quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ministra negra italiana sofre xenofobia e racismo





Cécile Kyenge veio do Congo aos 18 anos para tentar a vida na Itália. Hoje ela é ministra de Integração e Políticas Juvenis da Itália. A crise econômica na Europa e o histórico fascista do país agora transformaram Cécile no alvo preferido da extrema direita para repetidos ataques racistas.

Ela já foi chamada de “orangotanga” e atacada com bananas. Depois de ser comparada a um macaco pelo vice-presidente do Senado italiano e membro do partido Liga Norte, Roberto Calderolo, Kyenge sofreu outra agressão no dia 26 de julho, quando militantes do movimento de extrema direita Forza Nuova atiraram duas bananas nela. Em sua página do Facebook, a conselheira da Liga Norte na cidade de Pádua, Dolores Valandro, sugeriu o estupro da ministra, sofrendo a imediata expulsão do partido e uma condenação judicial nos tribunais.

Cécile não se defende. Apenas lamenta. Diz que os ataques são mais fruto dos problemas financeiros na Itália do que xenofobia propriamente dita. Aos poucos, entretanto, ela está chegando ao seu limite. “Estes ataques contínuos e recorrentes da parte dos membros da Liga Norte já não são toleráveis”, disse durante a apresentação, em 30 de julho, do plano trienal de ação contra o racismo, a xenofobia e a intolerância (2013-2015).

Cécile Kyenge Kashetu (49 anos) é originária da República Democrática do Congo, onde cresceu numa numerosa família de 38 irmãos e irmãs nascidos de um pai chefe de tribo, católico, mas polígamo. Em 1983, aos 18 anos, ela conseguiu uma bolsa para estudar Medicina. Vivendo em um colégio de missionárias laicas em Modena e trabalhando como empregada doméstica, ela conseguiu formar-se e se especializou em oftalmologia. Casada desde 1995 com um engenheiro italiano, ela é mãe de duas filhas.

Em 2004, ela foi eleita conselheira provincial em Modena e responsável regional para as políticas sobre a imigração do Partido Democrático. Sete anos depois, participou da elaboração da Carta Mundial dos Migrantes. Em fevereiro de 2013, foi eleita deputada e logo em seguida assumiu o cargo de ministra.

Com informações do OPERA MUNDI

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