Mais da metade das
mulheres latino-americanas já sofreram algum tipo de violência. Dados de um
relatório publicado ontem pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPS) revelam
que entre 17% e 53% das mulheres em doze países latino-americanos sofreram
violência física em algum momento, a maioria das vezes de seu cônjuge ou
familiar. Trata-se do mais extenso relatório já publicado sobre o assunto.
Em até 82% dos
casos elas sofreram ferimentos, como ossos quebrados, abortos involuntários ou
queimaduras. Segundo o relatório, entre 28% ou 64% dessas mulheres agredidas
não buscou ajuda nem falou com ninguém a respeito. O relatório da OPS compara
os dados de uma década de pesquisas sociais e sanitárias na região, a partir de
180 mil entrevistas.
Quando vemos esse
tipo de informação, logo imaginamos que esse tipo de covardia contra as
mulheres acontece majoritariamente entre famílias pobres e com pouca instrução.
Não tenho dados sobre isso, mas esta presunção é mais um preconceito.
A realidade é que,
quando uma mulher é agredida numa favela, a porta do barraco é a saída para a
rua, onde todo mundo ouve e vê o que está acontecendo. Numa casa de um condomínio
ou numa mansão, a privacidade é garantida e pouca gente fica sabendo quando uma
mulher é vítima de agressão. As paredes são grossas e o local da violência
geralmente fica entre quatro paredes muito bem escondidas. A garantia do
silêncio, nesses casos, geralmente é obtida por meio de chantagem ou mais
agressão.
Os dois modos de
agredir uma mulher, entretanto, são covardes e repulsivos. Nada justifica o uso
da violência na resolução de conflitos de qualquer ordem. O conflito faz parte
das relações humanas em todos os níveis. O modo de resolvê-lo, entretanto,
jamais deve ser baseado em gestos de violência ou atos de agressão. Combater a
violência doméstica e a agressão contra as mulheres é um dever de todos nós.
Quando ela acontece, deve ser denunciada. Quando ela se anuncia, deve ser
impedida. Quando se faz apologia dela, deve ser rechaçada com veemência. Diga não à violência contra as mulheres.
Obrigada por ajudar a divulgar essas informações e esses valores!
ResponderExcluirKaren