segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Publicidade na Igreja?


Hoje é dia do publicitário. Com tantos anos envolvido diretamente no dia-a-dia dessa gente criativa, na Mythos Comunicação, eu já me sinto parte deste time. Como obreiro da IECLB, sinto que está faltando muito dessa ginga criativa, dessa vontade de comunicar-se dentro da Igreja.

Gostamos tanto de dizer que a função primordial da igreja é propagar o evangelho, divulgar a boa nova, mas não temos feito muito neste sentido. Nossas atitudes nos desabonam, nosso anúncio é opaco e nossa denúncia é nula. Acomodamo-nos de tal maneira, que o que queríamos originalmente acabou se voltando contra nós. O mundo nos olha com descrédito e a sociedade já não nos encara com seriedade.

Há, porém, um grupo de igrejas cristãs que faz uso ostensivo, predatório do marketing e da publicidade. Mas vende peixe podre e diz que é sagrado. Usa o evangelho como instrumento de enriquecimento e de exploração da fé alheia. Mete as duas mãos nos bolsos dos mais desesperados, com promessas muito mais nocivas do que propaganda enganosa.

O meio publicitário tem leis que proíbem esse tipo de prática. O meio publicitário tem ética, regras e respeito pelo consumidor. Quando passa dos limites, logo tem alguém para impedir que se prossiga no caminho do engano.

Nessas "igrejas" vale tudo e não há um CONAR para impor limites.

Enquanto isso, as igrejas tradicionais se preocupam muito mais em defender seu conservadorismo. Poderiam lançar mão de ferramentas poderosas do meio publicitário para dar visibilidade ao cerne do Evangelho de Jesus Cristo, contribuindo para uma real transformação da nossa sociedade, cada vez mais perdida em seus valores e preceitos. Preferem deixar a luz apagada, em lugar de acender boas ideias.

Se Martim Lutero foi tão oportuno, em sua época, de não se negar a usar astutamente a recém-surgida e poderosa ferramenta da invenção de Guttenberg, por que não podemos nos inspirar em seu entusiasmo? Há um mundo de recursos à nossa disposição no meio publicitário e de marketing. Talvez, um bom começo seria a desmistificação da ideia de que isso não serve para a Igreja. O marketing e a publicidade são instrumentos legítimos para a nossa missão. Condená-los ao inferno é a maior das bobagens.

2 comentários:

  1. Por aquilo que você é – por aquilo que você faz – e pela maneira como faz – quero que saiba que o Ottokar bate palmas para você!

    Estou te abraçando neste dia!

    Ottokar Haggemann

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  2. Você conhece a igreja, também a IECLB, tanto quanto eu ou mais. É pena que a gente mesmo tenha que chamar a atenção para o próprio dia da gente... a igreja nos esquece. Como você eu concordo que te encaixas muito bem no perfil do publicitário... o bom trabalho geralmente não é valorizado...

    Heitor Meurer

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