quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O que precisa ser dito sobre a crise dos refugiados

A decisão absurda da Dinamarca de confiscar dinheiro dos refugiados colocou uma pulga na minha orelha. Dei um Google sobre a colonização da África e descobri este mapa de como a Europa havia dividido o continente entre si no século 19. Ali começou a crise africana, pois nada respeitaram, nem mesmo tribos inimigas. Arrancaram tudo que podiam em pouco mais de meio século e deixaram um rastro de sangue, devastação e morte.
Entre os que mais lucraram com esta divisão da casa alheia estão a França, a Alemanha, a Inglaterra. a Itália e a Bélgica (portugueses e espanhóis fizeram a sua maldade em outros tempos). Agora, só a Alemanha parece disposta a reparar ao menos um pouco os danos causados, recebendo os refugiados em massa (embora com crescente revolta interna). França, Inglaterra e Bélgica resistem como cães ferozes à onde migratória dos refugiados africanos, embora tivessem enriquecido explorando aquela gente.
E a Dinamarca? Ela não consta desta lista de colonizadores. "Mas eles também estiveram lá", pensei comigo. Bingo! Eles foram os pioneiros e exploraram Gana e região a partir de 1660 por 200 anos e mantiveram entrepostos em solo africano que depois foram vendidos aos ingleses. Um desses postos avançados dos belgas é o palácio presidencial de Gana nos dias atuais. Então, pior do que os outros, que não reconhecem os estragos feitos no passado, os belgas querem explorar esta gente miserável pela segunda vez. É coisa para um tribunal internacional.
O resumo dessa tragédia é que não é verdade que a África é um continente esquecido por Deus. Na verdade, a África foi a eterna mina a céu aberto dos europeus. Agora eles se fingem de bonzinhos em ajudar alguns deles, fazendo de conta que têm um coração grande. O que têm, é memória curta. Faz menos de um século que arrancaram até o sangue daquela gente. Inclusive as graves crises ambientais africanas têm sua origem naquela inescrupulosa colonização. A fome de hoje é fruto de um assalto sistemático a todos os bens |(que eram muitos!) roubados dos africanos pelos europeus.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

David Bowie e Christiane F.

Vai-se mais um dos grandes do rock britânico. Bowie lançou seu mais novo trabalho musical no dia em que completou 69 anos, em 8 de janeiro. Dois dias depois (domingo 10), o camaleão do rock foi vencido pelo câncer, numa luta que travou por um ano e meio contra a doença.
Para mim, que usei diversas vezes o filme "Eu, Christiane F., 13 anos, drogada, prostituída..." em sala de aula para falar sobre drogas, inclusão e aceitação, com posterior debate em forma de juri, ele jamais vai sair da memória.
Bowie faz uma ponta no filme, com um show em Berlim, durante o qual Christiane e seus amigos da rua Kurfürstendamm se drogam. Christiane é fissurada em Bowie. Chama a atenção uma cena do filme, em que ela ganha um LP de Bowie de presente do namorado de sua mãe e, em seguida, o guarda entre seus discos, ao lado de outro LP dele, por acaso o mesmo, que ela já tinha.
Durante o show no filme, o artista multi-performático canta sua emblemática canção "It's too late" (It's not the side-effects of the cocaine. I'm thinking that it must be love. It's too late - to be grateful. It's too late - to be late again. It's too late - to be hateful). Para a adolescente Christiane e sua turma era, de fato, muito tarde (too late). Até hoje Christiane (ainda viva e uma senhora de 60 anos), continua enfrentando o monstro da droga. Seu ídolo morreu antes dela vencido por um outro monstro: o câncer.
Conheça o artista e sua impressionante obra, no artigo anexo.

DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO

No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...