A morte de mais de 100 pessoas no naufrágio do navio de
refugiados no Mediterrâneo, no último dia 3 de outubro, causou indignação no
meio eclesiástico europeu. “Trata-se de uma tragédia humana e política”, disse
o dirigente da Câmara sobre Migração e Integração da Igreja Evangélica na
Alemanha, bispo Volker Jung. Estou indignado, disse Junk, porque essas pessoas
estavam à procura de um novo começo, buscando saída de uma situação que não
lhes garantia mais a sobrevivência.
Segundo estimativas, todos os anos morrem mais de 1.500
pessoas em condições semelhantes no Mediterrâneo. “Esta não é uma tragédia
africana ou italiana, mas é uma tragédia europeia”, disse Jung. “Não é
admissível que refugiados tenham que submeter-se a gangues que fazem negócio
com a desgraça alheia, só porque não existe outra saída. Nós temos que providenciar
esta saída”, desafiou.
Esta não é uma tragédia europeia. É uma tragédia mundial e
uma vergonha para a cristandade. Esta é uma tarefa para toda a cristandade. Não
dá mais para assistir esse tipo de estupidez com a cara lavada da indiferença.
A cristandade precisa buscar saídas para essa gente, que foge da fome, de
perseguição, de falta absoluta de segurança para viver. São movidas pelo pânico
e empurradas ao desconhecido pela esperança. Quando chegam ao sonhado destino,
recomeça uma dramática rotina de sofrimento, rejeição, perseguição e
ilegalidade. Isso não pode continuar assim! Apoio das Igrejas aos refugiados em
todo o mundo, já! É um gesto humanitário.
E se nós aqui acreditamos que este não é um problema que nos afeta, lembro a realidade dos refugiados haitianos. Aqui mesmo, em Blumenau, tem haitianos trabalhando na construção civil, ajudando a erguer prédios onde orgulhosas famílias de classe média vão poder morar e sonhar. Esses haitianos são refugiados da fome e da miséria em seu país, destruído por um terremoto em 2010 e que foi esquecido assim que a tragédia saiu dos noticiários.
Aqui entre nós há "refugiados" bolivianos e de outros países. Há também gente que vem fugitiva da fome e da miséria na África. E não esqueçamos os "refugiados" nordestinos, que vieram para a nossa região em busca de uma nova oportunidade, de um sonho por mais vida e pelo direito a vida digna.
Acolher o estrangeiro, aquele que busca um teto, um lugar, um espaço para concretizar o seu sonho, é um dever bíblico. Pensemos nisso e não nos omitamos, afirmando que não temos nada com isso.
Lembrar dessa responsabilidade todos os dias é até um dever para nós, que somos todos descendentes de imigrantes alemães, italianos, poloneses, japoneses e de muitas outras nacionalidades que, por conta da falta de condições de sobrevivência em suas pátrias de origem, vieram ao Brasil para refazer aqui uma pátria digna para viver, construir seus sonhos e seu espaço de vida. Temos esta obrigação. De certa maneira, os nossos avós também foram refugiados.
Lembrar dessa responsabilidade todos os dias é até um dever para nós, que somos todos descendentes de imigrantes alemães, italianos, poloneses, japoneses e de muitas outras nacionalidades que, por conta da falta de condições de sobrevivência em suas pátrias de origem, vieram ao Brasil para refazer aqui uma pátria digna para viver, construir seus sonhos e seu espaço de vida. Temos esta obrigação. De certa maneira, os nossos avós também foram refugiados.
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