Na contramão da declaração da ONU de que os alertas de aquecimento global recrudesceram e que o assunto é sério “por culpa da humanidade”, o Kremlin força a barra contra os ativistas do Greenpeace. Eles foram presos e acusados de pirataria em plenas águas ainda geladas do ártico.
Não por muito tempo (as águas estão esquentando).
Por muito tempo (os russos querem uma pena absurda de 15
anos para os ativistas).
São 30 ativistas do Greenpeace, presos na cidade portuária
de Murmansk, no norte de Rússia. Eles são de mais de dez nacionalidades, entre
eles a brasileira Ana Paula Alminhana Maciel.
Eles foram presos em 17 de setembro na plataforma
petrolífera Prirazlomnoye, no Ártico, explorada desde 2011 pelo conglomerado
russo de energia Gazprom, onde explora reservas estimadas em 70 milhões de
barris de petróleo.
O objetivo do grupo era impedir as perfurações, consideradas
danosas ao frágil ecossistema local. Agentes da Guarda Costeira da Rússia
responderam disparando para o ar, primeiramente com um canhão de bordo, em
seguida com metralhadoras. Dois ativistas foram capturados quando tentavam
escalar a plataforma a partir de uma lancha.
O que se viu em seguida parecia um filme de James Bond.
Unidades especiais russas tomaram o quebra-gelo holandês Arctic Sunrise (foto),
do Greenpeace, usando cabos para saltar de helicópteros sobre ele. O navio foi
rebocado para Murmansk, na Península de Kola, e sua tripulação, presa e
indiciada por “pirataria em quadrilha”.
O caso, a prisão, a acusação, tudo um absurdo. Afinal, pirataria é o que a humanidade faz com o planeta.
Ainda mais diante do novo relatório da ONU sobre as mudanças
climáticas, que acusa as atividades humanas como causa dominante do aquecimento
global desde 1950. Segundo o relatório, há um aquecimento “inequívoco” do
clima. Os responsáveis pelo relatório compilaram provas físicas e pesquisas
científicas para concluir que há 95% de culpa nos seres humanos pela mudança de
temperatura.
Tudo isso contribui, entre outros, para o dramático
derretimento das calotas polares e a elevação do nível global dos mares.
Exatamente onde o Greenpeace está se manifestando com veemência e, como sempre,
sofrendo duras represálias de quem, sem nenhum escrúpulo, continua impávido sua
rota de destruição através do planeta. Força aí, Greenpeace!
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