De acordo com a denúncia, a menina havia sido submetida todos os dias a violência física e moral, inclusive na presença das empregadas da casa da procuradora. Segundo o Disque Denúncia, que tem ligação direta com o Conselho Tutelar, a violência dentro de casa é o segundo tipo de crime mais relatado ao órgão.
Fotos e um laudo do Instituto Médico-Legal comprovaram que a criança era vítima de agressões desde quando passou a morar na casa de Vera Lucia. Também fazem parte da denúncia os depoimentos das ex-empregadas que presenciaram os maus-tratos, bem como uma gravação anônima com xingamentos e agressões à menina.
Enquanto Vera Lucia usava de sua prerrogativa de juíza para fazer a adoção da pequena que passou a ser objeto de seu sadismo, milhares de crianças estão à espera da adoção e centenas de casais esperam por anos a concretização do seu desejo de adotar alguém.
A procuradora Vera Lucia passou a ser procurada. Hoje, rendeu-se ao que teimava, ainda, em subverter: a sua ordem de prisão. Ela ainda acreditava que a sua arrogância de juíza a livraria das garras da lei.
Se conseguir livrar-se da prisão, o que para ela vai ser mumu, que ao menos seja punida com a reparação aos danos causados a esta indefesa criança, se é que isso é possível. A juíza Katerine Jatahy Kitsos, da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, determinou que Vera utilize 10% de seus vencimentos para custear o tratamento psicológico da menina de 2 anos que foi aterrorizada pelo seu sadismo.
Mais uma vez, ecoa em meus ouvidos uma frase do historiador uruguaio Eduardo Galeano: “Se contássemos a história da humanidade a partir da perspectiva das crianças, estaríamos diante de uma interminável história de horror”.
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