O recente episódio do “boato” sobre o fim do Bolsa Família
apresenta desdobramentos muito interessantes. O primeiro deles, obviamente, é a
incontrolável avalanche de críticos do programa, que segundo os conservadores,
transforma o Estado em instrumento paternalista e os pobres em inveterados
mendigos.
É interessante observar que, quando dois conservadores se
encontram, por qualquer motivo, o assunto invariavelmente vai acabar na
condenação ao Bolsa Família. Mas os argumentos, redundantes e cansativos, são
sempre os mesmos e, num mantra consagrado, acabam no dito popular preferido de todos
eles: “Tem que ensinar a pescar e não dar o peixe!”.
É interessante também observar que os que pensam assim são
todos ouvintes da CBN, dão Ibope à Globo, lêem Veja e, obviamente, citam
Alexandre “Gracinha” como referência em seus comentários. E foi justamente ele
quem ousou dizer que, embora não tivesse como provar, “pode ser que o PT
divulgou esse boato como um balão de ensaio para pôr fim ao Bolsa Família”.
Como dizia a ninfomaníaca Copélia de Toma Lá Dá Cá, “prefiro não comentar!”.
Na verdade, o fim do Bolsa Família é um sonho de consumo da
classe mérdia brasileira, da qual o Alexandre Gracinha não faz parte,
mas de quem se considera porta-voz supremo. Também é a promessa de campanha
(antecipadíssima!!!) da turma do Aécio, que pretende angariar votos com esse
tipo de aceno.
Mas, e agora chego ao principal desdobramento do episódio,
não tem ninguém com cacife no Brasil de hoje para acabar com o Bolsa Família.
Mais do que depredar agências bancárias e provocar tumultos em praça pública,
quem ousar pôr fim ao Bolsa Família no Brasil hoje vai se ver com o povo. E aí,
quem vai encarar? Aécio Neves? O PT? A classe mérdia? Pode acreditar, qualquer
um que tenha esta intensão: Acabar com o Bolsa Família é prejudicial à
integridade física e à saúde!
O mais sensato a fazer com relação ao programa – que aliás foi
criado por Fernando Henrique (pela saudosa Dona Ruth, por sinal!) e não por Lula! – é ampliar, melhorar,
incrementar e aperfeiçoar o Bolsa Família, para que, além de ser o maior
programa de distribuição de renda existente no mundo hoje, se torne também um
programa de inclusão e de erradicação da pobreza, com tudo, repito, TUDO o que
isso significa.
A falta de coragem de acabar com o programa Bolsa Família, é sem dúvida uma das coisas em comum entre governo e oposição atuais, pois a pessoa que fizer isso pode se considerar um suicida político. Contudo a maneira que este programa, que foi muito bem desenvolvido, está sendo gerido é uma lástima.
ResponderExcluirO grande problema do Brasil não é um partido em exclusividade, e a oposição não resolverá os problemas crônicos econômico-sociais. Trata-se pura e simplesmente de herança histórica de falta de educação e do jeitinho brasileiro.
Dom João VI foi o único imperador da era napoleônica que não foi derrotado pelas tropas de Napoleão Bonaparte pelo fato de que ele fugiu para o Brasil, chegando primeiramente na Bahia e depois no Rio de Janeiro. Para que a realeza portuguesa que estava no Brasil conseguisse viver com as condições mínimas dignas de uma coroa, iniciou as vendas de títulos reais como, duque, duquesa entre outros. Essa foi a forma encontrada pelo imperador para não “descer do salto”.
Foi com pessoas com essa conduta à frente do Brasil, que ele vem se desenvolvendo desde o ano de 1808 até nossos dias.
Atualmente existem pessoas que estão no palácio do planalto e tem a audácia de dizer que não herdaram nada. Só lembrando que a propaganda do atual governo era o Fome Zero e o PAC, que não se ouvi mais falar, por pura falta de projeto sustentado na realidade do Brasil, ou seja, na teoria era lindo, mas na prática inconcebível.
Hoje, muito se discute inflação, taxa selic, rayolties do petróleo e bolsa família.
Parte da inflação seria confortavelmente controlada se o bolsa família fosse administrado com mais critério e fiscalização (que é outro grande problema, mas que serve de discussão para outra prosa).
A selic funciona ao contrário da inflação e vice-versa, então quando mais dinheiro o governo derrama no mercado (por meio do bolsa familia), mais os preços sobem, isso é inflação. Havendo a inflação, o governo é obrigado a aumentar a selic para controlar a inflação. Obviamente este não é o único fator, mas como está em discussão vale a reflexão, se o bolsa família fosse aplicado com qualidade, utilizando o conceito administrativo-financeiro da palavra, não teríamos a inflação nem a selic atual.
E pra complementar sobre os royalties, não nos enganemos que serão destinados a educação como o discurso vem sendo balbuciado pelo atual governo. O extinto IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), também tinha o objetivo da saúde e nunca chegou lá.
Giliardi Dorn
Administrador, Bacharelando em Teologia
Especialista em Ciência Política e Relações Internacionais
MBA em Gestão Estratégia de Negócios
Mestrando em Desenvolvimento Econômico
giliardi.nacional@hotmail.com
Você tem toda razão sobre os nossos políticos, Giliardi. O que me consola, sobre o Bolsa Família, é que ele ajuda gente humilde, sincera e bem-intencionada. Só o fato de 127 mil famílias terem declarado que não precisam mais do Bolsa Família porque ultrapassaram o limite máximo de renda familiar é uma lição de moral que os nossos políticos, de todos os partidos, jamais vão aprender. Obrigado por sua manifestação, Giliardi e um abraço do Clovis Lindner.
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