Há cerca de dois meses eu
falava a quem quisesse ouvir: "Vocês vão ver! Não vai acontecer nada
durante a Copa. Vai ser tudo redondinho e essa história de que 'Não Vai Ter
Copa' é um discurso vazio, que não vai pegar!"
A minha vontade de rir à toa aumenta desmedidamente, quando leio o editorial da RBS de hoje: "Começam a se confirmar as previsões mais otimistas sobre o impacto da Copa na vida dos brasileiros e de estrangeiros que vieram participar da festa...", embarca a subsidiária da Globo no discurso quase inflamado de euforia pela beleza do espetáculo, pela simpatia do povo brasileiro, pelos poucos deslizes até agora ocorridos.
O editorial chama o Brasil de "anfitrião exemplar". Afirma que "obras atrasadas, questionamentos sobre prioridades, EVENTUAIS(!) falhas de planejamento e problemas PONTUAIS(!) de organização são DA NATUREZA DE ACONTECIMENTOS GRANDIOSOS(!)". Me digam (estou me beliscando!), tenho ou não motivo para rir à toa?
O editorial da RBS fala que esta copa contribui para "a afirmação da nossa imagem no mundo" (lindo isso!). Não dá um nó na garganta de orgulho? Se a turma eternamente do contra pode finalizar um texto quase apaixonado pelo desenrolar das coisas com um "O Brasil... vem, sim, vencendo os imprevistos de última hora e os pessimistas, ao mesmo tempo em que conquista o reconhecimento dos visitantes e da imprensa". Palmas, RBS! Reconhecimento é sempre bom, ainda que venha tardiamente!
E olha que eu andei lendo coisas que até Deus duvida na imprensa internacional sobre o Brasil, o que esperar de nós nesta Copa, que tudo ia ser uma verdadeira tragédia... Quase tive uma síncope ao ler a capa da revista alemã "Der Spiegel" duas semanas antes da bola rolar na Arena Corintians.
Estou rindo à toa! Não sou profeta, mas que é bem feito para os eternos agourentos e pessimistas de plantão que andam disseminando tanta lamúria e choradeira, isso é!
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