sexta-feira, 9 de abril de 2010

A desnecessária repetição da crucificação

Filipina católica Mary-Jane Mamangun é pregado numa cruz como uma reencenação da crucificação de Cristo, na aldeia de San Juan, ao norte de Manila, nas Filipinas, em 02 de abril de 2010. (Getty Images)


Nas Filipinas atos de crucificação real transformaram-se em ritual santo e atração turística ao mesmo tempo. Em vista disso, as igrejas católica e protestante conclamaram o povo a abandonar esta prática e a expressar sua fé e sua penitência de outra maneira durante a semana santa.

“Se Jesus estivesse vendo aqueles que se auto-flagelam ou se crucificam a si mesmos, perguntaria a si mesmo ‘por que eles precisam fazer todas essas coisas se eu próprio já fui crucificado e morri pelo mundo e por toda a humanidade?’”, disse o rev. Rex Reyes, secretário-geral do Conselho Nacional de Igrejas nas Filipinas.

Ele se pronunciou depois que 27 penitentes, entre eles duas mulheres, se deixaram pregar em cruzes, em Manila, na quinta-feira santa. Segundo a polícia, cerca de 50 mil pessoas, turistas estrangeiros entre elas, assistiam ao bárbaro evento.

Os penitentes crucificados ignoraram a advertência dos bispos católicos para que não se ferissem desnecessariamente. “Há diversos outros caminhos para nos penitenciarmos dos nossos pecados”, disse o bispo Dinualdo Gutierrez.

Em sua mensagem de Páscoa, Reyes exortou os fiéis a meditar sobre a ressurreição de Jesus. Citando Gálatas 5.1, Reyes disse que a ressurreição dá à humanidade a esperança de “nunca mais ter que voltar a submeter-se ao jugo da escravidão”. Segundo ele, “nós não temos necessidade de re-encenar a crucificação”.

Antes, se espera que “vivenciemos a nossa fé defendendo a dignidade das pessoas em todos os tempos, não desperdiçando os recursos naturais do planeta, pagando salário justo aos trabalhadores, realizando serviço público livre de corrupção, promovendo justiça sem morosidade e não mais ensinando a guerra às nossas crianças”.

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