Três décadas depois, ninguém esquece. Está nas entranhas das nossas almas. Um selo definitivo, inapagável. Eu me lembro com um vínculo ainda mais especial. Esperávamos a nossa primeira filha, que nasceu dois dias depois, prematura de oito meses. A notícia nos paralisou diante da TV. Estávamos de luto, todos nós, como quem perde um irmão.
Mas não é só o maldito tiro de Mark Chapman que ninguém esquece. O que ficou na mente de todos, como uma trilha sonora da inconformidade, é a obra de John Lennon. Mother, Give Peace a Chance, Imagine, Power to the People... melodias que são narrações do modus vivendi de uma geração de jovens que queria transformar o mundo com as suas próprias mãos.
O seu espírito contestador – mais vigoroso aos 40 do que quando integrava a mais famosa banda de todos os tempos – incomodava. Ainda mais porque, em Nova Yorque, ele pisava diretamente no calo do Tio Sam com canções como Happy X-Mas (War is Over). Incomodava porque cobrava a paz para o mundo, enquanto Tio Sam investia fortunas na guerra do Vietnã, vergonhosamente perdida, e que marcou definitivamente os EUA até os dias de hoje.
Por conta da sua irreverência crítica, quiseram extraditá-lo e retirar dele a cidadania americana. Mas não houve tempo para isso. Por se recusar a permanecer um prisioneiro da própria fama, ele foi para as ruas, andava nas ruas, se expunha, participava de protestos e movimentos. Num tempo sem sites, nem blogs ou twitters, ele botava a cara famosa para bater.
Mas não é só o maldito tiro de Mark Chapman que ninguém esquece. O que ficou na mente de todos, como uma trilha sonora da inconformidade, é a obra de John Lennon. Mother, Give Peace a Chance, Imagine, Power to the People... melodias que são narrações do modus vivendi de uma geração de jovens que queria transformar o mundo com as suas próprias mãos.
O seu espírito contestador – mais vigoroso aos 40 do que quando integrava a mais famosa banda de todos os tempos – incomodava. Ainda mais porque, em Nova Yorque, ele pisava diretamente no calo do Tio Sam com canções como Happy X-Mas (War is Over). Incomodava porque cobrava a paz para o mundo, enquanto Tio Sam investia fortunas na guerra do Vietnã, vergonhosamente perdida, e que marcou definitivamente os EUA até os dias de hoje.
Por conta da sua irreverência crítica, quiseram extraditá-lo e retirar dele a cidadania americana. Mas não houve tempo para isso. Por se recusar a permanecer um prisioneiro da própria fama, ele foi para as ruas, andava nas ruas, se expunha, participava de protestos e movimentos. Num tempo sem sites, nem blogs ou twitters, ele botava a cara famosa para bater.
E num desses encontros do famoso com o incógnito, ele topou com Chapman. No dia 8 de dezembro de 1980 tombava, numa poça de sangue na calçada de Nova Yorque, o maior ativista pop que a humanidade já produziu.
A sua vida divide-se em dois períodos de uma década. É difícil determinar qual das duas foi mais marcante, mais definitiva, mais visceral. De 1960 a 1970 ele foi um dos gênios que integraram os Beatles. Nada mais é preciso dizer sobre esta década. De 1970 a 1980 ele foi John Lennon, a lenda. Há poucas personalidades no mundo que podem comparar sua história de vida como a dele.
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