quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Pelo fim do regime de Mubarak
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Cuba no carnaval de Floripa
Uma forte emoção,
No meu coração…
Liberdade!
Eu sou União
A voz de um povo pela igualdade
Sonhos… de um poeta ecoam no ar
Cuba… o desejo de se libertar
Conquistou a independência
Do Tio Sam sofreu influência
Momentos de luta estão na memória
Fidel e Che fizeram história
Me levam na busca por um ideal
Que vai embalar, nosso carnaval!
Guerreiros unidos na Revolução
Pelo bem de uma Nação
Um preço a pagar, não vou negar
Mas a Comunidade em primeiro lugar
Os sonhos se tornam verdade
Trazendo pra muitos a felicidade
Com saúde, educação
A base pra um cidadão
Esporte, cultura, na arte… mistura
Riqueza, o Mundo se encantou
No Cabaré Tropicana,
Carmem Miranda deu um show!
Ilha de pura Magia
Vem sambar…
Verde, Branco e Ouro
Na Avenida vai brilhar.
Compositores: Júlio Maestri e Vinícius da Imperatriz
“Cuba sim! Em nome da verdade” é o surpreendente samba-enredo da Escola de Samba União da Ilha da Magia, de Floripa, para o carnaval deste ano. Pela primeira vez no Brasil uma escola de samba vai tratar do tema Cuba durante o desfile do Carnaval. Antes do Carnaval, é possível assistir a dois ensaios técnicos na Passarela Nego Quirido: 22 de janeiro (sábado) e 19 de fevereiro (sábado) às 20 horas. Haverá também um desfile-ensaio gratuito na Praça XV, no Centro de Florianópolis, no dia 23 de fevereiro.
A escola irá apresentar a Revolução Cubana no samba-enredo e nas fantasias, passando pelas camisetas de propaganda e o discurso em defesa da autodeterminação cubana. Para desenvolver o tema, uma delegação da escola e da Associação Cultural José Martí de Santa Catarina visitaram Cuba em julho do ano passado para conhecer melhor o país e trocar experiências culturais. O grupo conheceu museus, monumentos históricos e casas de shows.
Segundo o presidente da escola, Valmir Braz de Souza, um dos motivos da escolha do tema é a proximidade cultural entre Brasil e Cuba. “A alegria cubana e brasileira são muito parecidas”, disse ele ao jornal Brasil de Fato. A diretoria da escola quer mostrar a realidade do país caribenho para o Brasil.
As 17 alas vão representar diversos momentos do período anterior e posterior à Revolução Cubana, em especial as conquistas e a cultura, como exemplo: Tio Sam; Ditadura comprometida; Paraíso de ricos e milionários; Sofrimento de muitos - o povo; Nacionalização das empresas estrangeiras; Saúde para todos; Reforma agrária; Esporte - conquista de medalhas; A pesca; Indústria farmacêutica e biotecnologia; A Santeria; O carnaval de Cuba; Cabaré tropicana; e Rumba - Música e Dança.
Segundo o diretor de Carnaval, Joel Brigido da Costa Junior, as peças vão emocionar o público, principalmente aqueles que acreditam em um mundo diferente através da transformação social.
Além disso, o desfile irá abrir os olhos de muitos, que continuam sem ver, porque estão dominados pelo velho discurso americano de considerar do mal tudo o que tem qualquer conotação social.
Ao mesmo tempo, defende que está mais do que na hora de levantar o embargo contra a ilha, que já dura quase quatro décadas, ao qual, apesar de tudo, o pequeno país caribenho resistiu com valentia, em muitos casos dando um vigoroso exemplo de melhorias para a população em meio à carestia de tudo. Cuba é exemplo para o mundo inteiro na área da medicina e da educação (não há analfabetos em Cuba, enquanto os índices são alarmantes em todos os outros países latino-americanos, por exemplo).
O desfile alerta para a insanidade americana de manter o embargo contra a Ilha, mesmo duas décadas depois do fim da Guerra Fria e do bloco soviético. É simplesmente ridículo, ultrajante e um crime de lesa-humanidade contra um povo ordeiro e trabalhador, que só quer ter o direito de escolher sua própria maneira de conduzir a sua vida coletiva. A ONU, uma instituição-fantoche dos EUA, não tem força alguma para impor as sanções cabíveis num caso inadmissível como este, de opressão sobre um povo minúsculo e indefeso.
Se não for por nada disso, entretanto, o enredo da escola de Floripa deve ser valorizado pelo aspecto cultural, de mostrar o quanto nossos povos são próximos, não só pela alegria, pela música de origem semelhante e pelo passado comum de escravidão e fundamento sobre a cultura africana. Somos irmãos, latino-americanos, com mais laços a nos unir do que a música e o sentimento fraterno. Parabéns à União da Ilha da Magia pela coragem e lucidez da escolha do seu enredo.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Desconecte para conectar
Uma boa mensagem, num mundo cada vez mais interligado pelas modernas tecnologias de comunicação, mas que fabrica pessoas-ilha. Cada um está sozinho diante do teclado, às vezes falando virtualmente com alguém que está ao seu lado. Se desviarmos os olhos por um segundo das ferramentas com as quais tentamos nos comunicar, talvez consigamos comunicação... e de maneira fantástica e direta. (Obrigado ao Odilon por me alertar para a existência deste vídeo espetacular).
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Surpresa: a Tunísia era uma ditadura
Ao texto de Fuser:
Quando eu ingressei como redator na editoria de assuntos internacionais da Folha de S.Paulo, um colega veterano me ensinou como se fazia para definir quais, entre as centenas de notícias que recebíamos diariamente, seriam merecedoras de destaque no jornal do dia seguinte. “É só olhar os telegramas das agências e ver o que elas acham mais importante”, sentenciou. Pragmático, ele adotava esse método como um meio seguro de evitar que o noticiário da Folha destoasse dos jornais concorrentes, os quais, por sua vez, se comportavam do mesmo modo. Na realidade, portanto, quem pautava a cobertura internacional da imprensa brasileira era um restrito grupo de três agência noticiosas – Reuters, Associated Press e United Press International, todas afinadíssimas com as prioridades geopolíticas dos Estados Unidos.
Passadas mais de duas décadas, a cobertura internacional da mídia brasileira ainda se orienta por diretrizes estrangeiras. A única diferença é que agora as agências enfrentam a competição de outros fornecedores de informação, como a CNN e os serviços de empresas como a BBC e o New York Times, oferecidos pela internet. Mas o conteúdo é o mesmo. O resultado é que as informações internacionais que circulam pelo planeta, reproduzidas com mínimas variações em todos os continentes, são quase sempre aquelas que correspondem aos interesses de Washingon. Quem confia nessa agenda está condenado uma visão parcial e distorcida, uma ignorância que só se revela quando ocorrem “surpresas” como a rebelião popular que derrubou o governo da Tunísia. De repente, o mundo tomou conhecimento de que a Tunísia – um país totalmente integrado à ordem neoliberal e um dos destinos favoritos dos turistas europeus – era governada há 23 anos por um ditador corrupto, odiado pelo seu povo. Como é que ninguém sabia disso?
A mídia silenciou sobre o despotismo na Tunísia porque se tratava de um regime servil aos interesses políticos e econômicos dos EUA. O ditador Ben Ali nunca foi repreendido por violações aos direitos humanos e, mesmo quando ordenou que suas forças repressivas abrissem fogo contra manifestantes desarmados, matando dezenas de jovens, o presidente estadunidense Barack Obama e sua secretária de Estado, Hillary Clinton, permaneceram em silêncio. Não abriram a boca nem mesmo para tentar conter o massacre. Só se manifestaram depois que Ben Ali fugiu do país, como um rato, carregando na bagagem mais de uma tonelada de ouro. O caso da Tunísia não é o único na região. No vizinho Egito, outro regime vassalo dos EUA, Hosni Mubarak governa ditatorialmente desde 1981. Suas prisões estão lotadas de opositores políticos e as eleições ocorrem em meio à fraude e à violência, o que garante ao governo quase todas as cadeiras parlamentares. Mas o que importa, para o “Ocidente”, é o apoio da ditadura egípcia às posições estadunidenses no Oriente Médio, em especial sua conivência com o expansionismo israelense.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Eu sou a justiça
Para Belluzzo, o cinema e a literatura americanos ajudaram a celebrar “a figura do cavaleiro solitário, aquele indivíduo dotado de uma coragem e um senso de justiça extraordinários, destinado a impor a ordem e a moralidade à sociedade corrupta e às instituições ineficazes”. Nos filmes de faroeste, por exemplo, quase sempre “o xerife é covarde, os juízes são corruptos e os bandidos, audazes”. No cinema moderno, este papel foi interpretado com maestria por Bruce Willis na série “Duro de Matar”.
Nessa forma de ver o mundo, o indivíduo é naturalmente bom, capaz de discernir entre o justo e o injusto, o certo e o errado, o bem e o mal, enquanto a sociedade e as instituições são corruptas. Também no Brasil tal visão está se tornando assustadoramente aceita. Um dado, por exemplo, que é largamente desconhecido e ignorado entre nós é que acontecem cerca de 500 linchamentos por ano no Brasil.
Para as pessoas que defendem a tese da soberania do indivíduo sobre o estado, “as instituições da sociedade, sobretudo o Estado, com suas instâncias de controle, suas leis ambíguas e seus métodos de punição insuficientemente rigorosos, vão transformando a Justiça numa farsa, num procedimento burocrático e ineficaz”, analisa Belluzzo. Para essa gente, “a sociedade está suja, contaminada pelo vírus da tolerância. Só o herói solitário pode salvá-la, consultando sua consciência, recuperando, portanto, a força da moral ‘natural’, aquela que Deus infunde no coração de cada homem”. Haveria uma espécie de “lei moral” inscrita na alma humana desde o princípio.
Segundo a premissa dessa gente, “ao vingador tudo é permitido. Até mesmo matar inocentes. Aliás, não há inocentes, porque os complacentes com o Estado corrupto são igualmente corruptos”.
O problema é que esse é o tipo de serpente mais venenoso que exista. Quando a volta se completa, a serpente morde o próprio rabo. Quem faz justiça pelas próprias mãos, pode acabar sendo vítima da teoria que defende. E este é o terreno fértil sobre o qual viceja o fascismo.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Abaixo os muros que nos dividem
O muro de Berlim, derrubado euforicamente há mais de 20 anos, continua sendo cada vez mais copiado em todo o mundo. Já há muros entre as Coreias, entre Marrocos e o Saara Ocidental, entre os EUA e o México, na Cisjordânia, entre Israel e o Egito, Israel e a Faixa de Gaza, entre o Paquistão e o Afeganistão. Agora o muro grego na fronteira com a Turquia entrará nessa lista. Será o segundo a separar zonas de influência dos dois países, contando com o que existe em Chipre.
A chamada “Fortaleza Europa” vai começar a ter forma física na zona fronteiriça de Orestidada, segundo as autoridades gregas. De acordo com dados de Atenas e da agência europeia Frontex, cerca de 200 imigrantes “ilegais” entram diariamente na Grécia por aquele ponto de passagem, apesar da presença de tropas no terreno. “É uma realidade dura e temos uma obrigação para com os cidadãos gregos de lidar com ela”, declarou o ministro grego da tutela, Christos Papoutsis, ao apresentar o projeto.
Diz a agência Frontex que nove em cada dez estrangeiros entram na Europa através da fronteira entre a Turquia e a Grécia e que 75% desse movimento se registra na zona de Orestidada ao longo de cerca de 13 quilômetros.
A maioria dos “imigrantes ilegais”, ainda segundo as mesmas fontes, são originários de países como o Afeganistão, o Paquistão, a Somália, alguns do Oriente Médio, como o Iraque, e do Norte de África, na sua maioria regiões onde as guerras conduzidas pelos Estados Unidos e a OTAN, com envolvimento da União Europeia, não resolveram e têm agravado os problemas sociais, humanitários e políticos.
Bruxelas, onde fica a sede da União Européia, mantém um silêncio quase absoluto sobre a estratégia fortificadora grega. Apenas Michele Cercone, porta-voz da comissária Cecilia Malstrom, comentou que “vedações e muros já provaram no passado que são medidas de curto prazo” pelo que é “importante que as fronteiras sejam geridas de modo a desencorajar e interromper o tráfico”. A esta declaração de aceitação do muro, desde que “a curto prazo”, junta-se a declaração grega segundo a qual a cooperação com Estados-membros no âmbito da solução encontrada “vai bem”.
A oposição grega de esquerda considera desde já a medida “desumana e ineficaz”. Oficialmente, a Turquia afirma que necessita de ter mais informação, mas que sendo o problema de âmbito internacional deverá ter uma abordagem internacional. Um funcionário público turco da região fronteiriça afirmou que o muro não resolverá o problema porque há outros meios de passagem, como por exemplo o rio Evros – de barco no inverno e a pé no verão.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
A solidariedade afasta os abutres
Os abutres vivem da morte alheia, e esta condição lhes é natural e até necessária. Mas não são os abutres que estão aparecendo em grande quantidade naquele cenário de tragédia. Em meio à crescente horda de gente solidária e disposta a ajudar, infiltram-se os insensíveis que se aproveitam da desgraça alheia para se dar bem.
A primeira espécie desses abutres são os que se aproveitam do abandono dos lares e estabelecimentos comerciais atingidos para surrupiar objetos de valor. Aconteceu também aqui, em Blumenau. E não eram bandidos, no estrito sentido da palavra. Era gente comum, que nunca roubou, sem ficha corrida na polícia. Eles chegam como quem não quer nada, até ajudam quando solicitados, mas não se intimidam diante de uma oportunidade. “Estava ali e não era de ninguém”, se desculpam. São daqueles que encontram uma carteira na rua e que não se juntam à turma dos heróis que são capazes de devolver até uma pasta cheia de milhares de reais encontrada num táxi ou banco de praça. Talvez estejam acostumados a esse tipo de “apropriação” desde os tempos de criança, quando não perdiam a oportunidade de tirar uma nota de dez ou vinte reais da carteira dos pais para comprar guloseimas.
A segunda espécie desses abutres são os comerciantes inescrupulosos. Um galão de água mineral chegou a custar 40 reais na serra fluminense. Além de uma safadeza sem classificação, aproveitar-se dessa maneira para ganhar uns trocados a mais em cima da desgraça dos outros é crime previsto no código penal: abuso econômico. É lógico que a dificuldade em fazer chegar qualquer produto ao palco da tragédia custa bem mais do que custaria em tempos normais, mas nada justifica um preço absurdo assim num produto que, fora do ambiente de catástrofe, custa míseros seis reais. Como quem atenta contra a economia popular, o lugar de tais abutres é diante do juiz, que o deveria condenar ao menos a prestar serviços comunitários. Em casos extremos, multa e alvará caçado.
A terceira espécie de aves de carniça que revoam a zona da tragédia são os prometedores de soluções. Eles estão no poder ou pretendem ocupar um lugar de destaque entre os poderosos, são filiados a partidos e até pisam na lama para chupar as almas da população, que continua acreditando, acreditando e acreditando. As soluções mirabolantes que propõem jamais são implantadas. Passa o tempo, passam as tragédias, mas eles não passam. Estão pousados em todos os galhos de todas as cidades, nos campos, nas praças, em todos os poleiros. Eles não têm pressa. Sabem esperar o momento certo.
Mas o pior de todos os abutres que aparecem nessas horas são os que se aproveitam da infância, que é sempre a parcela da sociedade que mais sofre nas catástrofes e nas guerras. Uma semana depois da tragédia, se contam às centenas as crianças que perderam os pais. Elas estão recebendo todos os cuidados das autoridades, segundo as notícias. Mas já tem gente alertando para a chegada de eventuais abutres pedófilos, que se misturam às filas de adoção para tirar proveito da inocência e ingenuidade daqueles que já têm seus corações extremamente dilacerados pela perda dos pais.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Notícias da região da tragédia
“Aqui em Nova Friburgo está um caos. A nossa Igreja foi invadida por água e lama. A água foi na altura do altar. O salão social também. A secretaria foi para o brejo, literalmente. Estamos fazendo a limpeza para poder transformar o nosso espaço num centro de serviço social. Temos muito trabalho pela frente. O Pastor Adelcio Kronbauer tem-se mostrado incansável”, foi o primeiro contato do líder Márcio Rebouças ao pastor sinodal.
Em Nova Friburgo, o pastor aposentado Armindo Müller pelo endereço almolitor@ig.com.br, o pastor Adélcio Kronbauer pelo endereço adelciokron@gmail.com, e a presidente da comunidade Nadia Maria Figueiredo Athayde pelo endereço n.athayde@hotmail.com.
O Sínodo Sudeste disponibiliza sua conta bancária para depósitos de valores em dinheiro que possam ser convertidos em água, colchões, e outros objetos de necessidade para a sobrevivência:
Banco do Brasil
Ag. 0095-7
c/c 450.000-8
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Hora de solidariedade
Aos luteranos que visitam este blog, lembro que há duas paróquias da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil-IECLB no epicentro da tragédia. O pastor Odemir Simon atende a paróquia de Nova Friburgo e o pastor Elton Pothin atende a paróquia de Petrópolis. Lembro que o drama de comunidades como a do Baú e de Fidélis, em Blumenau, repetem-se aqui em dose dobrada. Isso cria um vínculo muito forte entre nós e as pessoas que vivem na região atingida.
Aproveito também para lembrar que, desde 2006, o Centro Cultural Teuto-Friburguense, de Nova Friburgo, reivindica para a cidade o título de primeira cidade no Brasil a receber imigrantes alemães, que teriam se instalado no município em 3 de maio de 1824, 82 dias antes da data comemorada em São Leopoldo. Embora não tenham permanecido por muito tempo naquela região, a passagem daqueles imigrantes por lá aumenta ainda mais os laços que nos unem àquela gente.
Mais do que indispensável, nossa solidariedade com os atingidos é um ato de humanidade. O Jornal de Santa Catarina de hoje (http://www.santa.com.br/), com a manchete de capa “É nossa vez de ajudar”, divulga uma extensa lista de locais para os quais se pode encaminhar ajuda. Uma equipe de bombeiros de Blumenau, com treinamento especial para deslizamentos de terra, já se deslocou para a região para prestar auxílio qualificado. Também as nossas comunidades do Vale do Itajaí, os nossos sínodos aqui da região e cada um de nós estão sendo desafiados à solidariedade.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Avalanche repetitiva
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
O Brasil e a guerra dos fundamentalismos
Em poucas palavras, quem determina os movimentos decisivos no tabuleiro da política norte-americana é o fundamentalismo construído sobre os legados históricos do movimento evangelista, com destaque para Billy Graham e seus filhos, Jimmy Swaggart, Rex Humbard e muitos outros. Eles passaram a vida semeando o ideário norte-americano com tempero bíblico, arrastando multidões atrás de si. Todos eles são famosos, respeitados e ricos, alguns deles mesmo depois de escândalos sexuais e financeiros. A última palavra nas igrejas, na educação, na ética e na política interna e externa dos EUA passa pela teologia dessa gente. Aliás, é a teologia que determina a vida política por lá.
Dentro dessa cosmovisão, o que é de direita vem de Deus e o que é de esquerda vem do diabo. Muito de sua força cresceu nos anos da guerra fria em cima do terreno fértil da demonização do comunismo ateu. Tal demonização foi estendendo seus domínios cada vez mais à direita, sufocando perigosamente qualquer pensamento de esquerda e até mesmo de centro-esquerda. A tal ponto que jamais houve uma esquerda realmente significativa nos EUA. “Um partido como o PT jamais vai se criar entre nós”, me disse um pastor americano, certa vez. “Não existe esquerda nos EUA”, vaticinou. Perguntado sobre a diferença entre os democratas e os republicanos, ele foi implacável: “Eles são como a coca-cola e a pepsi-cola. A Pepsi é um pouco mais adocicada, mas ambas têm a mesma composição”.
Eles misturam religião e política como quem junta pão e carne moída para fazer um hambúrguer. Mas exaltam-se até o risco de um AVC quando falam da teologia da libertação, acusando-a de fazer exatamente aquilo que eles fazem diuturnamente sem qualquer constrangimento e com a convicção de quem está desempenhando uma missão profética determinada pelo próprio Senhor Jesus.
Tal camisa de força ideológica acabou por conduzir os EUA a um perigoso estado de pensamento único, que rechaça e persegue implacavelmente qualquer um que destoe do padrão. O resultado é uma sociedade que produz, com facilidade, radicais de visão intolerante e violenta. Movimentos como o Tea Party, cuja musa inspiradora é Sarah Palin, escancaram as portas para esse tipo de atitude política. E eles conseguem arrastar multidões atrás de si, ao ponto de desestabilizar o governo de Barak Obama, que não passa de morno-quase-frio, do ponto de vista ideológico. Entretanto, algumas das decisões e erros do seu governo levaram à loucura os movimentos conservadores, lançando desde já Sarah Palin candidata à casa branca, que tem tudo para derrotar Obama já em 2012. Ele não terá um segundo mandato, isso já são favas contadas.
Mas esse movimento é capaz de infinitamente mais do que isso. A prova concreta é o atentado no Arizona, na semana passada. E, anotem aí, irão acontecer outros nos mesmos moldes. A própria vida de Obama corre sério risco nesse contexto efervescente.
As perigosas manobras no tabuleiro do xadrez ideológico norte-americano ainda farão corar o fundamentalismo islâmico. Eles estão se nivelando perigosamente por baixo. Por isso mesmo, tudo aponta para um dramático cenário, nessa emergente segunda década do século 21. O mundo vai pegar fogo, e o incêndio será alimentado por gladiadores que são parecidos ao extremo: o fundamentalismo islâmico e o fundamentalismo de direita dos EUA. Ambos são intolerantes, perigosos, incendiários e capazes de se tornar extremamente violentos. Por isso, mesmo, ambos são terroristas. Ponto Final.
Para encerrar afirmo, com uma ponta de orgulho, que o Brasil – com sua visão política mais moderna, aberta e tolerante – pode ser um poderoso fiel da balança nessa guerra que já tomou conta do mundo. Temos a nosso favor um passado de debate teológico único, liderado pela igreja progressista latino-americana, e que tem aberto preciosas portas no campo ideológico, na luta pelos direitos humanos, pela igualdade ampla entre todas as pessoas e na conquista da cidadania. A diplomacia brasileira, se souber dar os passos no rumo certo, poderá interpor-se como mediadora entre os fundamentalismos do ocidente e do oriente com autoridade e condições reais de obter resultados, a ponto de evitar o pior.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
A Folha forçando a barra (de novo)
A matéria abaixo da manchete noticiava: “em sua primeira semana, Dilma Rousseff fez mudanças em seu gabinete. Substituiu um computador por um laptop e retirou a Bíblia da mesa e o crucifixo da parede. Durante a campanha eleitoral, a então candidata se declarou católica e foi atacada pelos adversários sob a acusação de ter mudado suas posições religiosas”.
O monstruoso factóide que o jornal paulista tentou passar não se sustentou por mais de alguns minutos. Mas, como sempre, desmentido nenhum foi publicado. Graças a quatro curtas mensagens no Twitter, a ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), desmontou as três mentiras grotescas contidas na Folha. Veja a seguir as quatro curtas da ministra Helena:
Chernobyl será aberta a visitação
O acidente de Chernobyl foi o triste resultado de uma série de erros, descuidos com a segurança e negligências, que fizeram o reator número quatro da Usina Nuclear explodir. Aconteceu na União Soviética. Um trunfo para o ocidente, mas foi um mero acaso ter ocorrido ali e poderia ter sido em qualquer outro local servido por energia nuclear, inclusive nas usinas vaga-lume de Angra, verdadeiras bombas-relógio em pleno território tupiniquim. E, pior, pode repetir-se novamente, a qualquer momento.
A única prova real de tudo aquilo é uma região perdida no norte território da Ucrânia, do tamanho aproximado do Vale do Itajaí, que virou uma terra de ninguém. Tudo ficou como há 25 anos e, além da usina, há cidades inteiras abandonadas.
Para deixar uma marca para a posteridade, depois de 25 anos o governo da Ucrânia anunciou que o palco do maior acidente atômico do mundo será aberto ao turismo em abril deste ano. Há uma equipe técnica montando um roteiro seguro e informativo para os turistas. O objetivo principal, segundo as autoridades ucranianas, é fazer com que as pessoas se conscientizem do perigo do mau uso da energia atômica.
Eu não pestanejaria, se tiver a oportunidade. Quem sabe, podemos ir juntos. Mas, se você prefere ver tudo de longe, sem correr riscos, visite o site de Elena, em www.kiddofspeed.com/chernobyl-land-of-the-wolves/. Só o site – que está indicado entre os favoritos deste blog desde o primeiro momento – já vale como um banho de estupefação e um desafio para a reflexão sobre o nosso futuro. Boa viagem e bom banho de realidade.
sábado, 1 de janeiro de 2011
Ano novo, velhos preconceitos
Cristãos perseguidos no Oriente Médio e na Ásia, muçulmanos escanteados na Europa, minorias postas de lado em muitos lugares, latinos escorraçados nos EUA... Como já disse alguém: duas coisas me causam admiração; a inteligência dos animais e a barbárie dos humanos.
Ninguém se deu conta ainda, mas não estamos somente iniciando mais um novo ano. Com 2011, estamos dando início à segunda década do século 21. Ou seja, já se passaram dez anos desde 2001, o ano do inacreditável atentado de 11 de setembro, e nada conseguimos alterar em nosso comportamento intolerante, xenófobo, assustadoramente desrespeitoso com o que consideramos diferente de nós e que julgamos ter que combater.
Até quando será assim? Nunca vamos aprender? Por que celebramos Natal? Qual o motivo de desejarmos "paz" no novo ano? É tudo somente uma grande demonstração de fachadas, máscaras, disfarces? Jamais vamos conseguir ser verdadeiros, honestos, sensíveis em relação aos outros? Paz, paz... Quanta verborragia! Quantos discursos inúteis e sem lastro.
DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO
No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...
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No dia 20 de novembro de 1820, a cerca de 3.700 quilômetros da costa do Chile, um cachalote anormalmente grande destruiu o navio baleeiro E...
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Faz trinta anos e oito meses que larguei o tabaco e me sinto muito bem, graças a Deus. Mas, nem por isso estou na turba crescente dos eva...
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No dia 15 de abril, há 100 anos, o Titanic batia num iceberg e afundava. É o épico dos épicos dos desastres marítimos de todos os tempos. U...