quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Porto de Mariel é estratégico para a América Latina



Este é um texto com informações preciosas sobre o novo porto de Mariel, em Cuba. Enquanto a imprensa brasileira desdenha e faz de conta que a presidenta Dilma se curva aos sombrios desejos dos "Irmãos Castro", este artigo de Beto Almeida, direto de Havana, lança uma intensa luz sobre o real significado deste porto para o futuro da América Latina. O capítulo de 55 anos dos EUA e seu odioso embargo contra Cuba passou. Nada mais pode acrescentar ao futuro. O futuro, amigos, é a China. E os EUA morrem de inveja disso. Ainda dizem que a economia americana é a maior do planeta, mas isso não passara da primeira metade do século 21. O segundo colocado é a China, e os chineses vão conseguir passar por cima dos EUA. O porto de Mariel é o Caminho da China para a América Latina. Dilma está dando um passo gigantesco no comércio internacional com a futura maior economia do planeta. O resto, tanto temores quanto desdéns da imprensa, não passam de folclore roto e inveja pura. Leia o artigo de Almeida. Vale a pena conferir. Obrigado à Romi Márcia Bencke, por postar este texto no Facebook. Eu o reproduzo aqui na íntegra.


TEM SIDO EXTREMAMENTE EDUCATIVO registrar, aqui em Havana, a reação do povo cubano diante da inauguração do Porto de Mariel. Expressando um elevado nível cultural, uma mirada política aprofundada sobre os fenômenos destes tempos, especialmente sobre a Reunião de Cúpula da Celac que se realiza por esses dias aqui na Ilha, tendo como meta central a redução da pobreza, os cubanos revelam, nestas análises feitas com desembaraço e naturalidade, todo o esforço de 55 anos da Revolução Cubana feita na educação e na cultura deste povo.


Mariel, uma bofetada no bloqueio

Poderia citar muitas frases que colhi ao acaso, conversando com os mais diversos segmentos sociais, faixas etárias distintas, etc, mas, uma delas, merece ser difundida amplamente. O marinheiro aposentado Jorge Luis, que já esteve nos portos de Santos e Rio de Janeiro, que vibra com o samba carioca, foi agudo na sua avaliação sobre o significado da parceria do Brasil com Cuba para construir o Complexo Portuário de Mariel. “Com Mariel, Brasil rompe concretamente o bloqueio imperialista contra Cuba”, disse. E adverte: “Jamais os imperialistas vão perdoar Lula e Dilma”. Ele não disse, mas, no contexto do diálogo com este marinheiro negro, atento ao noticiário de televisão, leitor diário de jornal, informado sobre o que ocorre no Brasil e no mundo, estava subentendido, por sua expressão facial, que ficava muito claro porque Dilma é alvo de espionagem dos EUA.

O tom da cobertura do oposicionismo impresso brasileiro, pré-pago, à inauguração do Porto de Mariel, não surpreende pela escassa informação que apresenta, muito menos pela abundante insinuação de que tratar-se ia apenas de um gasto sem sentido, indefensável, indevido. Ademais, sobram os rançosos preconceitos de sempre, afirmando que o Brasil estaria financiando a “ditadura comunista”, tal como este oposicionismo chegou a mencionar que seria esta a única razão para empreender um programa como o Mais Médicos, que salva vidas e que tem ampla aprovação da sociedade brasileira.


É necessário um jornalismo de integração

Informações objetivas sobre o significado e a transcendência do Complexo Portuário de Mariel certamente faltarão ao povo brasileiro. Primeiramente, porque o oposicionismo midiático não permitirá sua difusão, numa evidente prática de censura. E, por outro lado, nem o PT ou as forças que sustentam politicamente o governo Dilma e estas iniciativas robustas da política externa brasileira, com tangíveis repercussões sobre a economia brasileira, possuem uma mídia própria para esclarecer o significado de Mariel, ante um provável dilúvio de desinformações sobre a sociedade brasileira.


Primeiramente, deve-se informar que o financiamento feito pelo BNDES, algo em torno de um bilhão de reais na primeira fase, não se trata de uma doação a Cuba. É um empréstimo, que será pago. As relações bilaterais Brasil-Cuba registram crescimento contínuo nos últimos anos.

Além disso, está condicionado à contratação de bens e serviços na economia brasileira, além de envolver cerca de 400 empresas, sendo, portanto, um dos fatores a mais que explicam porque há contínua expansão no mercado de trabalho brasileiro, com uma taxa de desemprego das mais baixas de sua história. Ao contrário do que ocorre, por exemplo, na Europa, onde aumenta o desemprego e há eliminação de direitos trabalhistas e sociais conquistados décadas atrás.


Dinamização das forças produtivas

Além disso, Mariel vai ser – por enquanto, Dilma inaugurou apenas a primeira fase – o maior porto do Caribe, com capacidade para atracar navios de calado superior a 18 metros, e também , podendo movimentar mais de 1 milhão de conteineres por ano. Terá um impacto especial para o comércio marítimo também direcionado ao Pacífico, via Canal de Panamá. Para isto, vale lembrar a importância da participação da China, crescente, na economia latino-americana, em especial com o Brasil. Tanto o gigante asiático como empresas brasileiras, já manifestaram interesse em instalar-se na Zona Econômica Especial a ser implantada em Mariel, onde também já foi construída uma rodovia moderna, estando em construção, uma ferrovia. De alguma maneira , Havana retoma uma posição de destaque no comércio marítimo internacional, pois já foi o maior porto da América Latina, ponto de conexão de várias rotas, tendo sido, por isso mesmo, uma cidade com mais de 70 por cento de habitantes portugueses, quando Portugal era um grande protagonista na marinha mercante internacional. Havana já teve, também, uma das maiores indústrias navais do mundo.


Cuba sempre impulsionou a integração

O tirocínio do marinheiro negro Jorge Luis é perfeito. Depois de suportar décadas de um bloqueio que impediu os cubanos a compra de uma simples aspirina no maior e mais próximo mercado do mundo, os EUA, a Revolução Cubana, tendo resistido a ventos e tempestades, sobretudo às agressões imperialistas, soube preparar-se para esta nova etapa da história, simbolizada pela existência de uma Celac que vai se consolidando, pouco a pouco. Não sem enfrentar ações desestabilizadoras, lançadas contra os países mais empenhados na integração regional latino-americana, como Venezuela, Bolívia, Equador, e, também, pelas evidentes ações hostis contra Brasil e Argentina. Cuba investiu parte de seus modestos recursos na solidariedade internacional. Seja no envio de 400 mil homens e mulheres para derrotar o exército racista da África do Sul que havia invadido Angola, como também para promover , em vários quadrantes, com o envio de professores, métodos pedagógicos, médicos e vacinas, a eliminação do analfabetismo e o salvamento generalizado de vidas. É o caso, por exemplo, do programa Mais Médicos, não por acaso tão injustamente desprezado pela oligarquia midiática, que vocaliza os laboratórios farmacêuticos multinacionais. Como defender que salvar vidas merece desprezo?

É certo que todas as economias caribenhas e latino-americanas serão dinamizadas com a entrada em funcionamento do Porto de Mariel, gerando mais empregos, possibilitando novas opções comerciais. É emblemático que China esteja firmando um acordo estratégico de cooperação com a Celac. Para uma economia cercada de restrições, sem capacidade de investimentos, sem engenharia nacional para fazer esta obra por conta própria, o Porto de Mariel, é um imenso descortinar de possibilidades para Cuba. Os gigantescos navios chineses, de uma China que consolida sua posição como a segunda potência comercial mundial, não podiam mais aportar no velho Porto de Havana, o que resultava numa limitação operacional e logística, com impactos econômicos negativos de grande monta. O Porto de Havana será readaptado para o turismo e a economia cubana, no seu conjunto, recebe, com Mariel um enorme impulso para a dinamização de suas forças produtivas. A atendente do hotel onde estou instalado me confessava hoje o interesse de ir trabalhar em Mariel, porque, segundo disse, o futuro está por ali e são empregos mais promissores.


Mariel e seus impactos internacionais

Realmente, para uma economia que perdeu a parceria que tinha com a União Soviética, que resistiu durante o período especial com as adaptações inevitáveis para salvar o essencial das conquistas da Revolução, o que Mariel significará é de extraordinária relevância. E é exatamente na dinamização das forças produtivas da Revolução Cubana que se localizam as chaves para muitas portas que podem ser abertas para uma maior dedicação de meios, recursos e iniciativas visando a integração latino-americana. E, neste quebra-cabeças, a política estratégica implantada por Lula, continuada por Dilma, é ,inequivocamente, muito decisiva. Que outro país poderia fazer um financiamento deste porte para a construção de Mariel?

Por último, pode ser muito útil uma reflexão sobre os diversos pensadores, formuladores e também executores de políticas de integração. Desde Martí, aquele analisou a importância da “nossa Grécia”, numa referência ao significado da civilização Inca, mas que também formulou o conceito de “Nuestra América”, até chegando ao pensamento de Getúlio Vargas, criador do BNDES, o banco estatal de fomento que está financiando a construção do Porto de Mariel, uma estupenda ferramenta integradora. Tudo converge para a abertura de uma nova avenida para dar trânsito à integração. Seja pela sabedoria dos povos da região que estão sabendo apoiar, com o seu voto, os governos que mais impulsionam estas políticas, seja pelos avanços concretos que estas políticas integradoras têm registrados, apesar da insistência nada profissional do jornalismo de desintegração em reduzir tudo a zero.


Futuro socialista

A força e a necessidade histórica das ideias se vêm comprovadas nesta inauguração da primeira etapa do Porto de Mariel, em plena reunião da Celac, sem a presença de Estados Unidos e Canadá, patrocinadores históricos da desintegração entre os povos. A simbologia da justeza histórica do pensamento martiniano, nos permite, agora, afirmar, também, que José Marti é um dos autores intelectuais de Mariel. E, retomando o otimismo realista do marinheiro Jorge Luis, constatamos que a dinamização das forças produtivas da Revolução Cubana que a parceria entre Cuba e Brasil possibilita, foi estampada na frase final do discurso do presidente cubano, General Raul Castro: “Mariel e a poderosa infraestrutura que o acompanha são uma mostra concreta do otimismo e da confiança com que os cubamos olham o futuro socialista e próspero da Pátria”. O marinheiro negro captou o significado essencial destes dias. Não por acaso, a Marcha das Tochas, que celebra com chamas que não se apagam, as ideias de Marti, em seu aniversário, ontem - com mais de 500 mil manifestantes, maioria esmagadora de jovens - teve, na primeira fila, além de Raul, os presidentes Evo Morales, Nicolás Maduro, Pepe Mujica, Daniel Ortega. As ideias de Marti, materializadas nestes avanços produtivos e integradores, como Mariel, vão iluminando o futuro socialista de Cuba e, com isto, da integração latino-americana.


(Beto Almeida)

O assassinato de Mahatma Gandhi



A história é pródiga em produzir mártires. Os preferidos são justo os que fazem a diferença e têm biografia caprichada. 

Foi isso que aconteceu num dia 30 de janeiro, no ano de 1948 em Nova Déli, na Índia. Era fim de tarde, quando três tiros ecoaram em meio à multidão. Mahatma Gandhi caía ao chão, mãos cruzadas sobre o peito. 

“Oh, Deus!” foram suas últimas palavras. E ele morria ali mesmo diante da multidão, aos 79 anos de idade, manchando de sangue o khaddar, a manta branca tecida por ele mesmo na sua roca de fiar. Os gritos da multidão comovida e indignada misturaram-se aos seus fracos e derradeiros gemidos. O apóstolo da satyagraha, a não-violência, fora executado a bala. 

E a humanidade perdeu uma de suas criaturas mais sublimes. O seu legado se inscreve na história como exemplo eterno. Que a memória de Gandhi jamais seja apagada.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

SOBREVIVENTES DA BARBÁRIE 1



“Em Sachsenhausen nós éramos obrigados a falsificar dinheiro para os alemães. Um menino havia pego um rato. Tinha tanta fome que queria cozinhá-lo. Repentinamente, um oficial da SS entrou na barraca e, aos berros, perguntou ao garoto: ‘O que você pretende com este rato?’ ‘Vou comê-lo’, disse o menino. ‘Então come!’, ordenou o oficial. Completamente estarrecido, o menino tentou morder um pedaço daquele rato vivo. Mas o animal fugiu e arranhou todo o rosto do rapaz. O oficial-SS ria diabolicamente, pegou a sua pistola e executou o menino. Eu estava em pé bem ao lado dos dois e o sangue dele respingou no meu rosto. Eu sinto os respingos até hoje.”

Mano Höllenreiner, sobreviveu a Auschwitz e a Sachsenhausen.
(Foto: Maciek Nabrdalik. Texto: www.stern.de. Tradução: Clovis Lindner)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Um barril de pólvora no paraíso catarinense



Enquanto as autoridades entraram num jogo de empurra empurra desde antes do Natal, o caldo vai engrossando na ocupação Amarildo de Souza, em Florianópolis. Já passa de 200 pessoas na ocupação de um terreno de 600 hectares no bairro Vargem Pequena, às margens da SC-401, a rodovia que leva às praias do norte da Ilha de Santa Catarina. 

O terreno, segundo a justiça, pertence ao ex-deputado estadual Artêmio Paludo (dois mandatos, uma pela extinta ARENA e outro pelo extinto PDS, o primeiro em pleno regime militar e o segundo no apagar das luzes do dito cujo). A família de Paludo quer instalar um clube de golfe ou um condomínio na área, mas hoje é uma fazenda de crustáceos entregue às moscas. Segundo a família e a justiça, não se trata de “área improdutiva”.

Os acampados, gente que quer um telhado sobre a cabeça e um lugar para viver, vem recebendo diversos apoios que só engrossam o caldo social em estado de ebulição no local, como um grupo de índios e estudantes da UFSC que lutam por moradia digna para os acampados e também para si, defendendo que uma universidade de 30 mil estudantes não pode se contentar em oferecer apenas 300 moradias estudantis. 

Quanto aos índios, querem um lugar no centro da cidade para ficar e vender seu artesanato, única fonte de renda dos Kaingang e de todas as tribos. É justo e urgente, até para parar de confundir índio vendendo artesanato com indigente. Eles estão trabalhando!

A execução da ordem de reintegração de posse depende da burocracia. 

Enquanto isso, a sociedade “de bem” se apressa em julgar os acampados como baderneiros, gente desqualificada movida por interesses políticos etc. O editorial da IC Record e os textos da coluna de Moacir Pereira na RBS são de arrepiar. A enxurrada de preconceitos é tamanha que sequer merece revide. 

Resumo da ópera: a ocupação Amarildo de Souza é só mais uma de centenas de situações semelhantes em todo o país. Depois de mais de uma década no governo, a esquerda não fez nada pela Reforma Agrária. Em nome da governabilidade, traiu seus princípios mais caros e fugiu da reforma agrária como o diabo da cruz. 

E o Brasil continua sendo o que sempre foi: um dos países mais injustos do mundo na questão do uso da terra. A constituição garante “fim social” para a terra. O que se fez, desde as capitanias hereditárias, sempre foi defender o “direito de propriedade”. Quem tem terra, é do bem. Quem não tem, que vá plantar batatas no inferno. É assim que se pensa e é assim que se age, no Legislativo, no Executivo e no Judiciário. E é também assim que se prega, insistentemente, na imprensa. E a sociedade fica de claque...

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Palavra que equivale a um xingamento


"Sozialtourismus" (turismo social) foi considerada "Unwort", a palavra mais desprezível, de 2013 na Alemanha. O conceito tem conotação pejorativa contra os imigrantes indesejados, em especial do Leste europeu, que vêm à Alemanha em busca de vida digna. O verbete distorce esta busca e a transforma numa viagem de lazer às custas da economia alemã. A palavra foi escolhida por um júri independente de linguistas, jornalistas e escritores, depois de ser selecionada entre 746 outras palavras.

A conceituação dessa migração como "turismo" distorce os fatos e sugere que a viagem na verdade tem objetivos similares a uma viagem de férias. Já a palavra "social" reduz a migração a um ato oportunista de querer tirar proveito do sistema social alemão. Segundo a justificativa do júri, o conceito discrimina as pessoas que vêm à Alemanha em busca de um futuro melhor e lhes nega o direito a isso.


A ideia foi lançada no ano de 1991 pelo linguista Horst Dieter Schlosser para refletir sobre a discriminação na linguagem. Em anos anteriores o júri escolheu palavras como "capital humano" (2004) ou "emigração voluntária" (2006).

Segundo relatório do governo alemão, no ano de 2012 mais de um milhão de pessoas imigraram para a Alemanha. Mais de 620 mil desses imigrantes vieram de países da União Europeia, com a Polônia na ponta da lista desde 2006, seguida da Romênia e da Bulgária. Mais de 18 por cento alegam razões familiares, enquanto 16 por cento vem para estudar e 13 por cento em busca de trabalho. Em torno de 27 mil desses imigrantes eram de pessoas altamente qualificadas do ponto de vista profissional.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A igualdade é uma máscara




Luciana Genro é uma mulher que eu admiro. Determinada, forte, consciente e com uma opinião tão cristalina que não hesitou em tornar-se oposição ao próprio pai, o governador gaúcho e ex-ministro Tarso Genro. Embora eu considere o PSOL (partido ao qual ela se filiou depois de sair do PT) muito radical, tem nele muitas das coisas que eu admirava no Partido dos Trabalhadores. Bandeiras sociais muito próximas da visão social do evangelho, igualdade acima de tudo, justiça para todos, enfim...

Falo isto porque achei muito pertinente a avaliação de Luciana sobre os entrementes famosos “rolezinhos” nos shoppings. Ela mostra que algo que vinha sendo tolerado com uma certa empáfia também aqui, nos nossos shoppings blumenauenses, agora virou caso de polícia. Também aqui famílias pobres vão ao shopping no domingo, ver vitrines em lojas fechadas, e passear com os filhos. Vão olhar o que os ricos compram. Vão ver o que jamais poderão comprar. Apenas vão sonhar, com uma igualdade que é máscara. Veja o que Luciana escreve:


“Os jovens pobres não têm direito de circular pelos shoppings, pois eles não pertencem ao mundo do consumo. Sem consumir, são descartáveis – pois inúteis ao capitalismo – e o lugar deles é nas periferias. Mas se ousam invadir o templo do consumo, a polícia é chamada. Mesmo que não roubem, não furtem, mas se não se contentam com o seu lugar periférico e querem ocupar o espaço dos consumidores sem consumir, é para os presídios imundos – como o de Pedrinhas no Maranhão ou o Central em Porto Alegre – que eles devem ir. Polícia neles!

E não faltam vozes, algumas até bem intencionadas, clamando por mais encarceramento. São os aparatos ideológicos do Sistema agindo para convencer os “do bem” que do outro lado estão os “do mal” e que os encarcerando estaremos todos mais seguros. Esta separação entre os “do bem” e os “do mal” é muito conveniente para o Sistema. Os “do mal” são os que não têm capacidade de consumo e só atrapalham e amedrontam os “do bem” que estão no shopping para consumir e fazer girar a roda do capitalismo. No caso dos “rolezinhos” não há roubo nem violência, mas isso não importa. Eles não compram, então não pertencem àquele lugar, são “do mal”, tem que ser expulsos.”

Este é apenas um trecho do seu texto, que você pode ler na íntegra aqui.

DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO

No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...