O Brasil inteiro está aplaudindo o projeto “Ficha Limpa”. Pouca gente parou para pensar no que isso pode dar. Em meio a essa guerra suja que é a política brasileira, quantos adversários políticos serão simplesmente removidos da corrida eleitoral por meio de estratégias montadas por advogados inescrupulosos? Bem, para refletir sobre o assunto, uma reflexão de Marcos Rolim a respeito, que dá o que pensar:
“Muitos dos corruptos brasileiros possuem 'ficha limpa' – especialmente os mais espertos, que não deixam rastros. Por outro lado, uma lei do tipo na África do Sul não teria permitido a eleição de Nelson Mandela, cuja “ficha suja” envolvia condenação por 'terrorismo'. Várias lideranças sindicais brasileiras possuem condenações em segunda instância por 'crimes' que envolveram participação em greves ou em lutas populares; devemos impedir que se candidatem?”
Vamos pensar. Só pensar. Isso é bom para o nosso País...
Para o Editor da revista Carta Capital, Aurélio Weissheimer, é preciso tomar muito cuidado. Segundo sua avaliação, “agora mesmo, cabe lembrar, no Rio Grande do Sul e em São Paulo lideranças sindicais estão sofrendo condenações por protestos realizados contra os governos dos respectivos estados. Já não estão mais com sua ficha limpa. Os governantes dos dois estados, ao contrário, acusados de envolvimento em esquemas de corrupção, de autoritarismo e de sucateamento dos serviços públicos seguem com a ficha limpíssima. É este o caminho? Uma aberração político-jurídica vai melhorar nossa democracia?”
Vamos pensar. Só pensar.
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