terça-feira, 4 de setembro de 2012

O capitalismo é injusto e destrói o planeta




O moderador do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas-CMI, pastor Dr. Walter Altmann, classificou a ordem econômica mundial como socialmente injusta e ambientalmente destrutiva. Segundo Altmann, somente poucas pessoas privilegiadas beneficiam-se do capitalismo. A maioria das pessoas, entretanto, está excluída dos seus benefícios.

 As declarações do ex-presidente da IECLB foram dadas na Ilha de Creta, Grécia, onde o Comitê Central do CMI está reunido até amanhã (5 de setembro), para preparar a próxima assembleia geral do organismo, de 30 de outubro a 8 de novembro de 2013 em Busan, na Coréia do Sul. A assembleia terá como tema “Deus da vida, mostra-nos o caminho para a justiça e a paz”.

Para Altmann, a liberalização desobriga os mercados de capital de qualquer obrigação social, o que a torna imoral e irresponsável. “Aqueles que há anos alertavam para os riscos de um capitalismo sem rédeas tinham razão”, ponderou Altmann. A Grécia, que hospeda a reunião do CMI, está sofrendo as consequências da crise financeira e da dívida de modo devastador, exemplificou. 

“É claro que a Grécia também cometeu erros, mas um mercado sem limites e a especulação financeira criaram as condições ideais para introduzir a miséria na Grécia e em outros países”, concluiu.

Quem sofre as consequências dessa falta de controle não são os especuladores ou quem protagoniza este mercado, mas as pessoas simples. A fome, a pobreza e o desemprego em massa são os resultados desse caos financeiro, que afeta diretamente milhões de famílias em todo o mundo.

Numa pregação contundente no último final de semana em Kiel, na Alemanha, o teólogo Christian Führer convidou os cristãos a se engajarem ativamente na eliminação da economia capitalista do mundo. Segundo ele, o capitalismo não está preparado para o futuro e destrói o meio ambiente e as pessoas.


Por isso, é necessário criar uma nova forma de economia, que seja capaz de privilegiar a partilha. Nesse sentido, a tese de que não há alternativa para o atual sistema capitalista de mercado é inaceitável. É uma tese que não aposta na criatividade, na fantasia, no sonho da humanidade. Ela é comparável a o homem pré-histórico dizer que não há alternativa para a sua flecha com ponta de pedra. O capitalismo não está em condições de estabelecer um sistema econômico justo para o mundo todo, sem exploração de pessoas e de recursos.

5 comentários:

  1. "Segundo Altmann, somente poucas pessoas privilegiadas beneficiam-se do capitalismo. A maioria das pessoas, entretanto, está excluída dos seus benefícios"
    Essa frase carece de embasamento. lançada assim, arbitrariamente, o que seria 'poucas' e 'maioria'? De quantos estamos falando, afinal??

    Que existem injustiças é óbvio. Falar em encontrar alternativas, muita gente fala. Mas, só lançar essas críticas generalizadas e batidas vai ajudar em que? Isso aí todo mundo já sabe e e muitos repetem? Quem está de fato engajado em construir alternativas? Onde? Como?

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    1. Me desculpem! Deveria ter compartilhado antes este artigo:

      http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/filosofia-politica/os-pobres-nao-tem-qualquer-chance-fora-do-capitalismo/

      Ele foi também publicado na então coluna do Rodrigo Constantino​ na Veja.
      O artigo é de autoria do João Luiz Mauad e foi publicado originalmente pelo Instituto Liberal​.

      Outros dois artigos na mesma linha, igualmente excelentes, são:

      Pelo capitalismo, para os pobres
      www.mises.org.br/Article.aspx?id=1763

      Vamos debater as causas da pobreza!
      www.mises.org.br/Article.aspx?id=1956

      São artigos atuais, eles mostram bem a causa do fracasso do Brasil no momento atual, assim seguindo o fracasso da Argentina (Efeito Orloff), da Venezuela que se transformou em uma imensa Cuba.

      O Brasil já foi a 8ª Economia do mundo. Caímos para 7ª, e retornamos a posição de 6ª. Mas na maioria dos indicadores sociais estamos além da 100ª colocação.

      Se nos atentarmos para a relação entre causa e efeito, vermos que a nossa posição deve ser a de 118º colocado, pois é a posição que ocupamos no Heritage Index, e continuamos a cair.

      O triste é que as nações que estão nestas posições são também as mais violentas do mundo.

      Lendo ao artigo, a mim fica a certeza de que o argentino deve tomar alguns conselhos com alemão Joseph Aloisius Ratzinger, tal qual fazia o polonês, hoje Santo dos católicos, Santo João Paulo II (Karol Józef Wojtyła).

      Foram deles as palavras que resumem bem estes artigos:

      "Quando o interesse individual é violentamente suprimido, acaba substituído por um pesado sistema de controle burocrático, que esteriliza as fontes da iniciativa e criatividade”. (Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II)

      No caso brasileiro temos não apenas a burocracia de um modelo de economia planificada, onde a intervenção estatal ultrapassa limites. Temos o cidadão praticamente escravo, seguramente mais da metade escravo, pois esta é a a carga tributária se a ela somarrnos o imposto inflacionário.

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  2. Walter Altmann deve estar delirando, pois o capitalismo é ético. é no capitalismo que temos encontrado as melhores soluções para intereção entre o homem e o meio ambiente. Acaso ele desconsidera os passivos ambientais que o Leste europeu nos legou, ou o que ocorre na China, não em Taiwan, Hong Kong, Macau ou Singapura?

    Walter Altmann é o que podemos chamar de viúva do Muro de Berlin, um daqueles que perdeu o referencial na busca se seu "socialismo". Deveria ter algumas conversas com o Pastor Joachim Gauck, hoje Presidente da república Federal da Alemanha.


    O Pastor Walter Altmann não soube estudar economia, não se deu conta que em uma sociedade livre, a ordem econômica desempenha dois papéis: a liberdade econômica é parte da liberdade como um todo, constituindo um fim em si mesma; e a liberdade econômica é um meio indispensável à liberdade política, por seus efeitos sobre a concentração ou a dispersão do poder. O capitalismo competitivo é o tipo de ordem que, ao separar o poder econômico do poder político, permite o controle de um sobre o outro. Ele não se deu conta que aqui matamos uma charada fundamental para o uso racional dos recursos naturais, e eu repito, uso racional, pois em uma economia planificada, como a que ele defende, querendo impor o céu aqui na terra, desconsiderando a liberdade das pessoas, ele centraliza decisões políticas, que então levam a questão econômica a fazer uso dos recursos naturais a qualquer preço, foi assim na DDR, foi assim em qualquer país comunista ou socialista, e é o que ocorre na China, mesmo adotando um modelo capitalista, mas de Estado, não de mercado.

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  3. Sou especialista em gestão ambiental, implantei a ISO 14000 em muitas empresas, elaborei a Agenda 21 Local de uma série de municípios e ajudei na elaboração da Agenda 21 de Santa Catarina, e confesso, é a mentalidade anticapitalista que eleva custos e leva o cidadão a atuar na ilegalidade.

    A esquerda é sedenta para proibir, basta ver o debate sobre o Código Florestal, onde se queriam fazer da terra o céu. A esquerda, agora sem rumo, é sedenta para limitar, para nos impor a atuação do Estado, mas de um estado inchado, que não possui capacidade de atuação onde é e deve ser de fato a sua atuação, a justiça. Não podemos inchar a legislação, pois então ela não será exequível, não poderá ser executada e cumprida. Estaremos criando uma lei que será um desejo, mas que não será aplicável, ou se for aplicável, demandará um custo enorme ao contribuinte.

    Tendo em conta o Estado de Direito, um sistema judicial e um sistema de aplicação da lei (poder de polícia) têm de ser mantidos a um custo (recursos e tempo) menor do que as perdas esperadas decorrentes da má conduta de indivíduos, estejam eles agindo em nome de uma organização ou não. Se o custo de aplicação da lei é relativamente elevado, a lei será frequentemente desrespeitada. Se a administração é relativamente cara em tempo e recursos, regras, regulamentação, leis e contratos não serão observados. Nestas condições, as consequências para a sustentabilidade e para a estabilidade social, o crescimento econômico e o desenvolvimento de mercado são claras.
    Serão frequentes os conflitos entre os membros da sociedade, os incentivos para a preservação, onde aplicável, e para a produção sustentável serão precários, os privilégios serão destinados a pequenos grupos, ou grupos de interesse que sustentam a demagogia política, e bem-estar será reduzido e a insegurança jurídica será crescente.

    Toda ação do ser humano e dos animais no meio ambiente causa seus impactos, assim como no mundo econômico toda transação implica uma troca de propriedades, que também está sujeita a custos de transações. Quando os custos para se assegurar a sustentabilidade são muito elevados, principalmente decorrentes de uma legislação complexa ou que não observa o direito de propriedade, as regras não serão observadas, a legislação não será observada, ou podem ser inviabilizadas, ou se ocorrem, implicarão em um risco mais elevado para os agricultores, pecuaristas e uma infinidade de grupos sociais e econômicos que atuam próximas às nossas florestas ou no meio delas.


    Dificuldades na observação da lei tem o mesmo efeito que um desastre ambiental de proporções catastróficas. Também, dado o baixo custo para cometer crimes ambientais, como desmatar em áreas que devem ser mantidas sob proteção, poucos irão fazê-lo. É o que ocorre no campo econômico quando, dado o baixo custo para roubar ou furtar (pirataria por exemplo), menos pessoas vão comprar esse bem na expectativa de ter acesso a ele por roubo, descaminho ou falsificação.

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  4. Acaso não foi o que ocorreu quando se simplificou e se desonerou os produtos de informática, quem hoje opta por contrabandear um PC, um notebook ou netbook do Paraguai ou de Miami quando se pode adquirir um excelente produto no mercado nacional.
    Mas para entender esta questão, principalmente quando se torna a ecologia como se fosse uma questão política-ideológica.


    O problema econômico central é o de coordenar as ações de um imenso número de indivíduos, decorrente da divisão do trabalho e da especialização. O desafio de uma ordem liberal é conciliar essa interdependência econômica dos indivíduos com a liberdade individual.
    Só há duas formas de coordenar as atividades econômicas. Uma é o planejamento central, secundado pela coerção: é a técnica do Exército e do Estado totalitário moderno, que é a que o Pastor Walter Altmann defende. A outra é a cooperação voluntária dos indivíduos: a economia de mercado. É na economia de mercado que a criatividade humana, dom de Deus é colocada em curso. E aqui vale um alerta dado pelo Padre Karol Józef Wojtyła - Johannes Paulus II, quando alertava os teólogos latino-americanos, muitos alinhados com o pensamento do Pastor Walter Altmann, infelizmente, que se deixaram encantar por uma profanação, aceitando como verdadeiros conceitos e teorias socialistas, as quais inseriram no que denominaram de "Teologia da Libertação'. Em especial quando ele cita que quando "interesse individual é violentamente suprimido, acaba substituído por um pesado sistema de controle burocrático, que esteriliza as fontes da iniciativa e criatividade”.

    O Pastor Walter Altmann deveria rever seus conceitos, pois desconsidera que sempre que uma transação econômica é voluntária e as partes envolvidas estão informadas sobre o objeto da transação, ela resultará sempre em benefício mútuo para as partes, ou não ocorrerá. Pela troca, portanto, torna-se possível a coordenação sem coerção. A economia de mercado baseada na empresa privada, o capitalismo competitivo, está baseada na troca voluntária. Numa ordem social desse tipo, o consumidor é protegido da coerção de um vendedor pela competição entre os demais vendedores no mercado. O empregado é protegido da coerção do empregador pela competição dos outros empregadores, e assim por diante. E o mercado faz isso, de forma impessoal e automática, sem nenhum planejamento centralizado.
    A existência de um mercado livre não elimina a necessidade do Estado. Ele é essencial para determinar as “regras do jogo” e para interpretar e fazer valer as regras estabelecidas. Dadas as regras do jogo, o papel do mercado é reduzir o número de questões que devem ser decididas pelo processo político e minimizar a participação do Estado no jogo. É neste contexto de coerção, mas de uma coerção legítima que nasce o consenso, de como o Estado regula a questão da atividade econômica, a produtiva em especial, com as questões ambientais.

    E eu como disseminador de práticas de gestão, confesso, o grande mal não está no capitalismo, mas no fato de aceitarmos o desperdício, como o dos alimentos, onde perdemos no Brasil mais de um terço do que é produzido, e segundo a ONU no mundo, mais da metade.

    E o discurso do Pastor Walter Altmann muitas vezes se insere na mesma linha daqueles que o Padre Paulo Ricardo chama de “Teólogos da Corte”, o que é fato, infelizmente contaminando a nossa IECLB com sua ideologia “socialista”. Ou estou errado? Vejam: http://www.youtube.com/watch?v=eDi-IC0VZJo

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