segunda-feira, 6 de julho de 2015

Quem separa o joio do trigo?

Jesus contou muitas parábolas fantásticas. Entre elas, há a parábola do joio e do trigo (Mateus 13.24-30), que conta sobre um homem que semeou boa semente, mas um inimigo encheu o seu campo de sementes de pragas. Os trabalhadores queriam arrancar as pragas ainda pequenas, mas o homem disse que eles iriam prejudicar também o trigo. "Quando tudo estiver maduro, os ceifeiros vão separar as pragas do trigo, juntar as pragas e queimá-las, mas o trigo juntarão no meu celeiro", disse ele.
Ainda hoje tem gente apressadinha, separando o que consideram praga do que julgam ser o trigo. No mundo, cristãos hostilizam muçulmanos e fundamentalistas islâmicos incendeiam igrejas e matam seus "inimigos". Estão fazendo isso aqui no Brasil, todos os dias, quebrando santos, atacando terreiros de umbanda, hostilizando cristãos de outras confissões e condenando minorias ao inferno. Consideram que o trigo cresce somente no seu campo, enquanto as pragas estão no outro lado da cerca e precisa ser arrancada. Alguns, ainda mais radicais, preferem usar veneno contra as pragas, aplicando-o até preventivamente.
Esta fantástica parábola de Jesus tem boas lições. A primeira delas é que o trigo e as pragas podem e devem crescer lado a lado. A segunda é que a separação acontecerá somente na colheita. A terceira é que a colheita será feita por especialistas (os ceifeiros), escolhidos pelo dono do campo. A quarta é que a nossa classificação sobre o que seja praga e o que seja trigo pode estar muito equivocada enquanto as plantinhas estiverem crescendo e, quase sempre, arrancamos plantinhas de trigo junto com as pragas. A quinta nos ensina que não somos nós que decidimos o que é praga e o que é trigo; nem temos conhecimento para saber o que é o que. Muitos pezinhos que agora nos parecem praga, podem ser belos pés de trigo quando maduros. Então... que tal guardar a foice no paiol e confiar no discernimento do dono do campo?
E mais... Eu desconfio que há trigo também do outro lado da cerca. Isso mesmo! Bem ali, no campo do vizinho, que olhamos e desdenhamos: "Quanto capim!".
Um pouco mais sobre isso, você pode ouvir neste belo culto dominical em Karlsruhe-Alemanha, no dia 5 de julho de 2015.

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