O Palácio dos Papas no Vaticano está vazio. A cúria está em
polvorosa. Em seu conservadorismo encastelado, diz que o papa Francisco não
mora no endereço oficial por conta de um “estilo pessoal”, um rompante de
originalidade.
Mas isso assusta a corte no Vaticano. Pois seria o mesmo que
Obama pegar mala e cuia e mudar-se da Casa Branca, ou a Rainha Elisabeth deixar
o Palácio de Buckingham aos fantasmas. Pois o papa Francisco não quer saber do
palácio que lhe é devido.
Desde que o argentino chegou ao posto máximo na Igreja
Católica, nesses primeiros 100 dias ele tem feito um trabalho diário de
desmonte da simbologia imperial e quase divina dos pontífices. Rejeitou o manto
e os sapatos púrpuras dos imperadores romanos, eliminou as mitras
triunfalistas, ficou na chuva com fiéis, e se nega a viver enclausurado como um
soberano por “razões psiquiátricas”, deixando claro que acha coisa de maluco
encerrar-se numa torre de marfim.
O palácio vazio, que virou uma simples sede de trabalho, é
uma verdadeira reforma em Roma, fazendo o sagrado ícone da “sede apostólica”,
um lugar de cunho divino, aos pedaços. Em resumo, Francisco tornou o Papa um
ser humano, descartando a velha ideologia da onipotência.
Para ele a igreja deve ser pobre e o lugar do clero é na
periferia. E seus dirigentes devem ser sóbrios e pastorais, não viver como
príncipes. Bons ventos sopram desde Roma...
Informações do Instituto Humanitas (Unisinos), na íntegra aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário