quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Bolivarianismo?


Pronto, inventaram mais um palavrão para xingar nas redes sociais. Depois de comunista, terrorista, petralha ou coxinha, agora as pessoas vêm com essa de bolivariano. Ninguém sabe muito bem o que quer dizer, mas tá bombando! Serve pra xingar desafetos políticos, então vamos usar. Afinal, é preciso impedir que o Brasil vire um país "bolivariano". Como diz o Emir Sader, o povo agora anda com medo de ter um bolivariano debaixo da sua cama... Que coisa!
Bem, antes de imaginar que está numa heroica luta para livrar o Brasil daquela "pereba" do chavismo venezuelano, consulte a Wikipedia. Quem foi Simón Bolívar (1783-1830), afinal? Este é um bom começo.
O nome de Bolívar tem um importante significado para um amplo espectro político que vai da esquerda à direita, em toda a América Latina, mesmo após 200 anos de sua morte. O que há de realmente original nisso é de se perguntar. O "bolivarianismo" é algo muito vago e impreciso. Já o próprio personagem histórico era complexo. Culto, ele deixou muitos escritos, principalmente discursos e artigos.
Como militar, liderou guerras de independência e combateu o colonialismo espanhol. Ele foi importante não só para a Venezuela, mas também para Colômbia, Bolívia, Equador e Peru.
Ele não era nenhum pé rapado, não. Era membro da elite e um intelectual que não tinha nada a ver com as classes populares do seu tempo. Sua marca está na defesa da república, no combate ao colonialismo e também era contra a escravidão e defendia um sistema público de educação. Esteve várias vezes na França e foi influenciado pelo iluminismo.
Há dezenas de estátuas equestres dele espalhadas por estes países, porque seus feitos repercutiram concretamente na vida de milhões de pessoas. Entrou para a história como o libertador. e todas as classes sociais e espectros políticos querem tirar uma casquinha dessa história.
Assim, quando você enche a boca para xingar alguém de "bolivariano", ele pode não saber bem o que isso significa (e você também não, hehe). Então, é bom informar-se antes. Até porque, Bolívar é muito, mas muito mais importante para a história da América Latina do que os nossos pálidos figuraças nacionais, como Duque de Caxias, Anita Garibaldi e muitos outros.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Eu tenho diploma de datilógrafo


Fiquei com saudades do meu diploma de datilógrafo. Cada vez menos gente sabe o real significado de ter um desses na pasta de documentos. Era quase como uma passagem para uma vida melhor. Muitos o emolduravam e penduravam na parede. Orgulho-me de ser treinado para usar os dez dedos no teclado de uma pesada máquina de escrever.

Esse súbito ataque de nostalgia me sobreveio ao saber que Tom Hanks coleciona máquinas de escrever. Tem mais de 200 em seu acervo pessoal. Não satisfeito, ele acaba de criar um programa de computador que resgata a maioria das sensações da produção de um texto numa máquina de escrever. Trata-se do HANX WRITER. Uma vez instalado, permite ouvir o som das tecladas durante a produção do texto, enquanto um papel virtual vai brotando na tela enquanto o texto cresce.

Segundo o arquivista Aldemir Chiaramelli, do Estadão, o aplicativo é especial. “O barulho dos teclados, as letras, os tipos são perfeitos, igualzinho a uma máquina de escrever de verdade”.

Já fui bom nisso e me orgulho. Mas conheci um cara na minha adolescência, que era escrivão da Câmara de Vereadores de Rio do Sul no início dos anos 1970, que registrava os discursos e os debates. Nada escapava aos seus ágeis dedos. Tudo ia para as atas e os registros. Ele foi um dos meus primeiros ídolos.

Mas nada define melhor o sentimento de um datilógrafo do que as apropriadas palavras de Tom Hanks: “Tudo o que se datilografa numa máquina de escrever soa grandioso, as palavras se formam em miniexplosões: THAC, THAC, THAC. Um bilhete de agradecimento ressoa com o mesmo fragor que uma obra-prima da literatura”.

Veja o comparativo entre a máquina e o programa Hanx Writer aqui.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Imagine-se sem pátria alguma



Enquanto alguns que se dizem “brasileiros” querem dividir a nossa pátria, dez milhões de seres humanos no mundo vivem sem pátria alguma. Apátrida é a designação para essa gente. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a situação dessa gente é dramática. O órgão da ONU lançou hoje (4 de novembro) uma campanha pedindo aos governos dos países para que tomem uma série de medidas que acabe com o problema no mundo em dez anos. Essas pessoas vivem sem nacionalidade por diferentes motivos. E isso não quer dizer apenas que não têm passaporte, nem uma pátria para chamar de sua. Os apátridas são pessoas privadas de seus direitos básicos, como acesso a educação, a saúde, a emprego, a segurança e ao simples direito de ir e vir. Quando morrem, sequer têm direito a um atestado de óbito ou a um enterro digno. Segundo a ONU, mais de um terço dos apátridas do mundo são crianças. Imagine-se vivendo assim, sem um lugar para chamar de seu... Pensar nessa gente, é refletir sobre essas palavras de Jesus: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8.20).

DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO

No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...