segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Relacionamento real na pauta


Permanecer uma semana sem TV, celular, computador, jogos eletrônicos ou qualquer tipo de contato com a mídia é uma missão impossível para muitos adolescentes. “Eu não vou suportar”, desabafou Olivia, que tem doze anos.

Ela e suas amigas estão diante de uma semana diferente de tudo o que já viveram na vida: no primeiro dia dessa semana, num horário combinado, eles entregam celulares, joysticks controles remotos e toda espécie de jogos eletrônicos e possibilidade de contato com o mundo virtual ao coordenador do projeto.

A partir disso, escrevem um diário para relatar experiências e dificuldades, bem como suas novas vivências positivas. Todos os dias há encontros com diferentes atividades que têm o objetivo de ajudá-los a superar a falta do mundo midiático. Depois de uma semana, essas experiências são avaliadas e os aparelhos são devolvidos com festa.

A experiência grupal ajudou muitos a vencer a parada, demonstrando muita criatividade e disposição para novas descobertas. Mas diversos companheiros dessa jornada de abstinência fracassam, especialmente quando nas horas em casa os pais não abriam mão de sua novela ou programa preferido na TV. Na média, porém, muitos adolescentes relataram que, depois da semana de privação, retiraram a TV do seu quarto e puderam sentir maior integração na vida familiar e social.

O ousado projeto está sendo desenvolvido pela Sociedade Evangélica em Württemberg, de cunho diaconal e está voltado para diminuir a exagerada dependência dos jovens em relação ao consumo mediático. O objetivo é proporcional um contato sadio e maior eficiência no uso dos meios virtuais e eletrônicos de comunicação. Visa principalmente reforçar que, ao lado da indiscutível importância dos novos meios comunicacionais para os jovens, eles podem tornar-se instrumento para seu uso fútil ou com mera intenção lúdica.

Segundo pesquisadores mediáticos, há uma relação direta entre o exagero do consumo das novas mídias e distúrbios psicológicos e sociais entre os jovens. Na lista desses problemas estão a tendência de sobrepeso, o sedentarismo, o baixo desempenho escolar, empobrecimento das relações sociais, escalada da violência e da agressividade e o desenvolvimento de dependência.

A semana de abstinência tem demonstrado cada vez mais jovens dependentes da mídia e, ao mesmo tempo, dado oportunidade para experimentar alternativas e mais autoconhecimento. Abster-se de algo que faz parte do nosso dia-a-dia ajuda a descobrir a vida de forma nova. O objetivo não é demonizar as mídias, mas alertar para o uso abusivo e o risco nele embutido. A maioria dos participantes, segundo os coordenadores do projeto, puderam retornar à infância por uma semana, experimentando sensações que nenhum jogo eletrônico é capaz de reproduzir.

(Com informações de www.ekd.de)

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