Mais um muro na história da humanidade. Desta vez, na Argentina. Por iniciativa de Gustavo Posse, intendente de San Isidro, na Grande Buenos Aires, foi iniciada a construção de um muro. O objetivo alegado: reduzir a delinquência. A grande verdade: o muro protege os ricos dos pobres. Protestos, polícia e gente com forte espírito de cidadania fizeram a história chegar aos noticiários e impedem a continuação da obra (foto).
Já na idade média os ricos cercavam seus suntuosos castelos com gigantescos muros. Benevolentes, do lado de dentro colocavam artesãos, sacerdotes, comerciantes, caserna e mais uma dúzia de “castas” bem escolhidas. Tudo para que o castelo fosse bem servido. O resto ficava do lado de fora dos portões, à mercê dos inimigos.
O muro é uma proteção. Mas, ao longo de toda a história da humanidade, serviu exclusivamente para separar pessoas. Quase sempre fica bem claro quem é quem e de que lado do muro deve ficar. O menor dos direitos que o muro toma é o de ir e vir. O muro exclui, separa, discrimina, isola, classifica (ato de separar por classes).
Conheci o muro da vergonha em 1988, um ano antes de sua queda. Cercava toda a parte ocidental de Berlim, bem no meio da Alemanha Comunista, que, por sua vez, era separada do resto do mundo ocidental por uma “cortina de ferro”, uma cerca eletrificada, minada e muito bem guardada por milhares de soldados e armas. É uma visão que não se apaga da minha retina. O muro físico caiu, mas ainda há muitos que o reerguem, separando as pessoas por ideologias e ideias.
Os muros físicos são muitos, como o de Berlim (que caiu), o que separa Israel da Palestina (o novo muro da vergonha) e, agora, este em Buenos Aires; ou outros menos famosos no Brasil, separando condomínios de luxo de favelas. Nossas casas estão muito bem muradas e cercadas. Protegem dos ladrões e invasores indesejados. Mas separam os vizinhos, que moram lado a lado por anos a fio e nem se conhecem.
Mas também há muitos muros simbólicos; imaginários, mas tão intransponíveis quanto os de concreto e arame. Há o de Wall Street (que também caiu), que separa os que têm o capital dos que sofrem as consequências do seu uso para o mal. Há o muro do isolamento internacional imposto pelos EUA contra Cuba; imaginário mas intransponível há 50 anos. E há também aqueles que erguemos em nossos corações contra as pessoas que detestamos, que queremos manter longe de nós por qualquer motivo.
O que fazer? Uma lembrança muito forte vem à minha mente, dos tempos do coral do Morro. Cantávamos um belíssimo negro spiritual, cuja letra dizia: “Joshua fit de battle of Jericho, and the walls came a tumbalin’ down”. Vale a pena ouvir (http://www.youtube.com/watch?v=gpzuwzzvoyq). As trombetas de Josué derrubaram os muros de Jericó. Que elas toquem diante de todos os nossos muros, para que sejam derrubados.
Já na idade média os ricos cercavam seus suntuosos castelos com gigantescos muros. Benevolentes, do lado de dentro colocavam artesãos, sacerdotes, comerciantes, caserna e mais uma dúzia de “castas” bem escolhidas. Tudo para que o castelo fosse bem servido. O resto ficava do lado de fora dos portões, à mercê dos inimigos.
O muro é uma proteção. Mas, ao longo de toda a história da humanidade, serviu exclusivamente para separar pessoas. Quase sempre fica bem claro quem é quem e de que lado do muro deve ficar. O menor dos direitos que o muro toma é o de ir e vir. O muro exclui, separa, discrimina, isola, classifica (ato de separar por classes).
Conheci o muro da vergonha em 1988, um ano antes de sua queda. Cercava toda a parte ocidental de Berlim, bem no meio da Alemanha Comunista, que, por sua vez, era separada do resto do mundo ocidental por uma “cortina de ferro”, uma cerca eletrificada, minada e muito bem guardada por milhares de soldados e armas. É uma visão que não se apaga da minha retina. O muro físico caiu, mas ainda há muitos que o reerguem, separando as pessoas por ideologias e ideias.
Os muros físicos são muitos, como o de Berlim (que caiu), o que separa Israel da Palestina (o novo muro da vergonha) e, agora, este em Buenos Aires; ou outros menos famosos no Brasil, separando condomínios de luxo de favelas. Nossas casas estão muito bem muradas e cercadas. Protegem dos ladrões e invasores indesejados. Mas separam os vizinhos, que moram lado a lado por anos a fio e nem se conhecem.
Mas também há muitos muros simbólicos; imaginários, mas tão intransponíveis quanto os de concreto e arame. Há o de Wall Street (que também caiu), que separa os que têm o capital dos que sofrem as consequências do seu uso para o mal. Há o muro do isolamento internacional imposto pelos EUA contra Cuba; imaginário mas intransponível há 50 anos. E há também aqueles que erguemos em nossos corações contra as pessoas que detestamos, que queremos manter longe de nós por qualquer motivo.
O que fazer? Uma lembrança muito forte vem à minha mente, dos tempos do coral do Morro. Cantávamos um belíssimo negro spiritual, cuja letra dizia: “Joshua fit de battle of Jericho, and the walls came a tumbalin’ down”. Vale a pena ouvir (http://www.youtube.com/watch?v=gpzuwzzvoyq). As trombetas de Josué derrubaram os muros de Jericó. Que elas toquem diante de todos os nossos muros, para que sejam derrubados.
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