Um casal de jovens egípcios dando um tempo em sua "ira islâmica".
Quem acompanha as notícias das últimas semanas sobre o que
vem sendo chamado de “a ira muçulmana”, tem a perfeita visão do inferno. A
grande mídia mundial, com as agências, jornais e revistas americanos na frente,
estão insistindo em mostrar intermináveis ataques a alvos ocidentais, por conta
de um filme de péssima qualidade, islamofóbico e repleto de clichês sobre o
Islã e o profeta Maomé.
Uma pacata família egípcia "pronta para atacar".
Quem, entretanto, busca ir um pouco mais a fundo em toda
essa questão, descobre que tudo não passa de um fogo alimentado com gasolina. O
‘hashtag’ #MuslimRage, no Twitter, deixa transparecer que, bem à moda do pastor
radical Terry Jones, que queimou o Alcorão no ano passado, tem gente nos EUA
empenhada em jogar mais combustível nessa fogueira, nem que seja para vender
jornal. A grande maioria da população islâmica vive um dia a dia pacífico e
distante da fúria que se propaga. As imagens deste post foram pescadas no site
gawker.com.
Elas demonstram que “a vida segue”, mesmo em meio a notícias que querem nos
fazer crer que o oriente é um barril de pólvora.
Uma piscina pública no Iraque, repleta de muçulmanos "radicais".
Uma conta bem simples é a primeira demonstração do que eu estou afirmando. As estimativas iniciais mostram que a participação nos protestos incendiários contra o filme envolve algo como 0,001 a 0,007 por cento da população islâmica mundial, que é de 1,5 bilhão de pessoas. Essa percentagem é uma fração minúscula se for comparada com os muçulmanos que realizaram os protestos da chamada Primavera Árabe.
Um casal iraniano planejando "atacar um alvo americano".
A grande imprensa também não faz nenhum esforço para mostrar que a esmagadora maioria dos protestos contra o filme foram pacíficos. Invasões de embaixadas e ataques violentos, com destruição de alvos americanos foram quase todas organizadas por um grupo da direita radical islâmica, chamado de movimento salafista, cujo principal objetivo é atacar e combater os islâmicos moderados em todo o mundo.
Um grupo de feirantes em Cairo, negociando perigosas "armas de destruição em massa".
A imprensa também não divulga que as investigações sobre o assassinato do embaixador americano na Líbia têm quase como certo que ele foi planejado pelos salafistas para coincidir com o 11 de setembro e, portanto, não tem nada a ver com os protestos contra o filme. Além desse ataque, e de outro promovido no Afeganistão por grupos radicais, até agora a massa de manifestantes não matou nenhuma única pessoa.
O filme, de má qualidade e de mau gosto, foi condenado por
todas as grandes lideranças mundiais, muçulmanas ou não, que também condenaram
os protestos violentos. Durante a visita do Papa Bento XVI ao Líbano, as
lideranças do Hezbollah participaram do sermão do papa e não fizeram nenhum
protesto contra o filme até que o papa deixasse o local. Ao contrário, eles
pediram por mais tolerância religiosa.
Bem, talvez devêssemos ainda realizar uma última análise
sóbria, desapaixonada e tentar, pelo menos, ser imparciais. As duas grandes
religiões do planeta são constituídas por uma ampla maioria de gente
civilizada, sóbria, tolerante e aberta ao diálogo. As duas grandes religiões do
planeta têm uma minoria radical que semeia o ódio religioso. Em ambas, esse
grupo não representa dez por cento.
Vamos deixar que os muçulmanos salafistas e os cristãos
fundamentalistas dominem o senário noticioso e nos levem a uma guerra sem
precedentes? Estou certo de que nem Deus, nem Alah, nem Jesus, nem Maomé aceitariam
uma guerra absurda desse tipo. Vamos nos deixar levar? O desejo da maioria é
pela paz. O sonho da maioria é por aceitação e respeito.
Olhe com carinho para essas fotos. Se você ainda acreditar em tudo que lhe dizem depois de vê-las, sugiro que visite o site acima e veja as outras fotos sobre a temida "ira islâmica".
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