A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (Unesco) escolheu, nesta sexta-feira (11), Frei Betto para receber o
Prêmio José Marti 2013. A premiação reconhece sua “contribuição à construção de
uma cultura de paz universal e a justiça social e os direitos humanos na
América Latina e no Caribe", de acordo com a organização.
A Unesco informou em comunicado que Frei Betto foi escolhido
após recomendação de um júri internacional. “"Frei Betto (Belo Horizonte,
1944) foi eleito por seu trabalho como educador, escritor e teólogo, por sua oposição
a todas as formas de discriminação, injustiça e exclusão e por sua promoção da
cultura de paz e dos direitos humanos", detalhou a organização.
Frei Betto é autor de mais de 50 livros traduzidos para
vários idiomas. Ele ingressou na ordem dos dominicanos aos 20 anos de idade,
quando estudava jornalismo. Durante a ditadura militar, foi preso duas vezes: a
primeira em 1964, que o levou a deixar a universidade, e a segunda entre 1969 e
1973, por colaborar com a organização guerrilheira Ação Libertadora Nacional
(ALN). Quando recuperou a liberdade, trabalhou durante cinco anos em uma favela
da cidade de Vitoria (ES).
Durante a década de 1980, foi consultor sobre as relações
Igreja-Estado de vários países. Na década seguinte, integrou o conselho da
Fundação Sueca de Direitos Humanos. Adepto à Teologia da Libertação e militante
de movimentos pastorais e sociais, foi assessor especial do ex-presidente Lula,
entre 2003 e 2004, e coordenador de Mobilização Social do programa "Fome
Zero".
A entrega do prêmio será no dia 30 de janeiro em Havana,
Cuba, durante a realização da terceira Conferência Internacional pelo
Equilíbrio do Mundo. A data marca o 160º aniversário do nascimento de José
Martí.
A premiação foi criada em 1994 e reconhece
"contribuições extraordinárias de organizações e de indivíduos à unidade e
a integração da América Latina e do Caribe baseada no respeito das tradições
culturais e nos valores humanistas". O último vencedor foi o analista
político argentino Atilio Alberto Borón, por sua contribuição à unidade e
integração dos países da América Latina e do Caribe e por sua contribuição ao
estudo e a promoção do pensamento do apóstolo da independência de Cuba.
(Fonte: Brasil de Fato)
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