terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Vale é pior empresa do planeta


Em disputa acirrada com a japonesa Tepco, responsável pelo desastre nuclear de Fukushima, a multinacional Empresa Vale do Rio Doce, a maior mineradora de ferro do mundo, presente em 38 países, venceu o Public Eye Awards, o “Nobel” da vergonha empresarial.

O prêmio, introduzido em 2000 pelo Greenpeace Suíça e Declaração de Berna, é concedido por voto popular a empresas que atentam contra cuidados ambientais, sociais e trabalhistas. A escolha acontece no período do Fórum Econômico Mundial, reunido na cidade suíça de Davos. Além da Tepco e da Vale, disputavam o prêmio as empresas Barclays, Freeport, Samsung e Syngenta.

A candidatura da Vale ao “prêmio” de pior empresa do planeta foi apresentada pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, representada pela brasileira Rede Justiça nos Trilhos.

A Vale tem três projetos de mineração dentro de Florestas Nacionais (Flonas, unidades de conservação que deveriam ser protegidas). O maior deles, em termos de investimentos, de 8 bilhões de dólares, está dentro da Floresta Nacional de Carajás, no Pará, onde a empresa quer explorar 90 milhões de toneladas/ano de minério de ferro.

O projeto Serra Norte, também dentro de Flona, explora cerca de 100 milhões de toneladas/ano, segundo a Rede Justiça nos Trilhos. E o terceiro projeto, o Salobo, situa-se na Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri, no extremo oeste de Marabá, atingindo a nascente do igarapé Salobo e toda a sua porção superior da bacia, causando impacto, quando implantado, na poluição do rio Itacaiunas e nos igarapés Cinzento e Salobo.

Em Minas Gerais, aponta a Rede Justiça nos Trilhos, a mina Capão Xavier, da Vale do Rio Doce, está localizada sobre um aquífero que beneficia mais de 300 mil pessoas. As águas do manancial de Fechos terão sua vazão natural reduzida em 40%. Em Itabira, também em Minas Gerais, berço da empresa, a Vale foi processada pelo município por danos ambientais e sociais causados pelas operações de minério de ferro na região. O município alega prejuízos de 868 milhões de dólares.

Justiça nos Trilhos argumentou que a Vale do Rio Doce está impedindo que as comunidades tradicionais quilombolas de Santa Rosa dos Pretos e Monge Belo, em Itapecuru-Mirim, no Maranhão, tenham a propriedade coletiva de suas terras demarcadas pelo Estado. A Vale quer, assim, facilitar o trânsito na área de suas máquinas e trabalhadores nas obras de duplicação da Estrada de Ferro Carajás, atualmente em curso.

A Justiça Federal condenou a Vale, em abril de 2011, de acordo com o site Justiça nos Trilhos, a pagar mensalmente valores entre um a três salários mínimos às 788 famílias quilombolas de Jambuçu, no município de Moju, a 83 Km de Belém, no Pará. Passa pelo local um minerioduto de 244 quilômetros de extensão da empresa, que transporta bauxita de Paragominas até Barcarena, próximo a Belém, onde funciona a Alumina do Norte do Brasil (Alunorte), subsidiária da Vale.

Em 2008, a Justiça condenou a Vale ao pagamento de mais de 650 mil reais por mês (cerca de 361 mil dólares) aos povos indígenas Xikrin que vivem próximos à província mineral de Carajás, por extração de minérios em terras desses povos.

Em Moçambique, denunciou o Centro Moçambicano de Integridade Pública, a Vale desenvolve megaprojetos de mineração em Moma e Moatize, norte e centro do país, que já expulsaram cerca de 760 famílias camponesas de suas comunidades, entre novembro de 2009 a abril de 2010, para dar lugar à abertura de minas de carvão.

A entrada da Vale no Consórcio Norte Energia SA, que vai construir a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu, foi fator determinante para a inclusão da empresa na lista das seis finalistas do Public Eye de 2012, disseram organizadores do prêmio.

Fonte: ALC

Magia virtual e real



O tablet já é um produto que, por si só, parece mágico. Agora, imagine um vendedor de tablets que seja ele próprio um mágico. É a junção perfeita entre ilusionismo virtual e real. Além de divertido, o vídeo acima é simplesmente genial. Mesmo que você não entenda uma única palavra de alemão, a agilidade do vendedor-mágico impressiona.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Santa presta um serviço inestimável ao Brasil



A série de reportagens do Santa (Jornal de Santa Catarina) sobre as pessoas do Vale que choram seus desaparecidos durante a repressão militar dos anos de chumbo no Brasil merece elogios (Aqui, aqui e aqui).

Em primeiro lugar, por trazer bem para perto de nós as razões que justificam a criação da Comissão da Verdade que, segundo muita gente aqui mesmo de Blumenau, não passa de um capricho revanchista.

Em segundo lugar, pela coragem de abordar um assunto que é um verdadeiro tabu entre nós. Ainda tem muita gente aqui no Vale que defende os militares como os salvadores da pátria na época, que livraram o Brasil do comunismo e agiram muito certo em prender, torturar e matar os guerrilheiros, terroristas e seqüestradores que agiram na época. Lamentam que não acabaram com todos, Dilma Roussef inclusive.

O Santa presta um magistral serviço à nossa memória histórica no Vale, com essas histórias emocionantes que está contando em suas páginas e na internet. Você pode ver os depoimentos dessa gente sofrida no vídeo acima. Essas pessoas representam toda uma nação, que não pode seguir de cabeça erguida rumo ao seu futuro sem elucidar cada um desses desaparecimentos, devolvendo aos familiares as ossadas e a história de seus entes queridos, limpando a barra deles postumamente. É uma questão de justiça.

Parabéns ao Santa pela coragem e pela ousadia. Acho que vocês vão perder alguns assinantes com essa série de matérias. Mas acho que vai valer a pena.

Desconhecimento perigoso


Segundo uma pesquisa independente realizada pela revista alemã Stern, alemães acima dos 30 anos sabem bem o significado a palavra Auschwitz, descrevendo-o como um campo de concentração e de extermínio nazista durante a segunda guerra mundial. O índice dos que sabiam do que se trata ficou ao redor dos 90%.

Já entre os mais jovens o índice de desconhecimento cresce assustadoramente. Para os alemães entre 18 e 29 anos um em cada cinco (21%) não sabia o que havia ocorrido em Auschwitz, nem que o lugar fica na Polônia, fato desconhecido por 31% deles.

Outro dado preocupante é que 43% dos alemães reconheceram que jamais visitaram qualquer museu ligado a campos de concentração. Entre os alemães ocidentais o índice dos desinteressados chega a 46%, enquanto no leste eles são de apenas 27%. O Instituto Forsa dirigiu a pesquisa, que foi respondida por 1.002 alemães.

Quem pode sentar-se comigo


A empresa aérea holandesa KLM lançou, no início de 2012, um novo sistema de check-in on-line que permitirá ao passageiro escolher seu vizinho de poltrona por meio das redes sociais. O usuário que desejar, já que o serviço é opcional, pode veicular seu perfil do Facebook ou do LinkedIn na hora de confirmar seu voo e visualizar quem pode sentar ao seu lado. Além da KLM, a Malaysia Airlines também lançará campanha semelhante, possibilitando que as pessoas vejam quem está indo para o mesmo destino que elas.

Essa de escolher com quem queremos nos relacionar parece ser uma necessidade de sobrevivência do ser humano. Minha esposa é professora e a cada início de ano é a mesma história na escola. Os pais querem formatar a sala e, se puder, também querem determinar quem irá sentar com o seu filho e o lugar (na frente, de preferência). Parece incrível, mas todos os anos a sala quase precisa ter 30 carteiras de primeira fila. Nem sempre, obviamente, dá para atender todos os pedidos. Até porque, em alguns casos, razões pedagógicas ou de saúde impedem que cada um estabeleça seu próprio lugar na conformação da sala.

Será interessante saber como a KLM vai lidar com isso na prática. Pelos relatos da minha esposa, não vai ser uma tarefa fácil organizar cada voo. Talvez também devessem começar a pensar em argumentos “pedagógicos” para facilitar a acomodação e para permitir novas experiências a pessoas que não terão escrúpulos em tratar do direito de escolha a partir de argumentos puramente preconceituosos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pinheirinho: a truculência em vídeo



Esse vídeo foi feito pela equipe do Causa Operária TV dentro do bairro do Pinheirinho em São José dos Campos, durante a desocupação violenta pela Polícia Militar. Para defender o terreno do mega-especulador Naji Nahas...

Informações dão conta de que é um mistério como esta propriedade foi parar em nome de Nahas. Essa área era de um casal de alemães que morreu sem deixar herdeiros e, portanto, agora era propriedade do Estado. Quem, quando, onde, por que, com que vantagens passou essa propriedade para Nahas?

A ação truculenta da polícia exterminou 1.700 lares do dia para a noite, para passar o trator e entregar o terreno para Naji Nahas. Segundo os moradores que ocupavam o terreno, ele estava abandonado desde o assassinato dos donos, um casal de alemães sem herdeiros.

A prefeitura de São José dos Campos tinha como política de incentivo ao desenvolvimento doar terrenos para indústrias se implantarem na cidade. Mas, se os termos de cessão do terreno pela prefeitura não foram cumpridos (a instalação de uma indústria), porque a prefeitura nunca o retomou?

Mais perguntas sem respostas: a empresa Selecta S/A, de Naji Nahas, ganhou o terreno em governos passados ou o proprietário anterior à Selecta ganhou esse terreno de graça da prefeitura e repassou a Nahas? Em todos os casos, sem essas explicações, o ato de reintegração de posse fica com cara de coisa da máfia...

Uma última dúvida, que eu tenho aqui comigo. Aqui em Blumenau estão levantando, com razão, a maior polêmica porque algumas das famílias que receberam apartamentos do Minha Casa porque nos deslizamentos perderam a casa e, agora, alugaram ou venderam a propriedade.

O compromisso deles era pagar o financiamento privilegiado do apartamento primeiro. Só depois ele se torna "vendável" ou "alugável". Se eles não podem negociar a propriedade por causa de cláusulas contratuais, por que Nahas pode ser o dono de um terreno que tinha cláusulas claras de somente lhe pertencer se na área houvesse uma indústria? Por que ele pode especular com uma área assim, se os benefiados de Blumenau não o podem com os seus apartamentos?

A propósito, esse terreno tem interesse para Nahas somente porque a Selecta tem falência decretada e, com o valor do terreno, grande parte da dívida pode ser quitada. Ou seja, o terreno (que por cláusula clara deveria ser do município) será usado para pagar uma dívida de Nahas. É muita safadeza. Enquanto isso, 1700 famílias estão na rua da amargura... Isso que é política social de respeito, sô!

Lula é presidente de honra do Consea

O ex-presidente Lula posou ontem com Gianecchini, ambos em luta contra o câncer

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) concedeu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o título de presidente de honra do órgão. O Consea foi criado em 1994, na gestão Itamar Franco, foi desativado em 1995 e reativado em 2003, na primeira gestão de Lula.

A escolha foi feita, por aclamação, pelos participantes da 26ª Reunião Plenária do Conselho, realizada em 7 de dezembro. A proposta foi apresentada pelo médico e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Malaquias Filho, que é conselheiro.

"É um reconhecimento a tudo que ele fez pela causa da segurança alimentar e nutricional no Brasil e no mundo", justificou o conselheiro Malaquias Filho. "Lula colocou a segurança alimentar e o nosso país na agenda global", completou, sob aplausos dos participantes da reunião.

"É um reconhecimento justo e simbólico, feito a alguém que contribuiu decisivamente para colocar a segurança alimentar e nutricional na agenda do Brasil e do mundo", comentou o presidente do Consea, Renato S. Maluf. "Nós pretendemos entregar essa honraria a ele [Lula] em alguma das primeiras plenárias deste ano, só dependemos da disponibilidade da agenda dele", completou.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cada um do seu jeito


Lembrei-me de um velho amigo meu, que conheci há muitos anos, quando eu atuava entre jovens. O nome dele é Augusto Franke Bier, ou simplesmente Bier. Chargista genial, sarcástico, adepto do traço que evoca calafrios e sensações nauseantes, ele hoje construiu um nicho muito dele.

Ao buscá-lo na internet, encontrei esta charge estupenda, que encaixa como a bunda no penico (aliás, uma imagem que o Bier adora!), em se tratando dos galácticos salários dos desembargadores Brasil afora.

Bier, as suas charges evocam náuseas pela crueza de algumas abordagens. Mas confesso que ontem, ao ver as reportagens sobre os salários desses nobres integrantes do nosso Judiciário, eu vomitei. Que nojo!

Joana D'Arc 600 anos


Jeanne d’Arc (1412-1431), cuja jovem vida terminou aos 19 anos numa fogueira em Rouen, é hoje a padroeira e maior heroína popular da França, adorada por todos os segmentos da sociedade, da extrema direita aos socialistas.

Ela nasceu há 600 anos, no dia 6 de janeiro de 1412, como filha de um camponês católico. Aos 12 anos Joana começou a ter visões do arcanjo Miguel e das santas Catarina e Margarida, que a teriam orientado a entrar na guerra e conduzir o príncipe Carlos a Reims para ser ungido rei e livrar a cidade de Orleans do cerco dos ingleses.

Numa frança dividida no final da Guerra dos 100 Anos entre a casa dos burguinhões, que se haviam aliado aos ingleses, e os seguidores do príncipe Carlos, Joana conseguiu convencer o príncipe de sua vocação e a lutar pela libertação de Orleans. Ela própria cortou o cabelo bem curto e enfrentou treinamento militar para ajudar nos combates. Em 1429, na catedral de Reims, Joana concretizou seu objetivo e Carlos VII foi coroado rei.

Dez meses depois Joana foi aprisionada e entregue aos ingleses pelos burguinhões, processada pelo bispo Pierre Cauchon e condenada como bruxa. Os autos do processo apresentam uma jovem cheia de fé e de coragem. Ao ser questionada se ela se considera protegida pela graça divina, Joana teria respondido: “Caso não esteja, que Deus me inclua nela; caso esteja, que Deus me conserve nela”. Ela mesma se entendia como uma profetiza enviada por Deus, mas o seu principal objetivo era político: a coroação de Carlos e a derrota dos ingleses.

Sem um motivo para acusá-la de desobediência à igreja e bruxaria, o tribunal eclesiástico comandado por Cauchon a condenou por seu estilo. Após quatro meses e meio de processo, Joana assinou uma declaração de que jamais voltaria a vestir-se de homem. Por razões desconhecidas, entretanto, ela se vestiu com trajes masculinos em sua cela poucos dias depois. Por isso, foi queimada viva, no dia 30 de maio de 1431, como herege.

Poucos anos depois o veredicto foi anulado. No dia 16 de maio de 1920 o papa Bento XV canonizou-a.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ex-favelada na presidência da Petrobrás


A nova presidenta da Petrobrás, Graça Foster, nasceu numa favela. Sua infância foi vivida no Morro do Adeus, no Rio de Janeiro, que hoje integra o Complexo do Alemão. Até os 12 anos, ela catou papel e lata na rua para custear os estudos, como narrou recentemente em entrevista ao jornal Valor. Há mais de três décadas na Petrobrás, Graça sucederá José Sérgio Gabrielli.

Sua impressionante escalada dentro da empresa merece ainda mais destaque num país que não acredita em gente que vem tão de baixo. Esse Brasil humilhado, tratado como bandido, visto como gente inútil, grita bem alto em Pinheirinho, por exemplo, onde quase seis mil pessoas foram violentamente despejadas neste domingo, em São José dos Campos (SP). Se quiserem, podem pegar seus cacarecos e levar a um outro endereço, desde que o tenham...

No momento em que a truculência do dinheiro e o menosprezo conservador pelos excluídos produz uma tríplice aliança entre o poder judicial paulista, o governo do Estado e a administração tucana de São José dos Campos, é valioso saber que dentro do governo existem olhos e ouvidos que sabem onde o Brasil grita.

Diante do arrasa-terra em Pinheirinho, a nomeação de Graça Foster é uma boa notícia. É uma forma velada de defender as meninas pobres que ainda catam papel e lata nas ruas do país. Entre elas é bem possível que haja muitas lideranças femininas brilhantes. Enquanto julgarmos que suas mãos sujas de revirar lixo à cata do precioso alumínio as torna indignas de uma espaço melhor sob o sol, o Brasil será um arremedo de justiça social.

Muitos foram incluídos


Qualquer coisa, naqueles tempos de penumbra, era motivo para que alguém fosse incluído na lista negra. Era o único modo de inclusão que se praticava na época.

Mas, por incrível que pareça, ainda hoje tem gente por aí que gostaria de incluir seus desafetos naquelas listas. São movidos pelo mesmo espírito de quem determina o que é cultura e o que é erva daninha e, por conseguinte, deve ser eliminado.

Todas as ditaduras têm listas. As de direita, as de esquerda, as da igreja...

Quando você é incluído numa lista dessas, você experimenta exclusão. Na opinião dos que fazem a lista, sua utilidade e condição de aproveitamento torna-se bem reduzida.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

As benesses e os rigores da justiça


Justiça no Brasil sempre foi assim. Para uns as benesses, para outros o rigor. É o que o início desta semana revelou mais uma vez com muita clareza. As benesses para Daniel Dantas. As fazendas do megabanqueiro viram retirado arresto a que estavam submetidas. Agora podem ser vendidas livremente. Aliás, uma mega-benesse para ele e toda a turma da mega-falcatrua financeira brasileira: a própria Operação Satiagraha foi encerrada. Uma enorme borracha foi passada sobre tudo aquilo. Ela foi delarada inexistente. Ponto.

O rigor para os moradores da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos. Foram expulsos pela polícia sem direito nem a voltar para buscar suas poucas coisas. Foi tudo amontoado num depósito, numeradinho. Ironia da ironia: quem quiser as suas coisinhas de volta (armário, mesa, cadeira, geladeira, fogão), é só dar o endereço que a prefeitura faz o transporte "de graça". Que gente boazinha!

"E eu vou para onde, se este era o único lugar que eu tinha para morar? Para debaixo da ponte?"

É... A pergunta do desalojado pela violência policial faz sentido... muito sentido...

A propósito, a favela da qual os moradores da comunidade Pinheirinho foram expulsos ficava num terreno que faz parte da massa falida de Naji Nahas, o mega-especulador financeiro de um passado não muito recomendável. Quem conhecia o cara, não ficava perto dele com uma nota de dólar no bolso. O cara era fogo. "Especulador finandeiro" é pouco para ele. Ele era doleiro, dos mais safados, que vivia da lavagem de divisas e fazia favores a corruptos que precisavam de um abrigo para seu rico dinheirinho em alguma ilha do pacífico.

É, também para o Nahas, que é da mesma turminha do Dantas, as benesses da lei. Para a turma da comunidade Pinheirinho, os rigores. Afinal, como ousaram invadir uma propriedade tão, digamos, acima de qualquer suspeita?

Enquanto falamos da corrupção no Brasil, defendemos Dantas e Nahas e batemos em quem não tem onde cair morto. Desce o pau!

Vitória da internet



O que é a força da internet! O projeto de lei no Congresso Americano que pretendia introduzir o controle e levar à censura na internet foi engavetado. Vitória da liberdade de expressão. Saiba um pouco mais sobre o que essa lei pretendia, assistindo ao vídeo acima.

Uma potência da paz é possível


O diálogo inter-religioso entre cristãos e muçulmanos pode conduzir a uma “Potência da Paz”. Esta é a visão do bispo luterano Markus Dröge, de Berlim. Dez anos após o ataque às torres gêmeas em Nova York os fiéis das duas religiões deveriam reconhecer como tarefa comum “opor-se à instrumentalização da fé para a promoção do terror e da violência”, disse o bispo durante palestra na Universidade Humbold, na capital alemã.

A terminologia “Potência da Paz” certamente se opõe à conhecida expressão “Potência Bélica”, que confronta as nações a partir do seu estoque de armas e de sua capacidade tecnológica em desenvolver armas mais eficientes e de maior poder de fogo, que têm a óbvia intenção de intimidar os vizinhos e os países que se oponham às políticas internas.

Não raro, tal potencial bélico é aliado a fortes argumentos religiosos, que confrontam a interpretação da “verdade”, quase sempre condenando a “verdade” do outro e combatendo-a com meios promocionais e recheados de violência. Se os argumentos bélicos e provocativos são afastados, o resultado pode ser, sim, o surgimento de uma “Potência da Paz”. Ou seja, quando a belicosidade se transforma em diálogo, o conflito diminui e as armas perdem o seu papel.

Para o bispo berlinense, as igrejas da Reforma têm um papel fundamental na busca do diálogo que construa tal “Potência da Paz”. Dröge espera que a igreja protestante seja capaz de desenvolver uma “Teologia do Diálogo”, que ajude a promover o papo franco e aberto com outras religiões. Seriam pressupostos desse diálogo que cristãos e muçulmanos reconheçam conquistas já feitas pela sociedade, como a separação entre estado e religião, os direitos humanos, e a disposição para a comunicação franca e aberta, que inclui inclusive o aprendizado da língua pelos envolvidos no diálogo.

De certo modo, a polêmica campanha da Benetton, em que conhecidos opositores das “Potências Bélicas” (inclusive a igreja entre elas) se beijam num insólito ósculo reconciliador, não é de modo algum ofensiva. Ela bota o dedo na moleira. Chama às falas aqueles que podem arriar armas e assumir uma postura de paz e diálogo como ponto de partida.

Bem que uma teologia do diálogo poderia construir as bases para o sonho de paz da Benetton...

Combate ao Senhor das Armas


Pesquei no site da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação uma entrevista da professora e ativista de direitos humanos Marie Ann Wangen Krahn ao jornalista Michael Vier Behs.

Marie é grande amiga minha. Nos belos tempos da juventude, nos anos 70, no Morro do Espelho em São Leopoldo, cantávamos juntos no Coral do Morro. Hoje ela é professora da Faculdades EST, leciona hebraico, e é coordenadora da ONG Serpaz. Ela representou a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) no encontro, em dezembro, da equipe internacional que organiza a campanha do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) em favor da assinatura de um Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas.

Marie tem nas veias o mesmo sangue ativista de seu pai, o saudoso pastor e professor Ricardo Wangen, nosso professor de clínica pastoral e um dos maiores ativistas pelos direitos humanos e pela paz que o meio luterano brasileiro já conheceu. Ricardo foi fuzileiro naval dos EUA em 1945 e esteve em Hiroshima na semana seguinte à explosão da bomba atômica. Desde então se tornou militante radical pela paz, combatendo a proliferação de armas de qualquer espécie. O seu discurso nos contagiou a todos, na época do Morro. Também a sua filha Marie foi contagiada a tal ponto que agora continua a luta do seu pai. A seguir, trechos da entrevista de Marie, que tem preciosas lições de paz. Parabéns, amiga, por sua luta, à qual me junto integralmente. Suas palavras são inspiradoras e desafiadoras.

A sua informação de que a cada ano são produzidas 12 bilhões de balas é assustadora. Isso dá quase duas para cada habitante do planeta, em transações que contabilizam entre 50 bilhões a 100 bilhões de dólares. O grupo do CMI destaca que são prioridades as questões humanitárias em detrimento do enfoque econômico distinguido ao assunto. O Brasil, revelou Marie, ainda não aceitou a cláusula que proíbe a transferência de armas para países onde esse comércio poderia facilitar e incrementar a corrupção.

Quais são as diretrizes que norteiam o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas (Arms Trade Traty – ATT) proposto pela ONU?
O Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas da ONU buscará, conforme documento provisório de 14 de julho de 2011, promover as metas e objetivos da Carta das Nações Unidas, estabelecer os mais elevados padrões internacionais para a importação, exportação e transferência de armas convencionais, prevenir, combater e erradicar a transferência, produção e intermediação ilícita de armas convencionais e o seu desvio para mercados ilícitos.
O Tratado também contribuirá para a paz, a segurança e a estabilidade internacional e regional através do impedimento de transferências internacionais de armas convencionais que contribuam ou facilitem sofrimento humano, violações graves da lei internacional dos direitos humanos, da lei internacional humanitária, violações das sanções e embargos de armas do Conselho de Segurança das Nações Unidas e outras obrigações internacionais, conflito armado, desalojamento de pessoas, crime organizado transnacional e atos terroristas.

Qual é o enfoque do Conselho Mundial de Igrejas quanto ao tratado?
As igrejas apoiam esse itens, com ênfase particular nas proteções humanitária e comunitária. Promovendo esses elementos, o tratado incentivará os Estados membros da ONU a encararem o ATT como tratado de comércio que elevará a condição humana e reduzirá a escala de violência em vez de ser um tratado de comércio centrado em armas legitimando a aquisição de armas convencionais.
As igrejas estão especialmente interessadas em verem os seguintes princípios incluídos num tratado efetivo: Não vender armas para onde houver o risco de serem usadas para cometer crimes contra a lei internacional dos direitos humanos e a lei internacional humanitária, incluindo aí armas pequenas, leves e munições. Também defendem proteção para o desenvolvimento sustentável, provisões que lidam com a violência baseada em gênero e provisões para a assistência de sobreviventes.
Além disso, as igrejas apoiam um tratado efetivo que contenha provisões robustas para a prestação de contas e implantação dos regulamentos universais de comércio de armas que já existem. Adicionalmente, o tratado deve incluir um instrumento ou promover a criação de uma instituição que impedirá e processará as violações do comércio lícito de armas convencionais.

O que falta, efetivamente, para que a importação e exportação de armas e munições sejam regulamentadas, assim como acontece com produtos alimentícios, remédios e roupas?
Faltam padrões e critérios universais para o controle desse comércio, atravessando as fronteiras internacionais. É verdade que atualmente há mais restrições para a venda de bananas, internacionalmente, do que regulamentações universais para o comércio de armas.

Quais são os principais prejuízos sociais gerados pela falta de regulamentação? Essa problemática aflige mais diretamente os países subdesenvolvidos ou em fase de desenvolvimento, como é o caso do Brasil?
A venda e o comércio não controlado de pequenas e armas leves alimentam a pobreza e o sofrimento. O estoque não regulamentado de armas facilita o assassinato por criminosos, facilita que grupos armados e soldados rebeldes matem indiscriminadamente e que policiais corruptos tirem vidas arbitrariamente. A falta de critérios acordados universalmente para as transferências internacionais de armas contribui para conflitos armados, desalojamento de pessoas, crime e terrorismo organizado, fazendo ruir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento sócio-econômico.
Os países mais afetados por um comércio desregulamentado são os países subdesenvolvidos, como muitos no continente africano e na América Latina. Mas ele também afeta fortemente os outros países pelo alto índice de corrupção e violência que o comércio desregulado gera.

Que tipo de pressão de ordem econômica e política impede a introdução desse tratado?
Alguns países resistem ao tratado por entenderem que ele será mais uma ferramenta para punir e discriminar países que não têm bons históricos em direitos humanos. Também há uma resistência por causa daquilo que é exigido para a implantação de um tratado efetivo, pois vários países menores ou menos desenvolvidos poderão não ter as condições físicas e/ou econômicas para lidar com o licenciamento, monitoramento e relatórios sem terem auxílio de fora.
Outros países não querem incluir tecnologias e partes de uso duplo no tratado, pois receiam que isso virá em detrimento do desenvolvimento tecnológico e econômico de certos países. O Brasil apoia fortemente o tratado, mas a inclusão de tecnologia e partes de uso duplo de armas está encontrando resistência aqui. O Brasil, assim como outros países, não está aceitando a cláusula que proíbe transferências de armas para países onde esse comércio poderia facilitar e incrementar a corrupção. O Brasil alega que a linguagem ainda não está suficientemente clara nesse artigo.

A ONU tem dados concretos sobre a quantidade de armas e munições comercializadas no mundo em um ano. Quais quantias estão envolvidas nesse negócio?
Pela Campanha do Control Arms consegue-se chegar à informação de que 8 milhões de armas leves são produzidas por ano e 12 bilhões de balas (munição), isto é, quase duas balas para cada pessoa no mundo. Justamente o Tratado (ATT) lida com essas armas e munições.
O tamanho do comércio internacional de armas é difícil de medir. Estimativas vão de 50 bilhões de dólares a 100 bilhões de dólares por ano. Em 2009, somente uma venda de submarinos e tecnologia franceses para o Brasil somou quase 10 bilhões de dólares. Existem muitas variáveis que precisam ser consideradas: a definição de “armas”, o que incluir na categoria de “comércio”, e quantos países, incluindo grandes produtores como a China, emitem dados muito limitados.

Qual seria o papel das igrejas e da sociedade civil para o desarmamento e regulamentação do comércio de armas?
O primeiro papel das igrejas é testemunhar quanto ao impacto do comércio não regulamentado, pois elas ministram para as vítimas e suas famílias e são parte das comunidades que sofrem a violência armada, em todo o mundo, nas nações ricas e pobres.
O segundo papel das igrejas é pleitear, junto aos governos, como parte da sociedade civil nessa campanha, para reforçar e promover o escopo humano do tratado através do trabalho de educação e conscientização sobre a necessidade de um Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas (ATT).
Também cabe a elas a mobilização de outros para agirem em apoio a um tratado forte e efetivo que contenha valores da fé sobre justiça, paz e bem-estar do ser humano. Elas devem fazer lobby junto aos representantes oficiais e governamentais eleitos quanto ao imperativo humano do ATT, para que os governos apoiem, ratifiquem e implementem um tratado forte e efetivo.
A mobilização e a pressão sobre nossos governantes são cruciais, pois eles precisam saber, e temos que mostrar isso, que não assinando esse tratado ou não incluindo certos itens, muitas vidas e comunidades estarão em risco e eles enfrentarão fortes consequências em termos políticos. Esse é nosso grande desafio.
É preciso que instituições e indivíduos assinem a Declaração Interreligiosa que se encontra no site da Control Arms, e que vai ser entregue aos representantes dos governos nas negociações para o tratado em julho de 2012.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pirataria pesada na mira

O chefão do Megaupload, Kim Schmitz (à direita) e seus executivos foram presos hoje

Os executivos do site mais utilizado no mundo para baixar filmes, o Megaupload, entre eles o chefão Kim Schmitz (autodenominado Kim DotCom), foram presos hoje na Nova Zelândia. A acusação é de pirataria e forte desrespeito à lei de direitos autorais. O pedido de prisão vem diretamente dos EUA. O site é o preferido de milhões de usuários que o utilizam para ver filmes recém-lançados, premières ou obras clássicas, baixados indiscriminadamente em todo mundo e de graça ou em troca de propaganda enviada por celular. Schmitz ficou milionário com o site. A polícia invadiu a sua casa e confiscou diversos carros de luxo. A mansão de DotCom é avaliada em 25 milhões de dólares.

Pelo visto, ainda antes da aprovação da nova lei antipirataria no Congresso dos EUA os americanos resolveram dar uma demonstração de que estão cansados da sangria e do frontal desrespeito aos direitos autorais e resolveram mostrar sua força. A diferença entre o que enriqueceu Schmitz e o direito de acessar informação pela rede é gigantesca. O risco é que a nova lei pode afetar muito mais o usuário comum das informações da internet do que os piratas multimilionários que vivem na Nova Zelândia, Na Ucrânia, na Rússia e... no Brasil também.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vai afundar de vez


Este mapa foi publicado agora há pouco no site do Spiegel. Dá uma idéia espetacular da situação do Costa Concordia. Na imagem superior à direita, tem-se a visão exata de onde o navio está deitado em relação à costa, numa pequena piscina cuja borda despenca abruptamente para uma profundidade que vai dos 50 aos 100 metros com inclinação forte. Na primeira ressaca, com a previsão do tempo na área nada boa para as próximas horas, o navio será erguido pelas ondas e lançado para as profundezas do Mediterrâneo.

No mapa horizontal vê-se um X, abaixo à direita. É o local onde o navio bateu na ilha. Em seguida, deu uma volta e deitou-se no lugar em que se encontra, inclinando até enconstar no leito do mar. Os diferentes números indicam a profundidade da água no entorno do local do acidente. Era um desastre perfeitamente evitável, portanto. Perto do local da colisão do fundo do navio com a rocha do leito do mar a profundidade era suficiente para que escapasse.

Três décadas sem a Pimentinha



Amanhã, dia 19 de janeiro, completam-se 30 anos da morte da Pimentinha, a cantora gaúcha de Porto Alegre, que era considerada uma das melhores do país e nos deixou com apenas 36 anos.

Três décadas depois, os fãs de Elis Regina ainda sentem falta da intensidade da cantora, cuja interpretação brilhantemente única pode ser vista neste clipe aí. Até hoje poucas cantoras foram tão intensas, intérpretes perfeitas; mais do que cantora, Elis foi uma atriz da música. Muitas vezes arrancou lágrimas do público e ela mesma chorou em inúmeras interpretações magníficas. Elis vivia cada pensamento das letras que cantava.

Para muito além de algumas canções popularíssimas, como “O bêbado e o equilibrista”, “Como nossos pais” e “Alô Alô marciano” (aliás, uma debochadíssima e espetacular interpretação criticando a futilidade na escalada social), há uma fonte inesgotável de interpretações únicas de Elis que comovem, comovem e comovem, até hoje.

Maria Rita, tão elogiada pela crítica saudosa de Elis, que me perdoem, não arranha sequer a face da genialidade da mãe. Descontando o timbre semelhante, falta vigor à voz de Maria Rita e, especialmente, a genial força da interpretação que consagrou sua mãe.

Num leque cada vez mais empobrecido de intérpretes na MPB, onde Gal e Betânia continuam brilhando após 50 anos de carreira, Elis Regina faz uma falta danada. Mais do que Pimentinha, a baixinha gaúcha era fogo.

Elis faleceu em São Paulo em 1982, depois de misturar bebida alcóolica com tranquilizantes. Seus três filhos atuam no ramo musical. João Marcelo Bôscoli é fundador da gravadora Trama. Pedro Mariano e Maria Rita são cantores.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Wikipédia contra a censura


A censura ronda a internet. O congresso americano está prestes a aprovar uma polêmica lei que obriga sites como a Wikipédia a realizar censura prévia em tudo que posta na rede. Em protesto, a Wikipédia versão em inglês, enciclopédia construída em mutirão, estará fora do ar por 24 horas a partir de amanhã, quarta-feira.

A justificativa da Wikipédia Foundation pode ser lida na íntegra aqui. A enciclopédia tem apoio maciço de outros usuários da rede. Combatem o Sopa (Stop Online Piracy Act) e o Pipa (Protect IP Act), dois projetos de lei que pretendem restringir o uso de dados na internet. Os dois projetos de lei pretendem proteger conteúdos que tenham direitos autorais na internet. Mas ambos são encarados por especialistas e ativistas como polêmicos.

Juntam-se ao protesto da Wikipédia o Mozilla, a rede de blogs icanhascheezburger.com, redes de download e de notícias, como o Repórter Sem Fronteiras. O principal motivo do protesto é que os provedores estão sendo forçados a tirar do ar quem pratica pirataria sem antes ouvi-los diante de um tribunal. Segundo eles, isso fere um princípio fundamental do direito internacional.

A exigência abre portas para a implantação de filtros e barreiras de internet sem controle legal independente. Tais filtros poderiam, por exemplo, excluir do domínio americano todos os sites indesejados por causa de ideologias não aceitas.

Além disso, como na teoria qualquer ação na rede é potencialmente pirata, por ter acesso a conteúdos protegidos que podem ser facilmente copiados, o controle excessivo pode inviabilizar a própria internet. Na prática, as duas novas leis pretendem estabelecer uma espécie de inquisição virtual na rede, promovendo uma implacável caça às bruxas.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Resposta em defesa da diversidade religiosa e da cultura de paz



Em decisão inédita do Ministério Público Federal, entidades afro-brasileiras foram autorizadas a produzir um vídeo de direito de resposta coletivo a uma reportagem da TV Record. O programa foi gravado e tornou-se público no final de 2011, mas não pode ser exibido, pois a emissora recorreu da ação e conseguiu impedimento momentâneo.

Conforme informa o vídeo, o programa é um “direito de resposta concedido pela Justiça Federal ao Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), ao Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB) e ao Ministério Público Federal, autores da ação contra o enfoque negativo e discriminatório das religiões afro-brasileiras”.

A gravação conta com a participação de representantes de entidades ligadas às religiões afro-brasileiras e profissionais de comunicação, entre eles Iran Castelo Branco, do movimento Mídia Pela Paz, Gabriel Priolli, jornalista e produtor independente, e Laurindo Leal Filho, professor da ECA-USP.

Daniel Teixeira, coordenador do CEERT, ressalta que o caso ainda está em juízo, logo são poucas as informações que podem ser dadas a respeito. Contatada, a Record ainda não se pronunciou sobre o assunto.

No final de dezembro, a Record também virou alvo de protestos de grupos católicos que acusaram a emissora de perseguição. Ativistas indignados com reportagens exibidas nos jornalísticos da casa consideraram que a emissora de Edir Macedo realiza “ataques ao catolicismo”.

(Fonte: Portal Imprensa)

Relacionamento real na pauta


Permanecer uma semana sem TV, celular, computador, jogos eletrônicos ou qualquer tipo de contato com a mídia é uma missão impossível para muitos adolescentes. “Eu não vou suportar”, desabafou Olivia, que tem doze anos.

Ela e suas amigas estão diante de uma semana diferente de tudo o que já viveram na vida: no primeiro dia dessa semana, num horário combinado, eles entregam celulares, joysticks controles remotos e toda espécie de jogos eletrônicos e possibilidade de contato com o mundo virtual ao coordenador do projeto.

A partir disso, escrevem um diário para relatar experiências e dificuldades, bem como suas novas vivências positivas. Todos os dias há encontros com diferentes atividades que têm o objetivo de ajudá-los a superar a falta do mundo midiático. Depois de uma semana, essas experiências são avaliadas e os aparelhos são devolvidos com festa.

A experiência grupal ajudou muitos a vencer a parada, demonstrando muita criatividade e disposição para novas descobertas. Mas diversos companheiros dessa jornada de abstinência fracassam, especialmente quando nas horas em casa os pais não abriam mão de sua novela ou programa preferido na TV. Na média, porém, muitos adolescentes relataram que, depois da semana de privação, retiraram a TV do seu quarto e puderam sentir maior integração na vida familiar e social.

O ousado projeto está sendo desenvolvido pela Sociedade Evangélica em Württemberg, de cunho diaconal e está voltado para diminuir a exagerada dependência dos jovens em relação ao consumo mediático. O objetivo é proporcional um contato sadio e maior eficiência no uso dos meios virtuais e eletrônicos de comunicação. Visa principalmente reforçar que, ao lado da indiscutível importância dos novos meios comunicacionais para os jovens, eles podem tornar-se instrumento para seu uso fútil ou com mera intenção lúdica.

Segundo pesquisadores mediáticos, há uma relação direta entre o exagero do consumo das novas mídias e distúrbios psicológicos e sociais entre os jovens. Na lista desses problemas estão a tendência de sobrepeso, o sedentarismo, o baixo desempenho escolar, empobrecimento das relações sociais, escalada da violência e da agressividade e o desenvolvimento de dependência.

A semana de abstinência tem demonstrado cada vez mais jovens dependentes da mídia e, ao mesmo tempo, dado oportunidade para experimentar alternativas e mais autoconhecimento. Abster-se de algo que faz parte do nosso dia-a-dia ajuda a descobrir a vida de forma nova. O objetivo não é demonizar as mídias, mas alertar para o uso abusivo e o risco nele embutido. A maioria dos participantes, segundo os coordenadores do projeto, puderam retornar à infância por uma semana, experimentando sensações que nenhum jogo eletrônico é capaz de reproduzir.

(Com informações de www.ekd.de)

Churrasco solidário


Neste sábado, centenas de pessoas passaram pelo “Churrascão de Gente Diferenciada – versão Cracolândia”, na esquina das ruas Helvétia e Dino Bueno, vias de São Paulo que tinham maior concentração de usuários de crack antes da operação da Polícia Militar. A manifestação foi organizada por movimentos sociais para protestar contra a ação da Polícia Militar e denunciar a falta de políticas públicas para auxiliar os dependentes.

O churrasco denunciou que é muito fácil limpar uma área com o uso da violência e da truculência policial. A polícia viu somente o lado do tráfico, querendo extirpá-lo do centro de São Paulo. Mas não deu a mínima para as vítimas desse tráfico, agora também vítimas da violência policial e do preconceito da sociedade.

O erro que levou ao naufrágio

O principal argumento do capitão do navio de cruzeiros que esbarrou numa ilha no Mediterrâneo é que "a rocha em que o navio bateu não estava na carta náutica". É óbvio, senhor capitão! Quem fez a carta náutica jamais suporia que o senhor iria afastar-se por mais de 9 milhas da sua rota. Essa rocha não estava nessa carta pela simples razão de que ninguém cometeria a insanidade de tamanho desvio. O último desvio desse tamanho teve como resultado a descoberta do Brasil, ora, pois!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Movimentações "atípicas"?


Quando o presidente Lula disse que o judiciário brasileiro é uma grande caixa preta que precisa ser aberta, quase o lincharam. Os juízes e a mídia o cobriram de pancada. Mas ele estava com a razão. E a grande oportunidade de abrir essa caixa preta está sendo dada agora, com o relatório do Coaf, um órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, revela que 3.426 magistrados e servidores do Judiciário fizeram movimentações consideradas “atípicas” (que boazinha esta palavra!) no valor de R$ 855 milhões entre 2000 e 2010 (informação do JB).

Segundo o relatório do Coaf, 81,7% dessas movimentações “atípicas” se concentram no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, no Tribunal de Justiça da Bahia e no Tribunal de Justiça Militar de São Paulo. Segundo o relatório duas pessoas ligadas aos tribunais de São Paulo movimentaram sozinhas R$ 116,5 milhões em um único ano (2008)!

Em qualquer democracia do mundo, o Poder Judiciário não pode tolerar suspeitas sobre a conduta de seus integrantes. Simplesmente porque derruba um dos pilares da democracia, porque o cidadão comum espera do juiz um comportamento irepreensível, transparente e sobretudo marcado pela ética. Por isso, causa perplexidade saber que tanta gente está metida em transações “atípicas” (por que não classificá-las de ilegais, imorais, antiéticas?) em suas contas bancárias. Venham a público explicar-se! Caso contrário, Lula tinha toda a razão no que disse quando era presidente.

Ajuda humanitária interesseira


A luta contra a fome é uma bandeira que praticamente todos levantam. Entretanto, muitos dos que dizem querer ajudar na verdade se beneficiam da miséria alheia. Dois anos após o terremoto, o Haiti é o bom exemplo disso. A política assistencialista que é praticada naquele país miserável traz lucro para os países desenvolvidos e prejudica os pequenos agricultores locais – justamente as vítimas da fome.

Essa é a avaliação do diplomata Jean Feyder, de Luxemburgo, que é presidente da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Em seu livro Mordshunger (em tradução livre “Fome Assassina”), Feyder retrata o drama haitiano. Até três décadas passadas, os agricultores do país produziam arroz suficiente para a população.

O Haiti foi então obrigado a reduzir suas taxas de importação de 50% para 3%. Alimentos subvencionados importados dos Estados Unidos arruinaram a agricultura local. Os produtores perderam seu meio de subsistência e cada vez mais pessoas começaram a passar fome. Hoje o Haiti importa 80% de todo o arroz que consome direto dos EUA. E essa mesma política está sendo aplicada em muitos outros países, preferencialmente entre os mais pobres do planeta.

Hoje esses países são dependentes da ajuda humanitária que beneficia mais os agricultores que doam do que aqueles que recebem. É uma doação interesseira, que ajuda os países produtores a se livrarem de seus excedentes agrícolas, denuncia Feyder.

Desiludido, o economista queniano James Shikwati pede o fim da ajuda ao desenvolvimento. De acordo com suas convicções, essa ajuda serve principalmente aos interesses políticos dos doadores. Na África, quem mais se beneficia da ajuda humanitária são os governos corruptos. A dependência foi aprofundada.

Fontes: www.teleios.com.br e dw-world.de

Crianças em situação de risco


A Fundação Padre Hurtado é uma entidade chilena que tem como missão combater dois dos maiores problemas da humanidade, a pobreza e a ignorância. Sediada em Santiago, capital chilena, a entidade atua em todas as regiões do país e tem alcançado um grande reconhecimento internacional pelos impactos positivos das suas ações.


No início de 2012, a Fundação Padre Hurtado lançou uma campanha interessantíssima que chama a atenção de todos para as crianças em situação de risco. A campanha é de responsabilidade da Agência Prolam Y&R, de Santiago. Mostra crianças vivendo em ambiente de violência (primeira imagem), de prostituição (segunda imagem) e de lares destruídos pelo alcoolismo (terceira imagem) como alguns exemplos de situações de risco para os pequenos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A semente caiu em solo fértil


Eu não acreditei nos meus ouvidos quando ouvi, ontem pela manhã, o Alexandre Garcia alinhavando inúmeras razões para justificar o surto psicótico de Michel Goldfarb Costa em São Paulo, no dia 9 de janeiro. Insegurança pública, problemas com o seu carro blindado, escola pública ruim para os seus filhos, instabilidade econômica, um governo corrupto e dezenas de outras razões foram alinhavadas pelo jornalista queridinho da classe média e deformador de opinião.

Tudo bem, o jovem (34 anos!), sem emprego (por opção dele), de poucos amigos (porque não gosta de gente), com cara de quem é incapaz de conviver com qualquer tipo de frustração (nunca aprendeu isso) e que faz qualquer coisa para impor as suas vontades (atirar, intimidar e furtar carros em plena luz do dia), pediu perdão às suas vítimas. Mas não porque está arrependido, ou isso seria o mínimo que se deveria esperar dele. O seu pedido é mais uma de suas chantagens. Desta vez, para tentar livrar a cara depois de toda a lambança que fez.

Agora, querer fundir nele as razões do filme Dia de Fúria, e justificar a psicose de Michel com isso, chega a beirar o sarcasmo. Michel não deveria nem ter carteira de motorista. Mas tem colete a prova de balas, arma, munição, advogados e todos os privilégios que o dinheiro pode comprar. Por isso, ele teve um “surto psicótico”. Qualquer outro brasileiro do andar de baixo da pirâmide social não teria tanta compreensão de parte de Alexandre Garcia, da polícia ou de qualquer outro. Seria tratado, simplesmente, por “bandido”.

Aliás, a contribuição de Alexandre Garcia no surto psicótico de Michel Goldfarb (cor de ouro!!!) Costa é flagrante. Todos os dias ele enche nossos ouvidos com o pavor da falta de segurança em que vivemos. A semente dele vingou. Caiu em solo fértil. E virão outros que se inspirarão no filme Dia de Fúria. É só esperar.

Cracolândia, um drama humano



Eis o que São Paulo quer varrer para debaixo do tapete. Não há como não chocar-se com o drama humano por trás da Cracolândia. O documentário é de Paulo Whitaker e Fernando Domasci.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Passado glorioso e ressaca no poder


Em meio a uma crise interna e crescente rejeição por acusações diversas de desmandos no poder, o Congresso Nacional Africano comemorou um século de sua existência na África do Sul. De passado glorioso e um currículo que inclui o fim do apartheid no país, o CNA é o mais antigo movimento de libertação do continente africano. As festividades do centenário do maior partido sul-africano foram na pequena cidade de Bloemfontein, e culminaram no dia 8 de janeiro, data da fundação.

Sem a presença de seu maior ícone, o ex-presidente e Nobel da Paz Nelson Mandela, a festa não teve o brilho merecido. Cada vez mais frágil, aos 93 anos, Mandela apareceu em público pela última vez na abertura da última Copa do Mundo de futebol, em 2010. Sua ausência foi compensada com a presença de diversos outros ícones que brilharam no colar de pérolas do CNA, inclusive vindos de outros países africanos cujos movimentos de libertação se inspiraram na bem-sucedida trajetória dos combatentes do apartheid. A festa reuniu mais de 100 mil filiados e simpatizantes do CNA.

A maior conquista do CNA foi a derrocada da opressão da maioria negra da África do Sul pela minoria branca no poder, uma luta de décadas. A vitória final veio pelas negociações de Mandela junto ao regime racista, com as primeiras eleições democráticas no país, ocorridas em 1994. Desde então o CNA governa o país com esmagadora maioria e crescentes acusações de sofrer desvios por causa do poder que ocupa. O atual presidente sul-africano Jacob Zuma, também eleito pelo CNA, falou na festa por uma hora e meia, sem citar a crise do partido e as acusações que vem sofrendo.

Internamente, há um conflito de poder entre as atuais lideranças do partido. No governo, há cada vez mais acusações de corrupção e de desmandos no poder. Além disso, os críticos acusam o CNA de não fazer suficientes esforços para combater a pobreza, nem de ter se empenhado para ampliar a integração entre negros e brancos. Segundo a ONU, mais de 30% dos sul-africanos vive abaixo da linha de pobreza. O próprio presidente é acusado de falastrão e tem a pecha de incompetente.

Tudo isso, entretanto, não apaga a magistral história de conquistas do CNA, uma lição de vida e de libertação para todos os povos do planeta. Fundado no dia 8 de janeiro de 1912 num templo metodista em Waaihoek de Bloemfontein por médicos e advogados negros como o “Congresso Nacional dos Nativos da África do Sul”, o movimento recebeu o nome de CNA em 1923.

Nelson Mandela foi cofundador da facção rebelde do CNA e, apesar de permanecer preso por 27 anos na prisão de Robben Island, contribuiu decisivamente nos anos 80 para eliminar o apartheid de modo pacífico. Em 1994 ele tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul e implantou um brilhante processo de conciliação nacional pós fim do regime racista, colocando frente a frente vítimas e algozes e promovendo o perdão e a aproximação. Embora o CNA seja protagonista nessa conquista, ainda falta muito para que esta gigantesca ferida sare e a integração entre negros e brancos seja plena e conquiste justiça social para a maioria negra.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Patinhos amarelos


No dia 10 de janeiro de 1992 o navio chinês “Tokio Express” deixou cair diversos contêineres no Pacífico Norte durante uma violenta tempestade. Num deles havia 28.800 patinhos de brinquedo, desses de usar durante o banho das crianças. Vinte anos depois eles ainda boiam pelos oceanos e, aqui e ali, chegam às praias, causando surpresa. Eles também tinham em sua companhia castores vermelhos, sapos verdes e tartarugas azuis.

Mas eles não despertam somente espanto quando chegam à praia. O oceanógrafo americano Curtis Ebbesmeyer não os perdeu de vista desde então e acompanhou a sua odisséia de duas décadas pelos oceanos, protocolando toda a viagem e descobriu muitas coisas sobre as correntes superficiais dos oceanos do Planeta Terra.

Isso parece muito romântico e até aventureiro. Mas é fácil esquecer que ainda há milhares de patinhos desbotados boiando nos mares, agredidos pelo sol e pela água salgada, mas que levarão séculos para serem totalmente absorvidos pela natureza. E eles não são os únicos.

Todos os anos cerca de 10 mil contêineres caem de navios em acidentes semelhantes, com produtos como aparelhos de TV, tênis e outros produtos de plástico que bóiam sobre a vasta superfície do mar. Só no último naufrágio na Nova Zelândia, do cargueiro Rena, 130 contêineres foram lançados ao mar e outros 900 afundaram junto com o casco rasgado do navio. Tais acidentes tornam o mar cada vez mais um depósito imenso de lixo de toda ordem.

Uma década de Guantánamo


Completa uma década hoje, dia 10 de janeiro, a prisão que Obama prometeu fechar durante a campanha eleitoral que o elegeu presidente dos Estados Unidos, há quatro anos. Já está começando a campanha para a sua reeleição e a prisão de Guantánamo, uma flagrante invasão de território em Cuba e de desrespeito aos direitos humanos, continua mais aberta do que nunca.

Para protestar pelos 10 anos da existência da prisão, militantes da Anistia Internacional cobriram com uma lona de cor laranja a réplica da Estátua da Liberdade em Paris, exigindo o fechamento da prisão de Guantánamo. “Há 10 anos os Estados Unidos burlam os direitos humanos. Esta ação simboliza o fato de os Estados Unidos darem as costas à justiça, aos direitos humanos, à liberdade”, declarou Geneviève Garrigos, presidente da Anistia Internacional França.

“Nós exigimos o fechamento de Guantánamo, assim como investigações sobre os autores deste sistema e destas violações que podem ficar sem punição: detenções arbitrárias, detenções ilimitadas sem processo, uso da tortura, transferências de prisioneiros de forma totalmente ilegal”, detalhou Garrigos.

Bons exemplos também vêm de Brasília

Ministro durante aula de reciclagem para renovar CNH (Foto: Beto Barata/AE)

O ministro das Comunicações Paulo Bernardo aproveita as férias para recuperar sua carteira de habilitação. Ele está na Escola de Educação de Trânsito de Brasília, junto de outros 50 alunos, participando do programa de reciclagem para motoristas que perderam a carteira. Ele está há dois anos sem habilitação, decidiu aproveitar as férias para retomar o direito de dirigir.

“Se até ministro tem aqui, a lei está funcionando. Quem sou eu para reclamar”, disse um dos presentes, arrancando risadas dos colegas, ao descobrir que havia um ministro entre os alunos.

Paulo Bernardo perdeu a carteira há dois anos, quando passou dos 30 pontos em infrações, principalmente por excesso de velocidade e uso do celular ao volante. Ao ser notificado pelo Departamento de Trânsito (Detran), entregou a carteira e não dirigiu mais. Em Brasília usava o motorista do ministério e em Curitiba entregava a direção para sua mulher, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. (Fonte: Estadão)

Comediantes em Israel usam hit “Ai se eu te pego” para criticar ultraordoxos



Uma dupla de comediantes criou polêmica em Israel ao fazer uma paródia da música “Ai se eu te pego” do cantor brasileiro Michel Teló. Na nova versão, os dois israelenses cantam uma canção sobre os conflitos protagonizados recentemente por judeus ultraortodoxos, que pretendem impor uma segregação dos sexos no país.

No último mês de dezembro, de acordo com queixas recebidas pelas autoridades locais, judeus ultraortodoxos cuspiram e repreenderam de forma “desrespeitosa” alunas de uma escola primária. A justificativa para os atos seria o comportamento e o vestuário.

No vídeo, os comediantes aparecem vestidos com trajes usados por ultraortodoxos dançando ao lado de duas mulheres vestidas com fantasias típicas do carnaval brasileiro. Até o fechamento desta matéria, a paródia já havia sido vista mais de 145 mil vezes no Youtube.

Retirado do Opera Mundi

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

III Reich ressuscitado na cracolândia

Brutamontes montados em cavalos intimidam crianças doentes em São Paulo

Em São Paulo a terrível “Noite dos Cristais” foi revivida. O absurdo ataque da polícia aos jovens e crianças doentes pelo consumo do crack passa uma borracha nos direitos humanos e, à maneira do III Reich, manda a polícia incendiar os espaços das pessoas indesejadas para que se mudem, sem qualquer proteção ou cobertura. Doentes e precariamente abrigados, os viciados passaram a ser tratados como cães sarnentos.

Enquanto isso, nada acontece nas fronteiras para deter o tráfico. Solenemente, a Polícia Federal ignora que o Brasil é o maior corredor de drogas do mundo, rumo à Europa e aos EUA. Tudo passa livremente. Não há bloqueios, nem polícia, nem uma guerra para conter esse fluxo. Sequer um tiro é desperdiçado contra os traficantes.

O que não pode é uma mancha suja, nojenta, deprimente de crianças viciadas no centro de São Paulo. Mancha a paisagem. Acaba com a boa fama da maior cidade do Hemisfério Sul do planeta. Transforma quarteirões inteiros num hospício. É melhor meter bala ali. Correm como ratos e se escondem como baratas com medo da chinelada. Sem direito algum, deliram pelos becos por causa da implacável síndrome de abstinência.

A operação da polícia paulista deve ser levada à corte de Haia.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Pelos 70 anos de Stephen Hawking


O físico britânico Stephen Hawking completa 70 anos hoje, dia 8 de janeiro. Ele é um ser humano impressionante, principalmente por dois motivos. Em primeiro lugar, por ser o mais brilhante cientista depois de Albert Einstein. Em segundo lugar, porque ele conseguiu isso somente com o seu cérebro brilhante. Literalmente, porque esta é a única parte de todo o seu corpo que ainda parece responder a estímulos. Os seus demais membros estão paralisados por conta da esclerose lateral amiotrófica.

Hawking é um exemplo do triunfo frente à adversidade. Ele recebeu o diagnóstico aos 21 anos. A esclerose lateral amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva. Os médicos chegaram a lhe dar apenas alguns anos de vida. Mas, apesar de ter perdido o movimento de suas extremidades e da musculatura, inclusive a força do pescoço para manter-se com a cabeça erguida, Hawking chega aos 70 anos como o cientista mais famoso do mundo. Ao lado do cientista Roger Penrose, Hawking mostrou que a Teoria da Relatividade de Albert Einstein implica que o espaço e o tempo têm começo, o chamado “Big Bang”, e também terão um fim, dentro dos buracos negros.

Além de um brilhante cientista, Hawking também gosta de debater religião. Mas não por acreditar em Deus ou mesmo em qualquer coisa. Sempre pragmático, direto e polêmico, ele transformou-se numa espécie de profeta do ateísmo.

É nesse ponto que sua genialidade científica e coerência com as pesquisas o fazem resvalar por um campo da religião às avessas. Sua fé é na não-existência de Deus. Como um apóstolo, ele considera a idéia do paraíso e a fé numa vida depois da morte um “conto de fadas” criado por gente que tem medo da morte. “Acredito que o cérebro é um computador que pára de funcionar quando todos os seus componentes falham. Não existe nenhum paraíso ou vida após a morte para computadores quebrados; isso é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro”, disse o cientista ao “The Guardian”.

Alvo freqüente da ira de cristãos que defendem sua fé e de igrejas incapazes de aceitar o diálogo franco com um homem que representa cada vez mais gente num mundo em que o ateísmo cresce, Hawking merece mais respeito. O seu direito de dizer que não acredita em Deus equivale ao direito dos religiosos em defender sua fé, e isso o cientista jamais desrespeitou.

Mesmo insistindo em ser profeta do ateísmo, Hawking arranha com suas pesquisas a face mais impressionante do Criador. Ou seja, elas revelam como poucos pregadores conseguiram até hoje a genialidade absoluta da Criação Divina. A infindável renovação que está presente na metamorfose da borboleta ou na reprodução de cada ser vivo repete-se – só que em bilhões de anos – no espaço infinito. Cada astro – e o próprio universo – nasce, cresce, envelhece e morre para dar origem a outro astro. Essa genialidade renovadora está exposta magistralmente na obra de Hawking.

Por isso, o profeta do ateísmo torna-se uma fonte inesgotável para quem acredita em Deus e fica boquiaberto com a sua maravilhosa criação. Ler Stephen Hawking é uma obrigação sacerdotal para todos que têm fé em Deus.

DEPOIS DE WORMS, A CAÇADA A LUTERO

No último dia da Dieta de Worms, 26 de maio de 1521, já sem a presença de Lutero, foi decretado o Édito de Worms. O documento fora redigido ...