terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ironia: Hitler tinha DNA judeu e africano


Ironia suprema da história, estudos feitos com amostras de DNA dos parentes de Adolf Hitler demonstraram que o Führer tinha ascendência genética africana e judia. O homem que escreveu “Mein Kampf” e provocou o maior genocídio da história em nome da pureza da raça ariana, não era ariano.

A pesquisa foi divulgada pela revista belga Knack. O material utilizado para o teste do DNA foi coletado de 39 parentes do ditador, rastreados a partir de indicações de um jornalista e de um historiador. Eles encontraram o cromossomo chamado Haplogroup E1b1b (Y-DNA) em todas as pessoas ligadas consanguineamente ao líder do Terceiro Reich. Esse cromossomo é raro na Alemanha e mesmo na Europa Ocidental, sendo encontrado com maior frequência nos povos berberes da África, que vivem no Marrocos, na Argélia, na Líbia e na Tunísia, bem como em descendentes de judeus asquenazes e sefarditas, informou o historiador Marc Vermeeren.

A revista Knack fez questão de destacar que as provas do DNA foram testadas em condições rigorosas de controle, para dar segurança absoluta ao resultado. O cientista Ronny Decorte, especialista em genética, admitiu que “é um resultado surpreendente”, chegando a reconhecer que Hitler provavelmente tem raízes no norte da África. Surgiram especulações de que Alois, pai de Adolf, teria sido filho ilegítimo da empregada doméstica Maria Schickelgruber e do judeu de sobrenome Frankenberger, de 19 anos. Historiadores já haviam ventilado a hipótese de que Hitler tinha ancestrais judeus.
Com informações de ALC (http://www.alcnoticias.net/)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Bruni é prostituta por defender Sakineh

Um jornal controlado pelo governo do Irã chamou a primeira-dama da França, Carla Bruni, e outras personalidades francesas de “prostitutas” em um artigo de opinião. O texto não-assinado, na página 2 da edição de sábado do jornal estatal Kayhan traz o título: “Prostitutas francesas entram no tema direitos humanos”. O artigo critica Carla Bruni e a atriz francesa Isabelle Adjani, que assinaram o abaixo-assinado em defesa de Sakineh. No texto, o jornal afirma que Bruni é uma pessoa “imoral”.

O Brasil e o flagelo da pouca leitura


No Brasil cada pessoa lê, em média, 1,3 livro(s!!!) por ano. Nos Estados Unidos 11, na França 7, na Argentina 3,2. Existem 2.980 livrarias no país, uma para cada 64 mil habitantes. Segundo a UNESCO, deveria haver pelo menos uma livraria para cada grupo de 10 mil habitantes. Há em todo o Brasil 4.763 bibliotecas, uma para cada 33 mil habitantes. Na Argentina existe uma para cada 17 mil. Em 420 cidades brasileiras não existem bibliotecas ou estão fechadas. Essas bibliotecas emprestam, em média, apenas 296 livros por dia, o que é muito pouco, e somente 29% delas tem acesso à internet. Os dados são do Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, realizado pela Fundação Getúlio Vargas a pedido do Ministério de Cultura.

Segundo a Unesco, o Brasil tem 13,8 milhões de analfabetos. Sem contar os analfabetos funcionais, um universo que engloba 54% da população entre 15 e 64 anos que cursaram até a 4ª série do Ensino Fundamental e não são capazes de compreender textos extensos e muito menos de redigir uma carta sem graves erros de ortografia ou de sintaxe.

Entretanto, não é esse universo ainda bastante nublado da falta de formação básica que reforça as estatísticas dos baixos índices de leitura no nosso País.

O maior problema é aquele outro universo, o dos brasileiros ditos alfabetizados, que tem Ensino Fundamental completo, Ensino Médio concluído e até mesmo um curso superior ou, ainda, uma pós-graduação. Entre estes, a leitura também não é um hábito. Esconde-se ali uma multidão que perde tempo demais vendo TV, correndo atrás de pequenos modismos momentâneos ou de mais e mais dinheiro. Na verdade, quem salva a pátria de chuteiras, e garante ao menos um livro e um terço (!) na média geral, é um seleto grupo que ajuda a garantir a sobrevivência das escassas livrarias brasileiras.

O que dizer de um País em que prosperam dicas de "leitura rápida" dos grandes clássicos da literatura mundial? Como mencionar sem ruborizar que por aqui se responde com um "dei uma olhada por cima" quando se pergunta se já leu Jorge Amado? Até na Rússia o nosso maior novelista do século 20 é mais conhecido. Como explicar milhares de estudantes universitários ou "doutores" que são proprietários de bibliotecas esquálidas, compostas apenas de livros técnicos, de compra obrigatória durante o curso, e que sequer têm o hábito de ler regularmente alguma revista semanal? Como não morrer de vergonha num país em que os leitores são atacados inapelavelmente pelo sono depois de ler dez páginas?

Para mudar isso, deve-se iniciar na mais tenra idade. Não falo de crianças em idade escolar. Muito antes disso, se recomenda aos pais que leiam histórias infantis desde a primeira semana de vida do bebê. Mesmo que se tenha a impressão de total desinteresse de parte do mesmo, na verdade isso o ajuda a melhorar as conexões entre os 100 bilhões de neurônios do cérebro, o que, segundo Frei Betto, “é o mesmo que percorrer meio caminho para que, na idade adulta, ele seja capaz de construir sínteses cognitivas, sabendo relacionar as partes com o todo e fragmentar o todo em suas partes constitutivas”.

As crianças que ouvem histórias desde muito pequenas enriquecem seu vocabulário e desenvolvem a capacidade de compreensão e de aprendizagem. As pesquisas comprovam que o hábito da leitura em casa possibilita um melhor aproveitamento escolar.

“O grande perigo hoje é ver crianças e adolescentes ‘sequestrados’ intelectualmente pela hipnose televisiva de baixa qualidade ou navegando à deriva na internet. No caso da TV, o perigo de abandonar a própria imaginação em favor das fantasias projetadas na tela. Na adolescência poderão inclusive buscar suprir a carência através das drogas. O perigo de uso abusivo de internet, sobretudo quando se navega sem direção, é ser bombardeado por um fluxo de estímulos e informações sem estrutura cognitiva e moral para selecionar ou discernir. E é bom recordar que ver o que aparece na TV e no monitor do computador não equivale a ler e, muito menos, a escrever”, pondera Frei Betto.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Padre vira skatista para atrair os jovens



O padre húngaro Zoltan Lendvai está fazendo um sucesso incrível no Youtube, com este vídeo. É assim que ele conquista os jovens para a igreja católica da pequena cidade húngara de Redics. O seu vídeo já teve mais de 400 mil acessos. Segundo a BBC, alguns adolescentes estão indo regularmente às missas do padre depois de descobrirem seus dotes skatistas. O padre, que tem 45 anos, começou bem cedo a dominar as pranchas de skate. Ele apenas reciclou seu conhecimento, adquirido quando tinha 14 anos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um milhão de assinaturas contra a fome


O presidente Lula assinou ontem, quarta-feira (25), em Brasília, a petição do projeto “1billionhungry” (um bilhão de pessoas com fome). O projeto busca reunir um milhão de assinaturas para uma petição convocando os líderes nacionais e internacionais a colocarem o combate à fome no topo da agenda política. É uma campanha mundial de comunicação que oferece uma saída criativa para a revolta e indignação que as pessoas sentem frente à inaceitável situação da fome no mundo.

Lula se une a mais de 421 mil pessoas que já assinaram a petição. Atualmente, cerca de um bilhão de pessoas passam fome no mundo. A petição contra a fome pode ser assinada diretamente no sítio www.1billionhungry.org/faobrasil. As pessoas podem apoiar o projeto “1billionhungry” assinando a petição e convidando seus amigos e familiares também a fazerem o mesmo.

No Brasil já há diversos apoiadores: Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), Rede Nacional de Mobilização Social (COEP), Agências da ONU, Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), das ONGs Visão Mundial e Planeta Voluntários, Universidade de Brasília (UnB), Centro Universitário de Brasília (Uniceub), União Pioneira de Integração Social (UPIS), vários cantores entre eles Gilberto Gil e outras personalidades de renome internacional como o ator britânico Jeremy Irons, o músico cubano Chucho Valdes, a cantora colombiana Fanny Lu, o campeão olímpico americano, Carl Lewis, o jogador de futebol francês Patrick Vieira e outros.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Boca costurada em greve de fome

Ramaz Aronia, de 51 anos, refugiado da Abkhazia, costurou os lábios em greve de fome em Tbilisi, Geórgia, nesta quarta (25 de agosto). Dezenas de refugiados protestam contra a decisão do governo de expulsá-los das casas em que vivem atualmente.
(Foto: David Mdzinarishvili/Reuters)

Uma carta de Manoel Kanamari

Aldeia Kanamari, no Amazonas

O planeta está entrando na UTI. Enchentes na China e no Paquistão, incêndios incontroláveis na Rússia e no Brasil, um calor insuportável no verão europeu e norte-americano, umidade relativa do ar próxima de zero no centro-oeste brasileiro...

Enquanto isso, sucedem-se meetings, cumbres, cúpulas, protocolos e acordos que não chegam a acordo algum. Fala-se em mudanças para não ter que mudar nada. Divulgam-se aos quatro ventos centenas de experimentos com novos combustíveis, veículos com emissão zero e energia limpa, mas ao mercado continuam chegando bólidos com duzentos, trezentos e até quatrocentos cavalos sob o capô, que engolem mais gasolina do que poeira... Usinas hidroelétricas gigantescas continuam sendo construídas. A pesquisa nuclear continua a todo vapor. Ninguém vai parar a exploração de petróleo, em um único poço que seja, em qualquer parte do mundo. A economia sustentável é uma conversa fiada tão gigantesca quanto a poluição gerada pelo desenvolvimento a qualquer custo. Nada, absolutamente nada, nenhuma catástrofe ou desastre ambiental, irão parar a roda. Até quando? Até que caia o último dos moicanos.

Por isso, em mais uma tentativa de arranhar pelo menos um pouquinho o lustro da pujante economia humana, que não pode, não quer e não vai parar, um alerta desesperado de Manoel Daora Kanamari, um indígena da tribo Kanamari, do Amazonas. Obrigado, Hans, por fazer este texto chegar até nós.

Meus amigos, chega de fazer poluição e desmatar a floresta. Não destruam mais as árvores, a natureza, porque são elas que protegem a terra e armazenam a água. Se forem destruídas não haverá mais água. Nós podemos desaparecer por falta de água, por isso, por favor, parem de poluir o ar, a atmosfera que não agüenta mais tanta poluição. Também nós podemos desaparecer sob essa seca, podemos até ser castigados sobre o fogo com nossas atitudes. Além disso, parece que quanto mais poluição mais doenças diferentes surgem. Vamos parar com essas indústrias que só geram calor e seca; vamos parar para que possamos nos refrescar um pouco mais. Quando não existia não-indígenas aqui, não havia tanta doença nem tanto calor (quentura).

Meus irmãos, meus amigos, nós indígenas não poluímos a atmosfera nem poluímos a natureza. Nós indígenas vivemos sem nenhuma indústria, por quê vocês não-indígenas não podem viver? Sinto que vocês também podem viver como nós, sem poluição e destruição. Nós indígenas podemos não conhecer muito de livros [ciência], mas sabemos respeitar a natureza, não poluímos ou destruímos a mata irresponsavelmente. Fazemos isso porque reconhecemos que as árvores também têm vida, como a gente. Não poluímos o ar porque reconhecemos que o ar é o nosso ar, precisamos dele para respirar, para continuarmos vivos. Se poluirmos o ar, pegaremos doença que nós mesmos criamos, por poluirmos o ar. Nós indígenas precisamos do ar, por isso que o respeitamos.

Meus amigos não-indígenas, se vocês não sabem que precisamos do ar para sobreviver agora saberão. Vocês são homens da ciência e de leis, mas não aprenderam a respeitar o ar, a natureza. Se vocês não conhecem sobre a natureza e o sobrenatural poderão conhecer agora conosco. Meus amigos, eu sou índio e fico refletindo: os não-indígenas são muito inteligentes, mas parecem não conhecer nada. Pois eu sou índio e reconheço a natureza, o ar, a atmosfera, os rios, a mata.

Manoel Daora Kanamari, Itamarati-AM

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O mundo quer salvar Sakineh


Os protestos do mundo inteiro contra o apedrejamento de Sakineh Mahammadi Ashtiani (43 anos) estão ganhando um novo contorno. Agora não é mais coisa de alguns poucos. Grupos gigantescos estão se formando na internet e famosos estão se empenhando pela iraniana. No próximo sábado, uma aliança de organizações pelos direitos humanos pretende organizar um mega-evento de protesto contra apedrejamentos, tortura e execuções no Irã, sob o lema “100 cidades do mundo contra as execuções” (http://notonemoreexecution.org/2010/08/14/100-stadte-der-welt-gegen-steinigung/). É a maior ação do tipo jamais organizada. Até o momento 87 cidades anunciaram sua participação, entre eles Berlim, Bagdá, Nairóbi e Nova York.

A solidariedade com Sakineh é gigantesca ao redor do planeta. A rede de relacionamentos Facebook organizou um site exclusivo para o caso (http://www.facebook.com/savesakineh/), que já tem mais de 60.000 integrantes. No site “freesakineh” (http://freesakineh.org/) quase 200 mil pessoas já assinaram a petição online por sua liberdade. Diversos famosos também colocam seus valiosos nomes nessa lista: Ingrid Bethancourt, Michael Bloomberg, Michael Douglas, Catherine Zeta Jones, Yoko Ono, Anni Lennox e outros já assinaram a lista.

Segundo a iraniana Mina Ahadi, uma ativista dos direitos humanos que vive na Alemanha, com a repercussão internacional do caso, é pouco provável que o governo iraniano perca a oportunidade de mostrar ao mundo que não aceita intromissão em questões internas. Portanto, apesar do gigantismo do protesto em todo o mundo, é quase certo que Sakineh não receba o indulto.

Segundo Ahadi, que tem contato direto com a família e o advogado de Sakineh , a prisão dela foi reforçada e todas as conversas do advogado são submetidas a rigorosa vigilância, com registros de vídeo e observadores presentes. Segundo Ahadi, na semana passada a própria Sakineh teria dito aos seus filhos, que visitavam a mãe na prisão, que ela tem poucas esperanças de escapar da condenação. Ao jornal britânico “The Guardian” ela disse que as autoridades iranianas querem confundir a imprensa internacional para poder executá-la às escondidas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Com deficiência, sem emprego


Começou no sábado, dia 21, e vai até 28 de agosto, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, com o tema: “Dá-nos a superação do preconceito a cada dia”. A semana de reflexão sobre o tema é instituída pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil-IECLB. Um caderno de subsídios aponta que “nesta semana, em especial, se faz necessário refletir sobre o quanto as pessoas com deficiência são privadas do seu direito ao ‘pão de cada dia’ (NE: referência ao tema do ano da IECLB). Barreiras impostas dificultam ou impedem o acesso à educação, ao mercado de trabalho, à saúde, à convivência, ao respeito, ao amor e a tantas outras coisas necessárias para uma vida com qualidade”. Maiores informações pelo http://www.luteranos.com.br/, o portal da IECLB.

Por falar no assunto, a blogueira Márcia Gori (http://mrciagori.blogspot.com/) traz uma denúncia importante sobre a diminuição da presença de trabalhadores com deficiência nas empresas brasileiras nos últimos dois anos.

Segundo o seu blog, “enquanto cresceu 9,6% o percentual de trabalhadores formais, ocorreu um decréscimo de 17,3% nos postos ocupados pelo segmento. A comprovação desta situação veio a público na semana passada com a divulgação dos dados da RAIS-2009 (Relação Anual de Informações Sociais) pelo Ministério do Trabalho. O ministério informou que do total de 41.207.546 de vínculos trabalhistas ativos, registrados em 31 de dezembro de 2009, as pessoas declaradas com deficiência eram 288.593 (0,7 % do total) sendo que destas, as com deficiência física representam 45,68%, auditiva 22,74%, visual 4,99%, mental 4,55%, múltipla 1,21% e reabilitados 11,84%”.

“Vale a pena relembrar que o IBGE aponta que as pessoas com deficiência representam 14,5% da sociedade ao passo que o Ministério do Trabalho está confirmando que apenas 0,7% dos postos de trabalho formais estão sendo ocupados por trabalhadores com deficiência”, aponta a blogueira, que é ela própria portadora de necessidade especial.

Segundo Márcia, “dá para perceber que a ‘radiografia’ identificou uma doença grave chamada preconceito cultural, que dificulta as contratações até mesmo no cumprimento da Lei de Cotas que completou 19 anos no mês passado. A Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência está sendo desrespeitada na área do trabalho, com danos irreparáveis no Direito ao Trabalho destas pessoas”, ela finaliza.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sports are business!


O Mundial de basquete promete ser quente dentro de quadra. A uma semana do início da competição, que acontece na Turquia, as seleções da Grécia e da Sérvia transformaram um simples amistoso preparatório em uma guerra. Socos, pontapés, cadeirada e sangue foram o saldo da briga entre jogadores das duas seleções nesta quinta-feira à noite.

Ao contrário da crença comum, o esporte não enobrece o ser humano. Ele fomenta rivalidade, competição, xenofobia, violência, distúrbios de toda ordem e não condiz com o espírito cristão. Essa história de que o esporte contribui para a paz, a harmonia entre os povos e a saúde das pessoas, é conversa de patrocinador. Aliás, pelas estratosféricas somas em jogo, até mesmo no esporte “amador”, sports are business! Somente isso. O resto é conversa prá boi dormir.

Quanto à saúde, bem, deixo a palavra com o Guga, o Cacá, o Ronaldo... e milhares de anônimos atletas que, exigidos até o seu limite máximo, deixaram a sua juventude nas quadras e carregam as sequelas por toda a vida. Sem falar dos que se anabolizaram e morreram antes dos 40 anos... dos que se drogaram para suportar as dores e se tornaram dependentes...

Não me falem do valor do esporte para a humanidade...

70 anos de Taizé

Os jovens são atraídos de modo especial pela comunidade
No dia 20 de Agosto de 1940, em meio à II Guerra Mundial, o irmão Roger chegou a Taizé, com o projeto de fundar uma comunidade. Morreu a 16 de Agosto de 2005, assassinado por uma senhora bem no meio da oração comunitária da noite, diante dos celebrantes. Lembro hoje este duplo aniversário, dos 70 anos da fundação da Comunidade e dos cinco da morte do irmão Roger.

Segundo o secretário-geral da Federação Luterana Mundial, Ishmael Noko, “Não podemos lembrar-nos da violenta morte do irmão Roger sem estarmos ainda mais conscientes de que ele foi testemunha de uma outra visão de vida. O empenho de Taizé pela reconciliação, a paz e a unidade da humanidade é mais atual do que nunca.”

Segundo o secretário-geral do Conselho Mundial das Igrejas, Olav Fykse-Tveit, “A ‘parábola da comunidade’ foi um serviço pioneiro: inspirou Igrejas do mundo inteiro e é um modelo para estas atenderem às necessidades espirituais e materiais do povo de Deus e, mais particularmente, dos jovens.”

Para o irmão Roger, Deus está unido a todo o ser humano, mesmo àqueles que não têm consciência disso. Nesta confiança na presença de Deus, ele encontrava uma paz que procurava comunicar aos outros.

A comunidade de Taizé originou um estilo único de música contemplativa que reflete a natureza meditativa da comunidade. A música de Taizé dá preferência a frases simples, usualmente linhas dos Salmos ou outro pedaço da Bíblia, repetidas para ajudar na meditação e na oração. A comunidade acolher pessoas e tradições cristãs do mundo todo. As músicas são cantadas em muitas línguas, cada vez mais incluindo cânticos e ícones provenientes da tradição Ortodoxa Oriental.

A comunidade de Taizé tornou-se um importante destino de peregrinação cristã com milhares de pessoas que a visitam todos os anos, chegando a seis mil pessoas por semana, especialmente durante o verão. Os encontros de uma semana com jovens de várias nacionalidades (para jovens dos 17 aos 30 anos de idade) são a prioridade da comunidade.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Amis are going home... really?


Tudo começou com uma mentira. O mundo inteiro acreditou na história do governo Bush de que Saddam fabricava “armas de destruição em massa”. Hoje, após sete anos de muita violência e incontáveis outras mentiras (o número sete não é uma mera coincidência, não?), o exército norte-americano começa a deixar o Iraque. Após dezenas de milhares de mortos e bilhões de dólares que viraram fumaça, Amis are going home... A retirada deve terminar até o final de agosto, o que, no fundo, é só mais uma mentira. Cerca de 50 mil soldados permanecerão em solo iraquiano como “forças de segurança”, por mais um longo ano.

De mala e cuia, as tropas atravessam a fronteira rumo ao Kuwait e, de lá, de volta aos EUA. A Casa Branca evitou fazer alarde, porque não há motivo para dizer que estão saindo vitoriosos. Para muitos dos que partem hoje, tem um próximo alvo no caminho. Faz tempo que a luta no Afeganistão espera por soldados experientes... Afinal, não dá para viver sem uma guerrinha. A vida num planeta em paz seria um tédio total e insuportável.

Uma conferência que busca a paz no campo


Começou hoje, às 9 horas, a VI Conferência da Paz no Brasil, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). O tema da conferência é “Direitos Humanos e Participação Popular: Por um Limite da Propriedade da Terra”. O objetivo é refletir sobre a concentração de terras nas mãos de poucos e como este cenário desigual reflete na questão dos Direitos Humanos.

Entre os convidados, estão o deputado Michel Temer (PMDB/SP), o padre Dirceu Fumagali, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o deputado Nazareno Fonteles (PT/PI); Iradj Eghrari, da Comunidade Baha’i, Daniel Seidel, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), o Juiz de Direito Marlon Jacinto Reis, Luiz Bassegio, do Plebiscito Popular, Marcelo Lavenère, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Gilberto Portes, do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA), e o assessor de Direitos Humanos do CONIC, Everardo de Aguiar Lopes, além do secretário geral e do presidente do CONIC, Rev. Luiz Alberto Barbosa e P. Sin. Carlos Augusto Möller.

Além de chamar a atenção para a questão da terra, a iniciativa deve lançar, ao final do dia de hoje, um Documento Oficial que refletirá a questão, apontando alternativas e soluções para este que é um problema crônico do país. “A concentração de terras no Brasil gera diversos problemas que apenas refletem a inoperância do Estado em lidar com a situação. A favelização das cidades, o aumento da criminalidade, a questão do trânsito caótico das grandes metrópoles, poluição atmosférica, ilhas de calor, etc, tudo isso tem, direta ou indiretamente, relação com a questão fundiária. Ou enfrentamos esse problema o quanto antes, ou veremos a perpetuação de mazelas sociais como a miséria, a fome, a prostituição infantil, entre outras”, disse o Rev. Luiz Alberto Barbosa.

Para o presidente do CONIC, o direito à terra é algo divino. “A terra, como diz o Salmo 24, é de Deus. Desta forma, a VI Conferência da Paz visa dar subsídios para uma reflexão produtiva e eficiente acerca do tema proposto. Precisamos instrumentalizar as pessoas sobre o assunto. Posso dizer, com toda certeza, que essa é uma iniciativa que aponta mais uma vez para atuação profética do CONIC na defesa dos Direitso Humanos e na promoção de uma Cultura de Paz”, disse o pastor Carlos Möller.

Família do saudoso Betinho é indenizada


A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu ontem anistia política ao sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho. Sua família terá direito a uma indenização mensal de R$ 2.294,61 e mais R$ 207.738,79 por prejuízos financeiros decorrente da exoneração de Betinho do cargo de coordenador de equipe técnica do Ministério da Educação durante a ditadura.

Betinho foi um dos fundadores da Ação Popular (AP), organização ligada à Igreja Católica que atuou na resistência ao regime militar. O sociólogo foi exilado no início da década de 1970 e retornou em 1979. No ano de 1992 Betinho liderou uma campanha de combate à fome. A viúva de Betinho, Maria Nakano, também foi anistiada. Ela receberá uma indenização mensal de R$ 1.205,53 e um valor retroativo de R$ 109.103,53 por ter sido impedida de exercer sua atividade de trabalho no período do exílio.

Betinho é mais uma dessas figuras que não devemos esquecer. Sua luta ajudou a transformar o Brasil na nação que é hoje. E certamente nos inspira a não resignar na busca por mais justiça social, num dos países que ainda tem uma das piores distribuições de renda do mundo. Papo esse, aliás, muito usado pelos que mais ganham, justamente para denegrir a imagem dos que fazem alguma coisa para mudar a realidade de injustiça social no Brasil. Nunca fizeram nada contra a fome e a miséria, mas fazem questão de manchar a memória dos que perderam a saúde, o emprego, a liberdade e até a vida nessa luta.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Carlos Drummond de Andrade


Hoje, 17 de agosto, no ano de 1987, o Brasil perdia Carlos Drummond de Andrade. O maior poeta brasileiro do século 20 era também cronista, contista e tradutor. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social. Para homenageá-lo, encontrei uma frase que tem uma semelhança impressionante com o que diz o Apótolo Paulo na carta aos Romanos. Compare e veja:

“A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.”
Carlos Drummond de Andrade

“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.”
Apóstolo Paulo

E, para refletir neste dia, vai um pensamento que é um desafio de vida:
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O beijo do fim da guerra

A foto original da revista Life e a reconstituição da cena (abaixo)
O beijo entre um marinheiro e uma enfermeira em plena Times Square, em Nova York, comemorando o fim da Segunda Guerra Mundial, imortalizado por uma fotografia da revista “Life” completa 65 anos amanhã, dia 14 de agosto. Uma das mais famosas fotografias do século 20 será homenageada neste final de semana com um “beijo coletivo”. Os organizadores do evento esperam que centenas de pessoas participem da recriação da imagem que o fotógrafo Alfred Eisenstaedt tirou em 14 de agosto de 1945. A homenagem será aos pés de uma estátua colorida de oito metros de altura, que reproduz a célebre foto e está instalada na esquina da rua 44 com Broadway, exato ponto onde a imagem foi feita. Eisenstaedt morreu em 1995, e a enfermeira, Edith Shain, faleceu no início deste ano, com 91 anos de idade.

Metodistas confessantes

Os jovens metodistas protestaram na rua e na plenária do 18º Concílio Metodista, em 2006.

No período – de triste lembrança e dramáticas consequências – em que o Nazismo imperou na Alemanha (1933-1945), não se submeter à tirania do Estado era, além de um ato de extrema coragem e heroísmo, uma condenação quase certa à morte. O terror de estado garantiu a adesão das massas. Até mesmo a Igreja submeteu-se oficialmente, tanto a católica quanto a protestante. Nos anos áureos da ditadura de Hitler não era incomum ver sacerdotes e pastores ao lado dos garbosos uniformes decorados com a suástica onipresente.

Um pequeno grupo de pastores luteranos, entretanto, ousou corajosamente nadar contra a forte correnteza do III Reich, por considerar que o caminho de ódio e perseguição oficializado pelo governo não condizia com o conteúdo do Evangelho. Em oposição à igreja oficial, este grupo fundou a “Bekennende Kirche” (Igreja Confessante). O grupo cresceu rapidamente, não só no número de adesões, mas na ousadia de suas iniciativas de protesto.

Vale lembrar que um dos expoentes deste grupo era o pastor Dietrich Bonhoeffer, que foi enforcado no campo de concentração de Flossenbürg no dia 9 de abril de 1945 (e não em Berlim, como afirma a Wikipédia), poucos dias antes do final da guerra, como inimigo pessoal do Führer. Entre outros atos contra o regime, ele havia sido contra-expião dos aliados e participou de um atentado frustrado contra Hitler.

O heróico exemplo da “Bekennende Kirche” serviu de inspiração para um grupo de 175 pessoas da Igreja Metodista do Brasil, que fundaram o grupo dos “Metodistas Confessantes”. O grupo de leigos e clérigos metodistas surgiu logo após o final do 18º Concílio da Igreja Metodista, de 10 a 16 de julho de 2006. Qual é a sua luta? Eles se opõem à decisão daquele concílio de que a Igreja Metodista deve retirar-se de todos os organismos ecumênicos de que participa em que tenha também a participação da Igreja Católica Romana.

Apenas para lembrar o dramático peso daquela decisão conciliar, na época os metodistas ocupavam a secretaria executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs-CONIC, entidade ecumênica brasileira que tinha no pastor metodista Western Clay Peixoto o seu secretário executivo. Por causa da decisão conciliar, Peixoto abdicou da secretaria executiva do CONIC.

Os metodistas confessantes foram criados como um movimento que se opõe à idéia do episcopado vitalício e que defende o princípio do sacerdócio universal de todos os crentes, como antídoto ao culto à personalidade. Também defendem os direitos humanos, ampliar a participação das mulheres na igreja e fora dela, bem como lembrar dos pobres. Defende também o ecumenismo como espaço de afirmação e busca da paz.

Em seu pedido ao 19º Concílio o grupo afirma a incapacidade de obedecer à decisão do 18° Concílio Geral por causa da “liberdade à qual somos chamados e que em Cristo nos foi outorgada”. No documento encaminhado à Igreja, o grupo informa que muitos pastores e pastoras não assinaram por medo de represálias que ocorrem em algumas regiões eclesiásticas da denominação.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sabedoria anciã


“A lei da ficha limpa coloca em risco o estado de direito no Brasil.”

A frase é do ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau, aposentado no último dia 2 de agosto. Ela confirma o que eu disse aqui (http://clovishl.blogspot.com/2010/05/para-refletir-durante-o-final-de-semana.html), citando Marcos Rolim e Aurélio Weissheimer. Eu afirmei que ela pode ser um instrumento muito eficiente para tirar adversários políticos do caminho. Citei como exemplo Nelson Mandela, o grande conciliador que construiu a moderna África do Sul livre do apartheid, depois de ter passado duas décadas preso em Roben Island, com condenação de prisão perpétua. Se lá houvesse uma lei como a nossa da Ficha Limpa, ele não teria sido candidato a presidente da África do Sul. E tudo o que fez, não teria feito.

Não sou contra a moralização nos meios políticos. Muito pelo contrário. Chega de safadeza, corrupção e descaso com o povo entre os responsáveis pela administração da coisa pública. Mas me parece perigoso apostar tanto assim numa lei que foi tão entusiasticamente aprovada por um congresso lotado de deputados e senadores com a sua própria ficha mais suja do que pau de galinheiro.

Num país em que a justiça costuma ser decidida em favor dos que podem contratar os melhores advogados, dos que se valem do falso testemunho, dos ardilosos caminhos das provas falsas, mas convincentes, e de outras tantas formas de distorcer a verdade e de dar credibilidade ao inacreditável, eu fico com os dois pés atrás.

Eu preferia apostar mais na cidadania e na educação para a cidadania. Por este instrumento, quem decidiria sobre o passaporte para um cargo eletivo seria somente o eleitor.

O ministro Eros Grau vai fazer falta no STF. É mais um ancião, sábio no sentido bíblico dos anciãos de Israel, que é formalmente aposentado por alcançar a idade-limite. É dispensado pela sociedade quando teria, a partir da sua vastíssima experiência e sabedoria, muito ainda a contribuir. Eros Grau completa 70 anos no próximo dia 19 de agosto.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A arrogância leva ao desastre


O diálogo a seguir é verídico. Ele aconteceu em outubro de 1995, entre o comandante de um porta-aviões da Marinha Americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland.

Os americanos começaram calmos, transmitindo pelo rádio:
– Favor alterar seu curso 15 graus para norte, para evitar a colisão com a nossa embarcação. Câmbio.

A resposta dos canadenses foi imediata:
– Recomendo mudar o seu curso 15 graus para sul. Câmbio.

A resposta já veio repleta de irritação, denotando empáfia e autoritarismo:
– Aqui é o capitão de um navio da Marinha Americana. Repito, mude o seu curso!

Mas o canadense insistiu:
– Senhor capitão. É altamente recomendável que mudem o seu curso atual.

A caldo começou a engrossar, com o capitão americano berrando ao microfone:
– Este é o porta-aviões USS Lincoln, o segundo maior navio da frota americana no Atlântico! Estamos acompanhados de três Destroyers, três fragatas e numerosos navios de suporte! Eu exijo que mudem o curso em 15 graus para norte, ou tomaremos contramedidas para garantir a segurança do navio!

E o canadense respondeu:
– Não há como mudarmos a nossa rota, senhor! Estamos transmitindo de um farol, bem à sua frente! Câmbio.

Silêncio mortal do outro lado...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sobrevivi em Auschwitz!



Este vídeo mostra o idoso Adolek Kohn, de 89 anos, da Austrália, numa dança desajeitada com a família em diversos lugares do campo de concentração de Auschwitz. O vídeo foi postado no Youtube e está provocando polêmica ao redor do mundo. Muitos o consideram ofensivo à memória das vítimas do nazismo, que foram mortas ali.

Entretanto, de cada três que se posicionam sobre o vídeo, dois não se sentem ofendidos pela dança de Adolek e seus netos. “Ele tem todo o direito de dançar em Auschwitz”, dizem principalmente os mais jovens, parentes das vítimas. Acontece que Adolek é um dos sobreviventes dos fornos crematórios de Auschwitz.

No verão passado, sua filha Jane Korman, uma artista plástica residente em Melbourne, convidou o pai para uma viagem com os netos à Polônia, terra dos ancestrais da família. Lá, ele voltou a Auschwitz, onde tiveram a idéia de fazer a coreografia de quatro minutos e meio de “I Will Survive – Dancing in Auschwitz”, o nome do vídeo que postaram no Youtube. Durante seis meses esta explosão de alegria pela sobrevivência ao horror daquele lugar permaneceu incógnito no Youtube. Agora, de repente, a informação se espalhou e provocou a revolta de alguns e a simpatia de outros.

Mas Adolek não foi o primeiro a reagir com dança ao horror nazista. A diferença é que a sua dança foi postada na rede mundial de computadores. O outro caso aconteceu no verão de 1958, e ninguém a filmou. Ela foi presenciada pela documentarista Judith Dwan, que participou daquela viagem e tinha 16 anos à época.

O cidadão americano Julius Henry Marx estava com 68 anos e fazia uma viagem pela Europa acompanhado da esposa, da filha de 11 anos e de dois amigos, quando decidiu visitar Dornum, o vilarejo alemão próximo ao Mar do Norte em que nascera sua mãe. No local, descobriu que os nazistas haviam destruído o cemitério judeu da vila e apagado os registros de várias gerações arquivados na antiga sinagoga. Julius Marx ficou em silêncio. Sem indicar o que faria, alugou um carro e instruiu o motorista a levar o grupo até Berlim Oriental – mais precisamente, ao local do bunker onde Hitler se suicidara em 30 de abril de 1945.

Chegando lá, viu-se diante de destroços que chegavam a seis metros de altura. Vestindo a boina que fazia parte do seu figurino, mas sem o indefectível charuto, ele escalou sozinho a pequena colina. Ao alcançar o topo, ficou imóvel. Em seguida, e sem esboçar qualquer sorriso, começou a dançar um frenético charleston. A cena durou cerca de dois minutos. Ninguém aplaudiu. Ninguém riu. Naquele dia, Julius Henry foi apenas o filho da judia Minnie Schoenberg, não o genial, anárquico e brilhante comediante Grouxo Marx.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Uma carta contra a xenofobia


Uma comovente carta do Presidente Evo Morales, da Bolívia, ao Presidente Barak Obama, dos EUA, em defesa dos imigrantes que são violentamente rechaçados e perseguidos pela Lei Arizona, é um alerta contra um crescente fechamento de fronteiras dos países ricos em relação aos pobres. A xenofobia (ódio aos estrangeiros) cresce nos EUA e em diversos países da Europa. Abaixo, a carta de Morales na íntegra:

“Você é o primeiro afro-americano a se converter em presidente dos Estados Unidos da América do Norte. Em seu discurso de posse, ressaltou a importância social e multicultural dos povos e seres humanos, mensagem que o catapultou neste histórico processo político em seu país.

Como parte de um povo historicamente discriminado, com raízes de uma mãe européia e um pai africano, você sabe o quão é difícil a vida para os irmãos latino-americanos que migram para os EUA em busca da oportunidade de uma vida mais digna e menos injusta.

Seus pais tiveram que iniciar uma vida em um país que não era deles, mas que os acolheu e outorgou uma série de oportunidades para seu desenvolvimento e progresso. Eu não sei o que pensaria seu pai, que foi imigrante, se sentisse que agora não poderia mais viver e trabalhar nos Estados Unidos.

Os Estados Unidos da América do Norte apregoam a justiça social, falam de livre circulação, negócios e mercado. No entanto, castigam o ser humano – neste caso os latino-americanos – que tanto esforço e trabalho brindam para aportar e apoiar o desenvolvimento de seu país.

Como defensor de políticas sociais não deve esquecer a origem migrante de seus pais e fazer esforços para impedir que continue em vigor no Estado de Arizona a mais injusta e dura lei migratória dos Estados Unidos. Em outras palavras, você não pode permitir que o racismo se mantenha em seu país.

Essa polêmica lei pretende reviver em pleno século 21 um tipo de apartheid de discriminação política, econômica, cultural, social e racial contra os irmãos latino-americanos. Os Estados Unidos são um país de migrantes. Foram eles que contribuíram decisivamente para fazê-los fortes e prósperos.

A vigência da Lei Arizona, somada à diretriz do retorno voluntário, que começou a valer na União Européia, colocará em uma situação difícil a milhões de seres humanos que tem se esforçado em estabilizar uma situação de trabalho e que sofrem por seus laços familiares, mas que mantém com vontade de ferro suas intenções de integração em um país estrangeiro.

Senhor Presidente, está em suas mãos evitar que, em seu país, retornem os obscuros dias de perseguição pela cor da pele ou origem racial.

Aproveito a oportunidade para renovar a V. Excelência o testemunho de minha mais alta e distinta consideração.

Evo Morales Ayma, Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia
La Paz, 5 de agosto de 2010”

Tradução: Katarina Peixoto

Especialidade: Varrer para debaixo do tapete

O ditador Omar al Bashir (Sudão), procurado por crimes contra a humanidade, está entre os que procuraram os serviços dessas empresas.

Empresas britânicas de relações públicas estão lucrando para limpar a imagem de ditaduras e regimes violadores dos direitos humanos de todo o mundo. Segundo uma investigação do jornal “The Guardian”, essas empresas ganham milhões de libras por ano melhorando a imagem de regimes como os da Arábia Saudita, Ruanda, Cazaquistão e Sri Lanka.

As empresas de relações públicas cobram até 2 milhões de libras (R$ 5,6 milhões) para assessorar na comunicação de governos criticados por organismos internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas), por suas infrações aos direitos humanos. A Associação de Consultores de Relações Públicas falam em um mercado de 7 bilhões de libras ao ano (R$ 19,5 bilhões) só no Reino Unido.

O presidente do Sudão, Omar Bashir, procurado pela Corte Penal Internacional por suspeita de crimes contra a humanidade ligados com o genocídio de Darfur, entrou em contato, por meio de seus representantes, com duas empresas radicadas em Londres com o objetivo de melhorar sua imagem.

“Os governos autocráticos perceberam a necessidade de serem mais sofisticados em sua forma de atuar. Há uma demanda crescente [desse tipo de serviço] nos países do antigo bloco comunista e China”, afirma Francis Ingham, conselheiro membro da associação.

Uma das empresas líderes do setor, a Chime Plc, dirigida por Lorde Bell, que foi assessor da ex-premiê Margaret Thatcher, obteve no ano passado quase metade dos investimentos, que foram de 67 milhões de libras (R$ 187 milhões).

A Portland PR, dirigida por Tim Allen, que trabalhou como chefe de imprensa adjunto do ex-premiê Tony Blair, e a Hill&Knowlton, competiram recentemente com outras empresas do setor por um contrato avaliado supostamente em 1,2 milhão de euros (R$ 2,7 milhões) por ano para assessorar o governo do Cazaquistão, informa o jornal.

Segundo o “Guardian”, alguns contratos assinados por essas empresas de relações públicas podem violar o código de conduta voluntário da própria indústria, elaborado pela associação, e que requer das empresas do setor que advirtam seus clientes da ilegalidade de eventuais práticas e que se neguem a representá-los em caso de violações de direitos humanos.

O regime do Cazaquistão, país rico em petróleo, foi acusado este ano pela Anistia Internacional de descumprir seus compromissos internacionais em matéria de direitos humanos. O contrato para assessorar o Cazaquistão foi ganho finalmente pela empresa BGR Gabara, que não é membro da Associação de Consultores de Relações Públicas. (Fonte: EFE)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A rosa de Hiroshima



Hoje, há 65 anos, uma explosão jamais vista varreu a cidade de Hiroshima e a maioria dos seus habitantes do mapa. Um gesto absurdo e desnecessário, numa guerra insana e absurda que já estava no fim. Três dias depois, a estupidez foi repetida em Nagasaki. Ninguém esquece. Não podemos esquecer. Não devemos. Ainda assim, o nível de insanidade está tão elevado que, de modo algum, estamos livres de repetir a estupidez, com armas tão poderosas que estas, de 65 anos atrás, irão parecer espoletas... Paz! Paz! Não cessaremos de clamar, ainda que amordacem as nossas bocas, enclausurem as nossas mentes e arranquem de nossas gargantas o último fio de voz. Paz! Paz!

Adoniran Barbosa, 100 anos



Na memória quase genética dos brasileiros, de norte a sul deste imenso Brasil, estão registradas algumas músicas que foram incorporadas ao folclore nacional e são sinônimo de brasilidade. Saudosa Maloca, Trem das Onze, Samba do Arnesto, Tiro ao Álvaro são algumas delas. Seu autor e intérprete, com seu chapéu de coco e seu jeito matuto, também é sinônimo de um Brasil alegre e descontraído. Hoje, 6 de agosto, faz 100 anos que ele nasceu.

Os livros de registro de Valinhos indicam a chegada de João Rubinato em 06 de agosto de 1910, no meio de uma escadinha de seis irmãos.

Um artista nato em busca de espaço, em meio ao concorrido mundo artístico da chamada era do rádio, João Rubinato bateu em muitas portas e cantou samba carioca, sofisticado e empostado. Mas a sua voz não era das melhores, embora todos já admirassem o seu indisfarçável talento para o humor, ainda na década de 1930. Começou a se destacar na Rádio São Paulo, com os programas de variedades “Teatro Alegre” e na Rádio Cosmos com “Sossega-Leão”.

Para conseguir seu espaço, João criou para si um pseudônimo, buscando nome e sobrenome de duas figuras que admirava na época: o cantor e compositor carioca Luiz Barbosa (1910-1938) – conhecido pela maneira intimista como cantava seus sambas sincopados, recheados de breques e pela utilização pioneira do chapéu de palha como acompanhamento rítmico em programas de rádio e gravações musicais – e Adoniran Alves, um funcionário da Empresa de Correios e Telégrafos, que era seu amigo e parceiro de boemia.

“Mas não foi fácil entrar no Rádio, não foi fácil. Eu queria ser cantor, mas não deixaram eu cantar. Eu queria ser humorista porque eu sou engraçado, não deixaram eu ser engraçado. Mas eu insisti, insisti, insisti, acabei entrando como ator cômico na Rádio”.

Além de incomparável letrista e criador de uma linguagem própria para expressar a vida simples do mundo sub-urbano de São Paulo, Adoniran Barbosa também foi ator cômico em diversos filmes, a partir da década de 1940, contracenando inclusive com Mazzaroppi, no filme “Candinho” (1953), por exemplo. Um dos seus principais papéis foi em “Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, sua primeira atuação dramática no cinema. O filme foi premiado em Cannes e acabou gerando novos convites para o ator Adoniran Barbosa.

O Adoniran Barbosa que se registra em nossa cultura de forma indelével é o compositor, sambista e cantor bem-humorado, que soube como ninguém levar para o mundo da batucada as dores e os amores do operário que vive nas favelas paulistas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A violência é falta de Deus?


O apresentador da TV Bandeirantes, José Luís Datena, começou no dia 27 de julho, uma guerra improdutiva e cheia de ignorância contra os ateus. Ao comentar crimes hediondos, Datena resolveu criar uma enquete para ver quem acredita ou não em Deus. Quando o número de ateus superou as suas expectativas, Datena resolveu incentivar os fiéis a ligar para confirmar a sua fé em Deus.

No meio da argumentação, Datena forçou diversas vezes a barra, insinuando que toda a violência tem origem na descrença. Ao ver a sua enquete ter mais de mil ateus, ele lascou: “Aposto que muitos desses estão ligando da cadeia”. Entre muitos outros disparates do gênero, Datena afirmou que só quem não acredita em Deus é capaz de cometer crimes, comparando os ateus a “pessoas do mal”, “assassinos”, “bandidos” e “estupradores”, e não se conteve em dar a entender que, em sua opinião, a culpa da violência e da corrupção no Brasil é dos ateus.

Além de fazer uma velha confusão entre ateísmo e descrença, coisa bastante comum também entre os cristãos mais fanáticos, Datena jogou gasolina na falsa idéia de que todo o mal do mundo vem dos ateus e todo o bem vem daqueles que acreditam em Deus ou em algum tipo de deus.

Somente para citar um caso recente, que saiu na revista Veja (Matéria de Capa sobre o tema Culpa), o assassino de Cláudia Peres, Guilherme de Pádua, trabalha hoje, depois de cumprir a sua pena, como assessor de informática de uma comunidade da Igreja Batista e está se preparando para ser missionário e pastor daquela igreja. Um fervoroso crente, portanto. Junto dele, milhares de outros presos acreditam em Deus ou se convertem na cadeia, muitos deles voltando ao crime depois de libertados e, pasmem, convertidos.

Se fosse somente isso, Datena já teria argumento suficiente para perceber que sua visão, além de desinformada, é desastrada e preconceituosa.

Mas há muito mais a considerar. Talvez, muitos ateus extremamente corretos, honestos, cumpridores da lei, cidadãos e engajados em causas sociais humanitárias ao redor do globo, tenham perdido a fé em Deus por puro desencanto.

Mas não se trata em primeiro lugar de desencanto com o Criador. Talvez, entre os motivos esteja o fato de nós, cristãos, não nos termos esforçado nem um pouquinho para dar um testemunho minimamente convincente de que a nossa fé em Deus transforma as pessoas, tornando-as mais justas, honestas ou, mesmo, de boa índole. Histórias cabeludíssimas do passado e do presente não faltam para comprovar o que afirmo.

Cantor de hip hop quer governar o Haiti


O cantor americano de hip hop Wyclef Jean anunciará hoje, no programa Larry King Live, da rede CNN, sua candidatura à Presidência do Haiti, seu país de origem. Sua porta-voz, Cindy Tanenbaum, não confirma a informação, mas disse que Jean fará um anúncio importante no programa. O atual presidente do Haiti, René Preval, está impedido pela Constituição de tentar um novo mandato nas eleições de 28 de novembro. Jean ganhou grande prestígio graças à dedicação ao Haiti por meio de sua Fundação Yele Haiti, além de ter sido uma das primeiras celebridades que ofereceram ajuda ao país após o devastador terremoto em janeiro. O cantor disse à CNN que já entregou toda a documentação necessária para poder disputar a Presidência.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Cicatrizes que agora são patrimônio

Atol de Bikini hoje: marcas e beleza natural
Atol de Bikini como cenário dos testes nucleares

As Ilhas Marshall, no Atol de Bikini, já foram área de teste de bombas atômicas, e são uma triste lembrança da guerra fria. Nos anos 1940 e 1950, os americanos faziam os testes de suas bombas nucleares aqui. Ainda hoje a população local sofre os efeitos daqueles testes. Agora, a Unesco transformou o arquipélago e o atol em Patrimônio Cultural da Humanidade, como “um símbolo da era nuclear” e do “movimento internacional pelo desarmamento nuclear”, diz o site da entidade.

A decisão da Comissão foi em Brasília, no final de julho. O ministro da Cultura brasileiro, Juca Ferreira, atual presidente do comitê, apontou a decisão como um reconhecimento da importância simbólica do Atol de Bikini para a humanidade como uma tragédia que não pode ser esquecida. “A experiência do Atol não pode se repetir e tem de ficar na memória de futuras gerações”, disse Ferreira.

O Atol é composto por 36 ilhas que margeiam uma lagoa de 600 quilômetros quadrados, e está marcado pelas gigantescas crateras deixadas pelas 23 bombas nucleares e de hidrogênio testadas no local entre 1946 e 1958. As bombas que explodiram no atol tiveram juntas uma força de sete mil vezes a bomba de Hiroshima. Para a realização dos testes, os habitantes originais foram levados para o atol Rongerik e há anos reivindicam o direito de retornar a Bikini.

O nome do Atol também batizou o maiô de duas peças, criado na época em que ocorriam os testes nucleares, querendo sugerir que a mulher, ao usar o biquíni na época, causava o mesmo efeito que uma bomba atômica.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

História comovente e segundas intenções


Aisha é uma jovem afegã de 18 anos, cuja imagem está na capa da revista americana Time desta semana. A imagem revela uma outrora bela mulher, que agora está marcada por toda a vida. Ela teve o nariz e as orelhas decepados por ter fugido de seus sogros, que a maltratavam. Um comandante talibã do vilarejo onde morava a condenou – apesar de suas queixas de que era tratada pela família do marido como escrava – para que outras mulheres não tentassem seguir seu exemplo. Seu cunhado a segurou e seu próprio marido a cortou. Ela hoje vive escondida em um abrigo para mulheres e, com a ajuda de uma organização humanitária da Califórnia, deverá viajar aos EUA para passar por uma cirurgia reparadora.

A foto da capa é acompanhada por uma história forte de como as mulheres afegãs abraçaram as liberdades conquistadas com a queda do Talibã, e como elas temem a volta do regime. Aisha decidiu posar para a foto porque “quer que o mundo veja o efeito que a volta do Talibã teria para as mulheres no Afeganistão”.

O que Aisha não sabe, apesar de sua dramática história pessoal, é que a sua imagem na capa da Time está sendo usada para justificar a guerra do Afeganistão. Do lado da imagem de Aisha, a manchete diz: O que acontece se sairmos do Afeganistão.

“Eu prefiro confrontar os leitores com o tratamento de mulheres pelo Talibã do que ignorá-lo. Eu prefiro que as pessoas saibam a realidade quando formam sua opinião sobre o que os EUA e seus aliados deveriam fazer no Afeganistão”, defende o editor da Time, Rick Stengel. “A imagem é uma janela para a realidade do que acontece e do que pode acontecer, numa guerra que afeta e envolve a todos nós”, completa o editor.

O que Aisha não desconfia e Spengel esconde, é que a guerra do Afeganistão não tem a intenção primordial de defender Aisha ou de proteger a sociedade afegã da volta do Talibã ao poder. Tudo isso é uma grande encenação para justificar a submissão do Afeganistão e garantir a exploração do que está debaixo do solo, do rico solo afegão.

O relatório militar que vazou recentemente sobre a guerra no Afeganistão revela bem menos preocupação com os civis do que a Time pretende induzir com a sua comovente capa e com a terrível história de Aisha. A sistemática eliminação de civis, entre eles principalmente mulheres (como Aisha) e crianças (muitas crianças indefesas) – tudo em nome do sucesso na estratégia militar de vencer o conflito –, dá um testemunho tão condenável sobre a guerra quanto o fundamentalismo mutilante do Talibã.

Eu desejo, sinceramente, que a história de Aisha e de muitas outras mulheres pare de acontecer em todo o mundo islâmico – bem como no nosso mundo, cristão e ocidental, onde milhares de mulheres enfrentam tratamento tão violento quanto este.
Mas eu gostaria, mesmo, que os EUA parassem de mentir descaradamente sobre os reais motivos para continuarem com as suas tropas no Afeganistão. Eu gostaria, imensamente, que os EUA começassem a ser julgados num tribunal internacional por sua sistemática política belicista e atentatória contra o direito internacional e as convenções da ONU. Para começar, digo mais uma vez, que se levante o poder de veto dos EUA nas resoluções da ONU.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um jeito fácil de livrar-se da mulher


No mundo islâmico, há um jeito fácil de livrar-se da mulher. Basta acusá-la de adultério, que será condenada à morte por apedrejamento. A condenação, depois da acusação, é 100% garantida, num ambiente em que os tribunais são compostos exclusivamente por outros homens.

Entretanto, ainda que o adultério tivesse sido de fato consumado, nada justifica o apedrejamento de um ser humano, nem diante do ser humano, muito menos diante de ou em nome de Deus. "Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra", desafiou Jesus, diante de uma cena típica de apedrejamento, bem do jeito que ainda hoje acontece no Oriente.

Por isso, tiro o chapéu para a atitude do Presidente Lula, que no sábado passado abriu as portas do Brasil para acolher Mohammedi Ashitiani, uma mulher iraniana de 43 anos, que foi condenada à morte por apedrejamento por suposto adultério. Ele ofereceu asilo político à iraniana em respeito às mulheres, "já que a minha candidata é mulher", disse. "Nada justifica o Estado tirar a vida de alguém, só Deus dá a vida e só Ele é que deveria tirar a vida ", completou Lula. Concordo com o Presidente em gênero, número e grau.

DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO

No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...