Marcelo Gleiser é um astrofísico cada vez mais respeitado. Digo,
com muito orgulho, que ele é brasileiro. Pesquisa, leciona e reside nos EUA,
mas é um cidadão do mundo. Desde que eu li a sua obra “Criação Imperfeita”
(publicada no Brasil pela Editora Saraiva), sou fã e admirador de Marcelo
Gleiser. Além de seu vasto conhecimento, tem uma incrível facilidade de
comunicação, tanto nos seus escritos quanto nas narrações (como na série sobre
o Universo que ele apresentou exclusivamente ao público brasileiro no
Discovery). Ele também escreve regularmente na Folha de São Paulo.
Tenho muito respeito por Gleiser porque é um cara que despreza
a arrogância, tanto da ciência quanto da teologia. Reproduzo, abaixo, um trecho
de uma entrevista recente dele, à revista do Instituto Humanitas da Unisinos
(IHU). Ateus e fundamentalistas precisavam ouvir mais um cara como ele.
“Acho que Dawkins, Dennett, Harris e Hitchens pecam pelo
excesso, pelo uso da mesma retórica virulenta que criticam nos extremistas
religiosos. Todo fundamentalismo é, por definição, exclusivista e destrutivo.
Mesmo que muita gente ache que eles representam a posição da ciência, isso não
é verdade. Existem muitos cientistas que, mesmo sendo ateus ou agnósticos, não
adotam uma postura combativa em relação à fé. Esse tipo de atitude não só não
leva a nada como é filosófica e extremamente ingênua. Basta dar uma olhada mais
cuidadosa na ciência e em como ela funciona para entender que têm limitações
essenciais, questões que estão além do seu alcance. Isso não significa que as
pessoas de fé devam buscar Deus nos limites da nossa compreensão científica,
mas que os cientistas precisam ter mais humildade em seus pronunciamentos sobre
o que a ciência já compreende e o que é ainda mera especulação. Achar que todas
as questões podem ser reduzidas ao método científico é privar a cultura humana
de outros modos de compreensão. A realidade é bem mais rica do que isso.”
Você pode ler a íntegra do que ele disse à Revista do IHU,
aqui.
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