domingo, 8 de janeiro de 2012
Pelos 70 anos de Stephen Hawking
O físico britânico Stephen Hawking completa 70 anos hoje, dia 8 de janeiro. Ele é um ser humano impressionante, principalmente por dois motivos. Em primeiro lugar, por ser o mais brilhante cientista depois de Albert Einstein. Em segundo lugar, porque ele conseguiu isso somente com o seu cérebro brilhante. Literalmente, porque esta é a única parte de todo o seu corpo que ainda parece responder a estímulos. Os seus demais membros estão paralisados por conta da esclerose lateral amiotrófica.
Hawking é um exemplo do triunfo frente à adversidade. Ele recebeu o diagnóstico aos 21 anos. A esclerose lateral amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva. Os médicos chegaram a lhe dar apenas alguns anos de vida. Mas, apesar de ter perdido o movimento de suas extremidades e da musculatura, inclusive a força do pescoço para manter-se com a cabeça erguida, Hawking chega aos 70 anos como o cientista mais famoso do mundo. Ao lado do cientista Roger Penrose, Hawking mostrou que a Teoria da Relatividade de Albert Einstein implica que o espaço e o tempo têm começo, o chamado “Big Bang”, e também terão um fim, dentro dos buracos negros.
Além de um brilhante cientista, Hawking também gosta de debater religião. Mas não por acreditar em Deus ou mesmo em qualquer coisa. Sempre pragmático, direto e polêmico, ele transformou-se numa espécie de profeta do ateísmo.
É nesse ponto que sua genialidade científica e coerência com as pesquisas o fazem resvalar por um campo da religião às avessas. Sua fé é na não-existência de Deus. Como um apóstolo, ele considera a idéia do paraíso e a fé numa vida depois da morte um “conto de fadas” criado por gente que tem medo da morte. “Acredito que o cérebro é um computador que pára de funcionar quando todos os seus componentes falham. Não existe nenhum paraíso ou vida após a morte para computadores quebrados; isso é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro”, disse o cientista ao “The Guardian”.
Alvo freqüente da ira de cristãos que defendem sua fé e de igrejas incapazes de aceitar o diálogo franco com um homem que representa cada vez mais gente num mundo em que o ateísmo cresce, Hawking merece mais respeito. O seu direito de dizer que não acredita em Deus equivale ao direito dos religiosos em defender sua fé, e isso o cientista jamais desrespeitou.
Mesmo insistindo em ser profeta do ateísmo, Hawking arranha com suas pesquisas a face mais impressionante do Criador. Ou seja, elas revelam como poucos pregadores conseguiram até hoje a genialidade absoluta da Criação Divina. A infindável renovação que está presente na metamorfose da borboleta ou na reprodução de cada ser vivo repete-se – só que em bilhões de anos – no espaço infinito. Cada astro – e o próprio universo – nasce, cresce, envelhece e morre para dar origem a outro astro. Essa genialidade renovadora está exposta magistralmente na obra de Hawking.
Por isso, o profeta do ateísmo torna-se uma fonte inesgotável para quem acredita em Deus e fica boquiaberto com a sua maravilhosa criação. Ler Stephen Hawking é uma obrigação sacerdotal para todos que têm fé em Deus.
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