A terceira sessão
plenária da VI Assembleia Geral do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI)
foi interrompida na tarde de ontem pela leitura de manifesto redigido pelos
jovens participantes no evento. O documento expressa seu descontentamento com a
“quase nula participação jovem nas delegações que compõem a Assembleia”.
Martcelo
Schneider, Havana,
sexta-feira, 24 de maio de 2013 para ALC
O
debate sobre a participação efetiva de jovens em encontros
ecumênicos não é novo. Em pauta, o conflito entre servir como pessoal de apoio
nos eventos e a vontade de exercer maior protagonismo nos processos de tomada
de decisão. Um das causas mais agudas desse quadro está na baixa indicação de
delegados jovens por parte das igrejas que compõem esses espaços.
Dividido
em cinco pontos principais, o manifesto tem um forte tom de desabafo: “Parece
que nossa presença só é requerida para estabelecer alianças com agências de
cooperação, e não para o trabalho concreto”.
Jessica
Mora Romero, 26 anos, coordenadora da Pastoral de Juventude do CLAI, oferece
elementos para compreender o descontentamento dos jovens que representa. Ela
lembra que quando as igrejas receberam a convocação para a Assembleia, o CLAI
ressaltou a importância de que as delegações incluíssem jovens. “O que vemos na
plenária aqui em Havana prova que o resultado, mais uma vez, foi bastante
decepcionante”, afirma. Ela lidera um grupo de 43 jovens, dos quais 19 são de
diversos países onde o CLAI tem presença, que estão em Havana participando de
atividades ligadas à VI Assembleia.
Ao
contrário dos delegados e convidados da Assembleia, que estão hospedados no
hotel Habana Libre, onde acontece o evento, os jovens estão alojados nas
dependências de uma igreja de Havana. Esse cenário, segundo o manifesto lido em
plenária, acaba gerando um sentimento de distanciamento. O documento elaborado
pelos jovens afirma: “Não se trata do lugar, mas de que não se pratica a
igualdade que pregamos”.
“Temos
visões, projetos, ideais e sonhos, mas também o compromisso sério e decidido de
trabalhar com todas e todos vocês”, declararam os jovens. “Não queremos ser
servidos nem deixar de servir. Queremos igualdade”, concluíram.
A
Assembleia segue até o dia 26 com enfoques sobre o futuro do CLAI, seu lugar no
movimento ecumênico e perguntas sobre sua sustentabilidade.
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