Reproduzo aqui esta
análise de Bruno Paes Manso, do Estadão (O Estado de S.Paulo), sobre uma
tendência assustadora em nossa sociedade. Falei ainda na pregação de domingo passado sobre a banalização da notícia
ruim e o quanto isso nos contagia. A análise de Bruno Paes Manso faz pensar:
“É difícil tentar explicar a loucura ou a
irracionalidade. A crueldade em torno dos casos dos dentistas queimados se
aproxima do inexplicável. Mas por que duas ações tão bizarras se repetem em
menos de um mês? Se o primeiro caso parece se relacionar a algum tipo de
distúrbio sádico do autor do crime, o segundo já parece ser resultado de uma
espécie de contágio.
A repetição de escolhas trágicas por
imitação já foi abordada por Émile Durkheim na descrição dos casos de
sentinelas que se suicidavam na mesma guarita do acampamento militar de
Boulogne com tiros na cabeça. O suicídio se estancou depois que queimaram a
guarita.
Outros casos, como disparos em escolas
americanas e motoristas que dirigem para se matar em estradas na contramão,
também são exemplos de ações extremas que se repetem pela sugestão de tragédias
anteriores. A superexposição de fatos como esses pode contaminar e influenciar
escolhas.”
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