A morte do consagrado ator norte-americano Philip Seymour
Hoffman, no dia 2 de fevereiro aos 46 anos, causada por uma overdose de
heroína, chocou o mundo. Muitas pessoas foram testemunhas da batalha de
Hoffmann contra as drogas, uma inglória luta perdida.
Mas um choque maior ainda veio depois, e de dentro da
igreja. Sepultado segundo o ritual católico de encomendação, nos dias seguintes
muitos “cristãos” criticaram a legitimidade do cerimonial, uma vez que o apego
de Hoffmann à droga o tornaria um pecador digno de julgamento e, portanto, não
merecedor de um sepultamento como o que recebeu. Novamente a moral colocou os
pesos na balança.
Como estamos às voltas com o tema suicídio, não pude deixar
de fazer a dramática ponte entre nossa dor e tabus e o drama de Hoffmann. Segundo
esses moralistas, à semelhança do trato destinado aos suicidas no passado, a
morte do ator por overdose o tornaria quase um suicida. Talvez eu exagere, mas é
exatamente esta postura que vejo nos críticos do cerimonial que ele recebeu e
na falsa moral que o condenou ao limbo dos indignos.
Que Deus nos perdoe por nossa fé arrogante, moralista e injusta.
Maiores detalhes sobre o tema, em inglês, aqui.
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