segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ajuda aos refugiados é uma tarefa de toda a cristandade



A morte de mais de 100 pessoas no naufrágio do navio de refugiados no Mediterrâneo, no último dia 3 de outubro, causou indignação no meio eclesiástico europeu. “Trata-se de uma tragédia humana e política”, disse o dirigente da Câmara sobre Migração e Integração da Igreja Evangélica na Alemanha, bispo Volker Jung. Estou indignado, disse Junk, porque essas pessoas estavam à procura de um novo começo, buscando saída de uma situação que não lhes garantia mais a sobrevivência.

Segundo estimativas, todos os anos morrem mais de 1.500 pessoas em condições semelhantes no Mediterrâneo. “Esta não é uma tragédia africana ou italiana, mas é uma tragédia europeia”, disse Jung. “Não é admissível que refugiados tenham que submeter-se a gangues que fazem negócio com a desgraça alheia, só porque não existe outra saída. Nós temos que providenciar esta saída”, desafiou.

Esta não é uma tragédia europeia. É uma tragédia mundial e uma vergonha para a cristandade. Esta é uma tarefa para toda a cristandade. Não dá mais para assistir esse tipo de estupidez com a cara lavada da indiferença. A cristandade precisa buscar saídas para essa gente, que foge da fome, de perseguição, de falta absoluta de segurança para viver. São movidas pelo pânico e empurradas ao desconhecido pela esperança. Quando chegam ao sonhado destino, recomeça uma dramática rotina de sofrimento, rejeição, perseguição e ilegalidade. Isso não pode continuar assim! Apoio das Igrejas aos refugiados em todo o mundo, já! É um gesto humanitário.

E se nós aqui acreditamos que este não é um problema que nos afeta, lembro a realidade dos refugiados haitianos. Aqui mesmo, em Blumenau, tem haitianos trabalhando na construção civil, ajudando a erguer prédios onde orgulhosas famílias de classe média vão poder morar e sonhar. Esses haitianos são refugiados da fome e da miséria em seu país, destruído por um terremoto em 2010 e que foi esquecido assim que a tragédia saiu dos noticiários. 

Aqui entre nós há "refugiados" bolivianos e de outros países. Há também gente que vem fugitiva da fome e da miséria na África. E não esqueçamos os "refugiados" nordestinos, que vieram para a nossa região em busca de uma nova oportunidade, de um sonho por mais vida e pelo direito a vida digna. 

Acolher o estrangeiro, aquele que busca um teto, um lugar, um espaço para concretizar o seu sonho, é um dever bíblico. Pensemos nisso e não nos omitamos, afirmando que não temos nada com isso.

Lembrar dessa responsabilidade todos os dias é até um dever para nós, que somos todos descendentes de imigrantes alemães, italianos, poloneses, japoneses e de muitas outras nacionalidades que, por conta da falta de condições de sobrevivência em suas pátrias de origem, vieram ao Brasil para refazer aqui uma pátria digna para viver, construir seus sonhos e seu espaço de vida. Temos esta obrigação. De certa maneira, os nossos avós também foram refugiados.

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