sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A periferia da vitória contra o fascismo na Segunda Guerra Mundial

Um dos períodos mais pesquisados da história do século vinte é o do nazismo e da segunda guerra mundial. Bibliotecas inteiras de livros a respeito, documentários e filmes a rodo e muita pesquisa acadêmica esmiuçaram cada ação e reação do maior conflito da história da humanidade.

Mas um excelente artigo da Deutsche Welle sobre uma exposição (mais uma!) relacionada ao conflito vencido pelos aliados (EUA, França, Grã-Bretanha e URSS), levanta um tema que quase não mereceu atenção dos pesquisadores. É, obviamente, aquele capítulo que fala das nações do terceiro mundo (pobre, subdesenvolvido e carente) e seu apoio aos aliados para garantir esta tão celebrada vitória. O artigo pode ser lido aqui.

O texto também mostra que outros lugares do planeta foram atrozmente bombardeados, além daqueles que estamos acostumados a lembrar. Por exemplo, em Manila, nas Filipinas, morreram 100 mil civis – ou seja, mais do que em Berlim, Dresden ou Colônia.

Também a herócia participação de exércitos de jovens pobres do mundo inteiro é ignorada pelos historiadores. A Índia ajudou o exército britânico com 2,5 milhões de soldados e os que lutaram sob a bandeira francesa eram negros e africanos em sua maioria. E toda esta história é esquecida, reprimida e até difamada.

Basta lembrar, por exemplo, que a participação dos nossos pracinhas que lutaram na Itália não raro é motivo de pouco caso, com frase do tipo "eles fincaram a bandeira brasileira no Monte Castelo quando a guerra já havia quase terminado". Mas muitos foram para lá com o coração pulando na boca de angústia e medo, deixando famílias desesperadas aqui no Brasil, torcendo por seus jovens meninos que ousaram heroicamente enfrentar o fascismo. Uma história esquecida, varrida para debaixo do tapete.

Bem cita a autora do artigo da DW, Sarah Wiertz: "A história é sempre escrita pelos vencedores. Pelos mais ricos, que dispõem dos meios para determinar suas pesquisas e o rumo das mesmas". Esta afirmativa do historiador africano Kum'a Ndumbe vale para tudo o que se lê sobre história, também em nosso país. Os verdadeiros heróis e as verdeiras heroínas que construíram o nosso país quase nunca aparecem nos compêndios e nos livros de história.

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