Pelo vigésimo ano consecutivo, a Assembleia Geral da ONU aprovou ontem (25/10) com maioria esmagadora de votos uma resolução que pede a suspensão do embargo econômico e comercial que os EUA impõe contra Cuba desde 1962. O documento obteve apoio quase unânime da Assembleia: 186 Estados votaram a favor e apenas EUA e Israel se manifestaram contra, além de três abstenções (Ilhas Marshall, Micronésia e Palau).
Segundo as autoridades cubanas, existe uma “retórica oficial que pretende convencer a opinião pública de que o atual Governo americano introduziu uma política de mudanças positivas”. Porém, o governo Obama reforçou “a perseguição às transações financeiras cubanas no mundo todo, sem respeito às leis de terceiros países nem à oposição de seus governos”.
A manutenção da sanção americana também frustra os esforços para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos pela ONU, e afeta negativamente a cooperação regional. Mas, para o representante dos EUA no debate, o diplomata Ronald Godard, o embargo de Washington a Havana “é um assunto bilateral que não concerne à Assembleia (da ONU)”.
Para o diplomata americano, “as políticas do governo cubano são seus próprios obstáculos ao desenvolvimento e ao crescimento econômico”, uma vez que os ambientes de liberdade são a melhor via para um crescimento econômico sustentável. Deve ser este mesmo ambiente de liberdade que prende manifestantes contra o abuso econômico de Wall-Street, em Nova York. Bem no estilo do “facão que eu mando mas não o que eu faço!”.
Enquanto os EUA insistem em manter o bloqueio, o impacto do embargo é o principal obstáculo para o desenvolvimento da ilha. O embargo causou prejuízos de US$ 975 bilhões a Cuba desde que foi imposto, em 1962. O bloqueio americano é particularmente cruel no campo da saúde pública de Cuba. O impacto da medida desde maio de 2010 até abril deste ano é estimado em US$ 14 milhões, enquanto, em alimentação, seu efeito chega a mais de US$ 120 milhões.
O embargo americano sobre Cuba foi aplicado de maneira oficial no dia 7 de fevereiro de 1962, sob o mandato do presidente John Kennedy, mas o Governo de Washington já havia imposto certas sanções desde 1959, ano do triunfo da Revolução Cubana, que levou Fidel Castro ao poder.
Os já tradicionais pedidos da Assembleia Geral da ONU para que os EUA suspendam o embargo à ilha não possuem efeitos vinculantes, mas apresentam caráter simbólico e são usados como meio de pressão internacional contra Washington.
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