Susana Barrera, de El Salvador, publicou um texto no portal
de ALC Noticias que expõe a dificuldade principal da comunicação alternativa.
Duas páginas da internet pedem socorro para continuar existindo. Segundo Susana, os dois projetos enfrentam um mesmo desafio:
a sobrevivência publicitária.
O primeiro e o
Pax Noticias, cujo lema é “escrever
o que é justo”. Segundo Susana, “o site é tocado por um coletivo de
profissionais voluntários e busca a divulgação de novidades positivas num
contexto onde predominam as más notícias”.
O segundo é o Equilibrium, que tem por lema “Soma-te à diferença”, e surgiu em outubro de 2011 durante a
Depressão Tropical E12, que devastou várias regiões de El Salvador, para
publicar mensagens de otimismo. Sua prioridade é destacar as coisas positivas e
contar, o menos possível, o negativo, contrário ao resto de meios que lucram
com o negativo.
O alerta de Susana me fez lembrar da Novolhar. A revista da IECLB, mantida
pela Editora Sinodal – que na próxima edição chega ao número 50 –, também tem
muita dificuldade em captar publicidade. Com uma linha editorial semelhante, a
revista busca uma abordagem diferenciada dos temas da atualidade a partir da
confessionalidade luterana. Ao longo de uma década de circulação, Novolhar
granjeou admiração e prestígio entre os/as leitores/as e assinantes, mas em
dois terços desse período teve muitas dificuldades para permanecer sobre as
próprias pernas.
Como desabafo, no empurrão que Susana e sua notícia me deu,
afirmo que pouca gente quer saber de notícia boa ou ler coisa para pensar.
O que vende é falar de tragédia, de ônibus incendiado, de bandido
morto a bala e execução sumária, de assalto a banco e rebelião em presídio, de
pastor pedófilo ou padre devasso...
Também vende bem descer o pau no MST, nos movimentos sociais
e até na igreja... Guerras e violência nos países islâmicos também faz crescer o
capital de qualquer organização bem sucedida na área da comunicação.
Ou então, mulher pelada, BBB, Michel Teló ou Psy, música
cheia de coisa alguma e muita safadeza de duplo sentido, fingindo ser
sertaneja. Novelas que repetem à exaustão fórmulas antigas e velhas histórias
de muita traição e dramalhões recorrentes.
Também pode ser muita futilidade, ricos torrando seu
dinheiro ganho por meios desonestos, fofocas e intrigas sobre astros de ocasião
e sem talento algum; futebol ou rinha de galo, UFC ou a carnificina diária no
nosso trânsito.
Vale tudo, meu irmão... menos falar de valores e ideais, paz
e cidadania, fé e esperança. Isso tudo é uma grande bobagem. Afinal, o mundo é
assim mesmo e não há nada a ser feito. Além do mais, o povo quer é pão e circo!
Mas eu prometo: enquanto tiver forças, eu não me rendo!
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