Pronto, inventaram mais um palavrão para xingar nas redes sociais. Depois de comunista, terrorista, petralha ou coxinha, agora as pessoas vêm com essa de bolivariano. Ninguém sabe muito bem o que quer dizer, mas tá bombando! Serve pra xingar desafetos políticos, então vamos usar. Afinal, é preciso impedir que o Brasil vire um país "bolivariano". Como diz o Emir Sader, o povo agora anda com medo de ter um bolivariano debaixo da sua cama... Que coisa!
Bem, antes de imaginar que está numa heroica luta para livrar o Brasil daquela "pereba" do chavismo venezuelano, consulte a Wikipedia. Quem foi Simón Bolívar (1783-1830), afinal? Este é um bom começo.
O nome de Bolívar tem um importante significado para um amplo espectro político que vai da esquerda à direita, em toda a América Latina, mesmo após 200 anos de sua morte. O que há de realmente original nisso é de se perguntar. O "bolivarianismo" é algo muito vago e impreciso. Já o próprio personagem histórico era complexo. Culto, ele deixou muitos escritos, principalmente discursos e artigos.
Como militar, liderou guerras de independência e combateu o colonialismo espanhol. Ele foi importante não só para a Venezuela, mas também para Colômbia, Bolívia, Equador e Peru.
Ele não era nenhum pé rapado, não. Era membro da elite e um intelectual que não tinha nada a ver com as classes populares do seu tempo. Sua marca está na defesa da república, no combate ao colonialismo e também era contra a escravidão e defendia um sistema público de educação. Esteve várias vezes na França e foi influenciado pelo iluminismo.
Há dezenas de estátuas equestres dele espalhadas por estes países, porque seus feitos repercutiram concretamente na vida de milhões de pessoas. Entrou para a história como o libertador. e todas as classes sociais e espectros políticos querem tirar uma casquinha dessa história.
Assim, quando você enche a boca para xingar alguém de "bolivariano", ele pode não saber bem o que isso significa (e você também não, hehe). Então, é bom informar-se antes. Até porque, Bolívar é muito, mas muito mais importante para a história da América Latina do que os nossos pálidos figuraças nacionais, como Duque de Caxias, Anita Garibaldi e muitos outros.
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