quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Joana D'Arc 600 anos
Jeanne d’Arc (1412-1431), cuja jovem vida terminou aos 19 anos numa fogueira em Rouen, é hoje a padroeira e maior heroína popular da França, adorada por todos os segmentos da sociedade, da extrema direita aos socialistas.
Ela nasceu há 600 anos, no dia 6 de janeiro de 1412, como filha de um camponês católico. Aos 12 anos Joana começou a ter visões do arcanjo Miguel e das santas Catarina e Margarida, que a teriam orientado a entrar na guerra e conduzir o príncipe Carlos a Reims para ser ungido rei e livrar a cidade de Orleans do cerco dos ingleses.
Numa frança dividida no final da Guerra dos 100 Anos entre a casa dos burguinhões, que se haviam aliado aos ingleses, e os seguidores do príncipe Carlos, Joana conseguiu convencer o príncipe de sua vocação e a lutar pela libertação de Orleans. Ela própria cortou o cabelo bem curto e enfrentou treinamento militar para ajudar nos combates. Em 1429, na catedral de Reims, Joana concretizou seu objetivo e Carlos VII foi coroado rei.
Dez meses depois Joana foi aprisionada e entregue aos ingleses pelos burguinhões, processada pelo bispo Pierre Cauchon e condenada como bruxa. Os autos do processo apresentam uma jovem cheia de fé e de coragem. Ao ser questionada se ela se considera protegida pela graça divina, Joana teria respondido: “Caso não esteja, que Deus me inclua nela; caso esteja, que Deus me conserve nela”. Ela mesma se entendia como uma profetiza enviada por Deus, mas o seu principal objetivo era político: a coroação de Carlos e a derrota dos ingleses.
Sem um motivo para acusá-la de desobediência à igreja e bruxaria, o tribunal eclesiástico comandado por Cauchon a condenou por seu estilo. Após quatro meses e meio de processo, Joana assinou uma declaração de que jamais voltaria a vestir-se de homem. Por razões desconhecidas, entretanto, ela se vestiu com trajes masculinos em sua cela poucos dias depois. Por isso, foi queimada viva, no dia 30 de maio de 1431, como herege.
Poucos anos depois o veredicto foi anulado. No dia 16 de maio de 1920 o papa Bento XV canonizou-a.
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