Fazer justiça pelas próprias mãos está virando um procedimento aceito com naturalidade. Segundo Luiz Gonzaga Belluzzo, a origem dessa prática vem dos Estados Unidos, onde os massacres promovidos por uma só pessoa são quase uma rotina. Segundo Belluzzo, “há nos EUA um culto à violência e não é difícil perceber as razões. Suas origens estão na concepção peculiar do povo sobre algumas questões cruciais. A liberdade individual, por exemplo, está acima das conveniências sociais”.
Para Belluzzo, o cinema e a literatura americanos ajudaram a celebrar “a figura do cavaleiro solitário, aquele indivíduo dotado de uma coragem e um senso de justiça extraordinários, destinado a impor a ordem e a moralidade à sociedade corrupta e às instituições ineficazes”. Nos filmes de faroeste, por exemplo, quase sempre “o xerife é covarde, os juízes são corruptos e os bandidos, audazes”. No cinema moderno, este papel foi interpretado com maestria por Bruce Willis na série “Duro de Matar”.
Nessa forma de ver o mundo, o indivíduo é naturalmente bom, capaz de discernir entre o justo e o injusto, o certo e o errado, o bem e o mal, enquanto a sociedade e as instituições são corruptas. Também no Brasil tal visão está se tornando assustadoramente aceita. Um dado, por exemplo, que é largamente desconhecido e ignorado entre nós é que acontecem cerca de 500 linchamentos por ano no Brasil.
Para as pessoas que defendem a tese da soberania do indivíduo sobre o estado, “as instituições da sociedade, sobretudo o Estado, com suas instâncias de controle, suas leis ambíguas e seus métodos de punição insuficientemente rigorosos, vão transformando a Justiça numa farsa, num procedimento burocrático e ineficaz”, analisa Belluzzo. Para essa gente, “a sociedade está suja, contaminada pelo vírus da tolerância. Só o herói solitário pode salvá-la, consultando sua consciência, recuperando, portanto, a força da moral ‘natural’, aquela que Deus infunde no coração de cada homem”. Haveria uma espécie de “lei moral” inscrita na alma humana desde o princípio.
Segundo a premissa dessa gente, “ao vingador tudo é permitido. Até mesmo matar inocentes. Aliás, não há inocentes, porque os complacentes com o Estado corrupto são igualmente corruptos”.
Para Belluzzo, o cinema e a literatura americanos ajudaram a celebrar “a figura do cavaleiro solitário, aquele indivíduo dotado de uma coragem e um senso de justiça extraordinários, destinado a impor a ordem e a moralidade à sociedade corrupta e às instituições ineficazes”. Nos filmes de faroeste, por exemplo, quase sempre “o xerife é covarde, os juízes são corruptos e os bandidos, audazes”. No cinema moderno, este papel foi interpretado com maestria por Bruce Willis na série “Duro de Matar”.
Nessa forma de ver o mundo, o indivíduo é naturalmente bom, capaz de discernir entre o justo e o injusto, o certo e o errado, o bem e o mal, enquanto a sociedade e as instituições são corruptas. Também no Brasil tal visão está se tornando assustadoramente aceita. Um dado, por exemplo, que é largamente desconhecido e ignorado entre nós é que acontecem cerca de 500 linchamentos por ano no Brasil.
Para as pessoas que defendem a tese da soberania do indivíduo sobre o estado, “as instituições da sociedade, sobretudo o Estado, com suas instâncias de controle, suas leis ambíguas e seus métodos de punição insuficientemente rigorosos, vão transformando a Justiça numa farsa, num procedimento burocrático e ineficaz”, analisa Belluzzo. Para essa gente, “a sociedade está suja, contaminada pelo vírus da tolerância. Só o herói solitário pode salvá-la, consultando sua consciência, recuperando, portanto, a força da moral ‘natural’, aquela que Deus infunde no coração de cada homem”. Haveria uma espécie de “lei moral” inscrita na alma humana desde o princípio.
Segundo a premissa dessa gente, “ao vingador tudo é permitido. Até mesmo matar inocentes. Aliás, não há inocentes, porque os complacentes com o Estado corrupto são igualmente corruptos”.
O problema é que esse é o tipo de serpente mais venenoso que exista. Quando a volta se completa, a serpente morde o próprio rabo. Quem faz justiça pelas próprias mãos, pode acabar sendo vítima da teoria que defende. E este é o terreno fértil sobre o qual viceja o fascismo.
Olha, vejo que sou obrigado a concordar. Antes eu tinha um pensamento meio justiceiro. Nunca fiz justiça com as próprias mãos, até porque, como diz no texto, o indivíduo deve ser dotado de coragem para tal, coragem essa que me falta.
ResponderExcluirAnalisando dessa forma, posso acabar sendo vítima inocente de alguém que pensa dessa forma e tem a coragem para agir sozinho.