
Vinte e três anos antes do acidente nuclear na usina de Fukushima, a desenhista Ryoko Yamagishi havia feito um mangá – histórias em quadrinhos em estilo japonês – preto e branco de 46 páginas, prevendo algo assim. Com o nome de Phaethon – na mitologia grega é o filho de Hélios, deus do sol que colocou a terra em perigo –, o mangá antinuclear foi inspirado na tragédia de Chernobyl, acontecida cinco anos antes da publicação.
Em entrevista ao jornal El Pais, a autora contou que depois do acidente nuclear na Ucrânia ela percebeu o risco real por trás da energia nuclear. Questionada sobre a relação com Fukushima, Yamagishi afirmou que realmente já havia pensado sobre o risco de ocorrer um acidente na região quando escreveu o mangá, mas que nenhuma autoridade assumiria a possibilidade. “Entrei em pânico quando o acidente aconteceu de fato, mas pensei que a advertência do meu desenho não serviu para nada. Fiquei muito triste”, disse.
Entretanto, após o terremoto e o tsunami que atingiram a região e provocaram o acidente nuclear seu mangá foi imediatamente lembrado. De acordo com Yamagishi, em 1988, quando a história foi escrita, 70 mil cópias do mangá foram vendidas. Após o acidente, mais de 200 mil pessoas já leram o conto na internet.
Na visão da autora do mangá, “os reatores nucleares deveriam ser fechados um a um desde já e substituídos por mecanismos de energia solar, hidráulica e geotérmica”.
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