Este homem é médico. O Dr. Paulo de Argollo Mendes é
presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (SIMERS). Está no
comando da entidade classista há 15 anos e foi reeleito, mais uma vez, para
continuar no comando. Como toda a sua classe, com honrosas exceções, ele é
adversário aguerrido do programa Mais Médicos, que está trazendo médicos
estrangeiros ao Brasil, entre eles os especialmente odiados médicos cubanos,
que na opinião de Argollo são incompetentes e Têm formação deficitária.
Quem passa pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul
(Simers), que tem 15 mil médicos associados, nem precisa perguntar qual a
posição da entidade sobre a “importação” de médicos estrangeiros. O banner
cobrindo praticamente toda a frente do edifício-sede sede, em Porto Alegre,
fala por si só.
O próprio Doutor Argollo não deixa por menos: “Nós somos
frontalmente contrários à vinda médicos estrangeiros, é enganação, pura
demagogia. Se um médico estrangeiro cometer eventual barbaridade, quem vai
pagar? É uma insegurança absoluta para o próprio paciente. O governo quer
trazer médicos pela porta dos fundos, dispensando o Revalida. Eu fico achando
que eles são incompetentes, pois se não fossem, o governo não evitava o
Revalida. São médicos de segunda classe para tratar pacientes de segunda,
porque é assim que o governo enxerga os pacientes do SUS”.
Agora, a outra metade dessa história de incoerência e
associativismo classista, sem nenhum interesse com a saúde dos brasileiros. O
Doutor Argollo tem dois filhos. Os dois são médicos. Formados onde? Em Cuba!
Para que os diplomas deles fossem reconhecidos, ele confundiu o papel de pai
com o de presidente do SIMERS. O documento abaixo foi assinado por ele, para
dizer o que agora nega formalmente, no banner do sindicato que dirige:
Com este documento, os filhos de Argollo e dezenas de outros
médicos cubanos tiveram seu diploma reconhecido pelo Conselho Regional de
Medicina do Rio Grande do Sul sem o Revalida.
A pergunta final de Azenha joga toda a luta sórdida da
classe médica brasileira contra os médicos cubanos numa vala de descrédito: “Os
filhos de Argollo são médicos ‘importados’
de Cuba e tentaram entrar pela porta dos fundos, já que não queriam
validar o diploma no Brasil. Será que, em função disso, a priori, os filhos mereceriam ser
tachados de incompetentes e médicos de segunda classe, como o pai-sindicalista
tenta carimbar hoje os ‘estrangeiros’”?
Eis uma impressionante história que mostra o quanto
interesses de classe e particulares estão por trás da intransigência da classe
médica com o programa Mais Médicos. Esta história foi revelada pelo conceituado
jornalista da TV Record, Luiz Carlos Azenha, em seu excelente blog Viomundo.
Leia a íntegra da denúncia de Azenha aqui.
Pelo Face, a mãe dos filhos de Argollo afirma que “ninguém
escolhe pai. [Meus dois filhos] são socialistas e têm muito orgulho de ter
estudado em Cuba. Foi uma decisão que eu mãe dei todo apoio. Costumo dizer que
fiz medicina por duas vezes, com o pai e
com os filhos; não tem comparação, não porque são meus filhos mas porque Cuba é
sem duvida melhor”.
POIS é.......medicina também é religião....quer dizer...também funciona como religião, há preferências ideológicas, metodológicas, técnicas, enfim, não é tão "neutra" quanto se estima na academia médica... e por aí vão as diferenças médicas.... quem sofre mais ? os que dela precisam...seja brasileira, cubana, norte-americana, européia... ao entrarmos no mérito da questão é que perceberemos as dissonâncias...mas qual é o mérito ? quais as dissonâncias ? bom....esta é uma outra conversa.
ResponderExcluirOi Rubens! Quanto tempo! Um abraço!
ExcluirOI Clóvis.... é mesmo,, faz muito tempo que não nos vemos....minha última lembrança é da formatura...1978 ????? credo.........
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