A insistência da indústria brasileira com o amianto é uma tragédia e uma vergonha mundial. O jornal The Guardian divulgou um vídeo mostrando que mais de 15 mil brasileiros morrem todos os anos por conta de doenças provocadas pelo amianto. Isso é três vezes o número de pessoas que morreram de ebola na África e representa dez por cento do total mundial de vítimas.
Mesmo assim, a indústria brasileira do amianto, seguindo na contramão do mundo inteiro, trava uma luta feroz na justiça contra as multas que deve pagar às famílias das vítimas e contra a decisão de assinar o tratado de banimento mundial do amianto. A principal indústria do setor no Brasil é a Eternit. Em vista da pressão dessa indústria, o Brasil reluta em assinar os tratados internacionais acordados na Convenção de Roterdã, tendo o Ministério das Minas e Energia como leão de chácara.
O produto já foi banido pela indústria em 66 países, entre eles a Argentina, o Chile e o Uruguai. Até em diversos estados brasileiros a proibição de seu uso já vigora, como em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso. Mas a decisão de manter a lei em vigor está suspensa e tramita no Supremo. Fala se em “inconstitucionalidade” da lei.
O nosso estado faz parte dessa mancha vergonhosa, e não quer abrir mão. Em Santa Catarina a luta pelo fim do uso do amianto na produção de telhas é feroz e não anda na Assembleia Legislativa. Um dos principais produtores nacionais, Santa Catarina usa o material altamente nocivo na região sul do estado, com destaque para Criciúma. A Imbralit, por exemplo, foi condenada em junho a pagar indenização milionária por conta dos problemas causados a seus colaboradores.
Em diversos países, pelos danos que causa à saúde, o seu uso é considerado crime. Na Itália, dois empresários de uma empresa que produz artefatos de amianto foram condenados a 16 anos de prisão pelos danos à saúde de seus trabalhadores. O produto ataca o sistema respiratório, em especial a membrana que recobre os pulmões (pleura), causando câncer.
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