratzinger bem à frente, subdividindo, desmantelando e esfacelando a arquidiocese de Olinda e Recife para calar Dom Élder Câmara, a arquidiocese de São Paulo para enfraquecer Dom Paulo Evaristo Arns. Quantas pedras Roma colocou no caminho de Dom Pedro Casaldáliga? Quantas ajudaram a pavimentar o caminho do assassino de Dom Oscar Romero?
Quatrocentas mil eram as Comunidades Eclesiais de Base no Brasil quando Ratzinger/Wojtyla assumiram o Trono de Pedro. Sobraram uns dez por cento...
Muitos mais eram os cléricos envolvidos em escândalos sexuais e financeiros. Eles continuam firmes em seus postos. Nenhum rigor para eles. Nenhum Santo Ofício para suas mãos invasivas... Só foram punidos aqueles que caíram de maduro, nas garras da justiça comum...
Ainda mais eram as crianças, os rapazes e as mulheres abusados pelos cléricos. A sua dor, o seu trauma e o seu medo nem a patética declaração de Ratzinger sobre pedofilia como crime hediondo dá um alívio...
Eis uma pequena amostra de manchetes sobre pedofilia clerical de 15.2 a 25.3.2010, data em que outra bradava: “Escândalos podem forçar papa a abrir arquivos secretos, diz vaticanista”. É esperar para ver o balancê da nau de São Pedro no mangue em que se encontra a credibilidade moral do Vaticano. Um chamado à responsabilidade não absolverá o papa Bento XVI, que foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) – antigo Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, que zela “pela ortodoxia da Igreja Católica e pelas questões disciplinares” – de 1981 até 2005, quando foi eleito papa.
Até aqui o texto extraído do site de Luiz Carlos Azenha (viomundo.com.br), escrito por Fátim Oliveira. O inferno em que se meteu o Vaticano tem nome: dissimulação. Enquanto escondia cada caso de abuso sexual com um profissionalismo digno da Interpol, o Santo Ofício se esmerava em calar a voz dos profetas.
Não dá para não lembrar o “silêncio obsequioso” a que Leonardo Boff foi condenado, no mesmo período em que Ratzinger protegia os abusadores de criancinhas. Não dá para não lembrar cada meticuloso lance do jogo de xadrez, que foi derrubando, um a um, com a paciência típica deste jogo, os peões das Comunidades Eclesiais de Base-CEBs. Não dá para não lembrar as centenas de viagens do papa João Paulo II para desconstruir, obstinadamente, cada trincheira erguida pelos teólogos da libertação. Não dá para não lembrar o empenho de Ratzinger – o mesmo que agora se traveste de ancião cansado e pronto a ir-se do infeliz trono em que ambiciosamente ousou sentar – para calar a voz de Jon Sobrino, Hans Küng, Clodovis Boff e tantos, tantos outros...
Não dá para não recordar a estratégia sórdida do Vaticano, com o testa-de-ferro Ratzinger bem à frente, subdividindo, desmantelando e esfacelando a arquidiocese de Olinda e Recife para calar Dom Élder Câmara, a arquidiocese de São Paulo para enfraquecer Dom Paulo Evaristo Arns. Quantas pedras Roma colocou no caminho de Dom Pedro Casaldáliga? Quantas ajudaram a pavimentar o caminho do assassino de Dom Oscar Romero?
Quatrocentas mil eram as Comunidades Eclesiais de Base no Brasil quando Ratzinger/Wojtyla assumiram o Trono de Pedro. Sobraram uns dez por cento...
Muitos mais eram os cléricos envolvidos em escândalos sexuais e financeiros. Eles continuam firmes em seus postos. Nenhum rigor para eles. Nenhum Santo Ofício para suas mãos invasivas... Só foram punidos aqueles que caíram de maduro, nas garras da justiça comum...
Ainda mais eram as crianças, os rapazes e as mulheres abusados pelos cléricos. A sua dor, o seu trauma e o seu medo nem a patética declaração de Ratzinger sobre pedofilia como crime hediondo dá um alívio...
Santo Deus... Que saudades do vigor daquela igreja dos santos que Roma escorraçou...