quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Reduzir a maioridade penal irá prejudicar nossos filhos

Reproduzo aqui uma pequena história para ilustrar porque sou contra a redução da maioridade penal para 16 anos. Essa história verídica aconteceu na Inglaterra, um país onde uma criança é tratada como adulta e responsável diante da lei a partir dos 10 anos. Leia a história e se pergunte: é isso que você quer para os nossos jovens, para os seus filhos e para as suas filhas?
Em 1966 o então menino Bob Ashford (13 anos) foi persuadido por um grupo de garotos mais velhos da escola a invadir a linha do trem para brincar com uma pistola de ar comprimido. Ele não queria ir, mas temia sofrer represálias. Alguém viu o grupo “armado” e chamou a polícia. “Os garotos mais velhos fugiram, eu e outros dois ficamos paralisados de medo e fomos apanhados”, recorda Ashford. O resultado: ele foi levado a julgamento e condenado por invasão da linha ferroviária e porte de arma. O preço da travessura infantil, porém, foi muito além da multa que pagou à época: 46 anos depois, ao candidatar-se ao cargo de comissário de polícia, descobriu que deveria retirar a candidatura por possuir antecedentes criminais. A “ficha” dele estava suja pela infração que havia cometido aos 13 anos.
Casos como o de Ashford são uma das faces da lei inglesa que permite responsabilizar como adultos meninos e meninas desde os dez anos, substituindo o enfoque socioeducativo pelo caráter punitivo. Na Inglaterra e no País de Gales, a partir dessa idade, crianças podem ser julgadas, presas e ter o “crime” registrado em seus antecedentes criminais para o resto de suas vidas.
A cena da foto mostra outro caso. Trata-se de um adolescente que é preso por usar máscara durante um protesto na Inglaterra. Por conta disso, ele vai ter "antecedentes criminais" pelo resto da sua vida e isso terá consequências dramáticas em diversas iniciativas que o futuro adulto tomará.
“Uma criança com menos de 13 anos, de acordo com a lei inglesa, não é considerada capaz de consentir uma relação sexual. Todavia, se o assunto é crime, ela pode ser responsabilizada como um adulto a partir dos dez anos”, critica Pam Hibbert, da Associação Nacional para a Justiça Juvenil, uma das principais organizações que pede o aumento da idade de responsabilidade criminal na Inglaterra. “Para certos temas, aceitamos que a capacidade das crianças para fazer escolhas informadas é limitada por sua idade, mas, para outros, não”.
Repito a minha pergunta inicial: é isso que você quer para os nossos jovens, para os seus filhos e para as suas filhas? Reflita antes de apressar-se com a resposta. Para aprofundar ainda mais a sua reflexão eu pergunto: É justo abrir mão dos direitos que os nossos filhos e filhas adolescentes conquistaram só porque uma meia dúzia de jovens resolveu assaltar, matar, vandalizar e barbarizar? Sinceramente, eu penso que essa é uma decisão que terá péssimas consequências para as futuras gerações.
Jesus pegou as criancinhas no colo para dizer: "Se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu" (Mateus 18.2).

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A internet é o pelourinho global

A era da comunicação digital é fascinante. Frequentemente é possível saber dos acontecimentos quase na mesma hora em que acontecem. Em qualquer parte do planeta, há “olheiros” de plantão, sempre prontos a divulgar as novidades. A internet – mormente as redes sociais – contribui enormemente para tal agilidade.

A agilidade é tanta que os meios tradicionais de comunicação, os noticiosos televisivos e impressos, perdem de goleada para a internet. Quase diariamente, ao ver o jornal na TV ou ler as páginas do diário impresso, a sensação é de déjà vu. Ou seja, vivemos num tempo em que os noticiários da noite e os jornais do dia seguinte parecem comida requentada.

Essa versatilidade da internet está longe de ser um problema. Muito pelo contrário, a rapidez da informação beneficia todos, inclusive os meios tradicionais.

Entretanto, o maior problema da pulverizada informação a jato dos meios digitais é de caráter ético. O jornalismo tradicional era “controlado” por uma série de regras escritas ou cristalizadas pelo tempo que ainda hoje enquadram abusos. Identificar menores de idade, expor crianças ou mostrar imagens chocantes, por exemplo, são episódios raros e regularmente punidos por um código de ética interno ou leis reguladoras.

Um bom exemplo são reportagens sobre catástrofes ou guerras. Muitas imagens são intencionalmente borradas nos meios noticiosos abertos. Num acidente ou na guerra, por exemplo, o código de ética não recomenda a publicação de imagens com corpos dilacerados ou a exposição explícita da morte. De certo modo, há um censo comum que exige um paciente tr4abalho de maquiagem daquilo que é mostrado.

Já na internet frequentemente tudo é mostrado. De certa maneira, nas redes sociais resgata-se um antigo instrumento de pressão social pela via do terror.

O crime e o castigo eram publicamente exibidos no passado da humanidade. A crucificação de Jesus no Calvário não era uma exceção. Havia dezenas de cruzes todos os dias no império romano; sempre à beira do caminho ou na periferia das cidades. Era comum expor a pena de morte, com requintes de crueldade.

Na idade média, a praça principal era o palco da exposição pública da justiça. Pelourinhos expunham os criminosos à execração pública, com a cabeça e os pés atados a pesados troncos, presos a correntes. A vila inteira juntava-se ao redor de patíbulos de enforcamento, fogueiras para queimar bruxas ou pelourinhos em que os criminosos eram vaiados, agredidos e cuspidos pelos passantes. E a igreja cristã participou desses atos com uma naturalidade vergonhosa, mesmo tendo em um crucificado o seu principal Senhor e na cruz um de seus mais significativos símbolos.

Aqui mesmo, no Brasil, a sociedade era acostumada ao pelourinho e ao castigo público. O enforcamento e posterior esquartejamento de Tiradentes é um dos exemplos mais conhecidos dos livros de história do Brasil. Os escravos eram expostos publicamente em pelourinhos quando castigados com a chibata.

A internet transformou-se no pelourinho global do século 21. Especialmente depois da exibição das execuções de James Foley, Steven Sotloff e David Haines pelos terroristas do Estado Islâmico (EI), tal pelourinho global tomou proporções jamais presenciadas em tempo algum na história humana. Suas decapitações viraram virais nas redes sociais.

Terroristas de todas as estirpes expuseram suas vítimas à execração pública em todos os séculos da história da humanidade. E seu objetivo sempre foi o mesmo. Os sádicos carrascos do Estado Islâmico estão na mesma lista dos criminosos que incendeiam ônibus às pencas aqui em Santa Catarina. Promovem terror, medo e insegurança. A exposição de seus atos de terror potencializa a incapacidade de reação e a fraqueza.

O problema da exposição dessa natureza no século 21 é que ela deixou de ser exceção para tornar-se regra. Ela é diária, epidêmica e monstruosamente gigantesca. Já não é possível dar mais de três cliques sem topar com alguma imagem chocante. E ela pode atingir qualquer pessoa. Teoricamente, cada cidadão ou cidadã deste planeta está sujeito a virar, de uma hora para a outra, uma exposição macabra no pelourinho digital.

O risco de ser vítima desse pelourinho é real. Mas o fato de sermos todos impotentes expectadores da volúpia pela tragédia alheia é um drama ético de proporções épicas. É assustador. Devíamos nos preservar.

Enquanto sentir eu um arrepio na espinha com imagens do gênero, minha saúde mental está preservada. Der Mensch ist ein Gewohnheitstier. Este é o risco real: acostumar-se; tolerar cada vez mais, como no passado, quando patíbulos, cruzes e pelourinhos viraram espaços públicos apreciados junto ao poço da vila. Com o viés viral da internet, este risco nos transformará lentamente em insensíveis sádicos, apreciadores do sofrimento alheio.

O problema é que a tecnologia nos permite ver coisas que, de outro modo, nos faria desviar o olhar, ficar vermelho de vergonha ou, simplesmente, indignado. Através dos óculos digitais, espiamos para a intimidade das pessoas com lupa aumentada, imaginando que tudo é permitido, mesmo à custa da reputação alheia.

Para contrapor tal voyeurismo digital precisamos de uma dose de sensatez e de ética humana. O prazer do escândalo, a fascinação pelo terror ou a infantil curiosidade mórbida não combina com censo humanitário. Por isso, cada espiada e cada clique deveriam ser precedidos da pergunta: Realmente desejo ou preciso ver isto? Vou compartilhar isto e com que objetivos?

Talvez se esteja pedindo muito, mas é um pedido inadiável. Liberdade de expressão pressupõe responsabilidade, pois liberdade sem responsabilidade é terror. O que nos iguala, de certo modo, aos terroristas do EI. Penso nisso cada vez que pululam em meu rosto as tristes imagens de homens ajoelhados vestidos de laranja ao lado de homens encapuzados vestidos de negro e armados. Não tenho obrigação de olhar essas imagens. Nem de compartilhá-las.

O homossexualismo, a lei e o evangelho

Você é contra os homossexuais porque a Bíblia condena, certo? Quantos versículos tem a Bíblia, você sabe? Pois saiba que são 31.278 versículos, registrados em 1.189 capítulos de 66 livros. É verdade que, ali no meio, tem menos de dez versículos que condenam a prática do homossexualismo. Não é, por certo, nenhuma novidade para você, que é um bom estudioso da Bíblia, mas eles são Gênesis 19.4-5,24-25; Levítico 18.22; Levítico 20.13; Romanos 1.26-28 e 1 Coríntios 6.9-11.

Mas, se for para ler a Bíblia assim, sobram ainda 31.250 versículos que certamente têm o mesmo peso que se dá a esses daí, não é mesmo? Eu, ao menos, acho. E olha que tem umas coisas lá que iriam nos colocar numa verdadeira sinuca de bico. A ilustração em anexo fala de apenas três situações bem escabrosas, que estão lá em Levíticos (pra ficar só num desses 66 livros). Mas, depois de Cristo, os óculos da leitura bíblica receberam as poderosas lentes do AMOR. Eu não consigo ler a Bíblia sem esses óculos de Cristo. Experimente! Você vai ver que a leitura será tão mais libertadora...

Vamos conhecer apenas algumas leis do mesmo livro de Levíticos que estão no mesmo patamar desse que fala sobre o homossexualismo:

"Uma pessoa que sofrer de uma doença contagiosa de pele deverá vestir roupas rasgadas, deixar os cabelos sem pentear, cobrir o rosto da boca para baixo e gritar: 'Impuro, impuro!' Enquanto sofrer de uma doença contagiosa, a pessoa continuará impura e precisará morar sozinha, fora do acampamento." PALAVRA DE DEUS, escrita em Levítico 13.45-46. Então, cumpra-se! Se é por este caminho, deve ser cumprido.

"Quando Deus fizer aparecer mofo na casa de alguém, o dono irá falar com o sacerdote e dirá que descobriu mofo na sua casa. Antes de ir examiná-la, o sacerdote mandará que tirem tudo da casa; se não, tudo o que estiver lá dentro será considerado impuro. Se houver manchas esverdeadas ou avermelhadas nas paredes... então o sacerdote sairá da casa e a deixará fechada sete dias... voltará e examinará a casa de novo. Se descobrir que as manchas se espalharam pelas pareces, mandará que tirem as pedras em que está o mofo e as joguem fora da cidade, num lugar impuro" (Levítico 14.34b-40). PALAVRA DE DEUS! Se cumprirmos isso aqui em Blumenau, não sobrará pedra sobre pedra e o Vale do Itajaí é um lugar amaldiçoado!

Vamos à palavra não cumprida: "Não ponha na frente de um cego alguma coisa que o faça tropeçar" (Lv 19.14b). PALAVRA DE DEUS, amplamente desrespeitada em nossas cidades, cheias de postes bem no meio da faixa-guia para cegos ou repleta de cestos de ferro sobre canos altos, para colocar o lixo nas calçadas longe dos cachorros. Vamos todos para o inferno por isso.

Mais algumas que mandariam muitos para o limbo? "Não vistam roupas feitas de tipos diferentes de tecidos" (Lv 19.19b); "Não prejudiquem os outros, usando medidas falsas de comprimento, peso ou capacidade. Usem balanças certas, pesos certos e medidas certas" (Lv 19.35); "Se um homem cometer adultério com a mulher do outro, ele e a mulher devem ser mortos!" (Lv 20.10).

Umas leis para mim: "Os sacerdotes não podem raspar a cabeça e aparar a barba" (Lv 21.5). Santo Deus, eu faço a barba todos os dias! Estou perdido para sempre! Faço isso desde os 16 anos e já devo ter cortado, nesses 44 anos, uns 15 metros da minha barba (contando só um milímetro de crescimento diário).

Nem vou mencionar as horríveis regras sobre sacerdotes que tenham qualquer defeito físico, como ser manco, cego, corcunda ou anão... Veja você mesmo, em Lv 21.18ss. É uma afronta ao programa de inclusão que a minha igreja, a IECLB, está implantando com um esforço enorme, abrindo espaço para as Pessoas com Deficiência.


Bom, basta. Acho que deu para entender porque falo dos belos Rayban que Cristo colocou sobre os nossos olhos legalistas e moralistas. A LEI MATA. O EVANGELHO LIBERTA! AMÉM!

DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO

No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...