Presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz, seguram diploma do Nobel.
Nesta segunda-feira, 10 de dezembro, a União Europeia foi
agraciada solenemente com o Prêmio Nobel da Paz, em Oslo, na Noruega. Para as
lideranças mundiais, um prêmio justo para uma instituição que derrubou todas as
fronteiras e construiu uma Europa unida em 60 anos, da qual participam 27
países. Por mais de meio século, 500 milhões de europeus vivem de esquecer as duas
guerras que arrasaram o continente. Para eles, o parlamento em Bruxelas
contribuiu decisivamente para esta paz.
Mas os críticos são muitos. Entre eles estão os que veem
crescer o interesse da UE em se meter em conflitos com os quais nada tem a ver
diretamente. Entre os críticos também estão os que veem uma hipocrisia nessa
premiação. O Nobel da Paz já laureou gente como Martin Luther King, Desmod Tutu
ou Adolfo Perez Esquivel. Mas também lembrou de Henry Kissinger e Barak Obama,
dois notórios homens da maior nação que promovem as guerras.
A grande verdade é que o Nobel é uma instituição em franca
decadência e voltada a muita pompa. Não há muito o que comemorar, nem mesmo na UE,
onde recrudesce a xenofobia e o extremismo de direita.
Nesse sentido, talvez, a premiação em Oslo seja mais uma
advertência do que uma premiação. Há muito medo de que a Europa perca o que
conquistou em 60 anos, por conta dessa crise econômica, que está trazendo à
tona o amálgama perfeito para fazer florescer o extremismo que jogou a Alemanha
no capítulo mais brutal de sua história, com o Nazismo. A Grécia flerta
abertamente com pensamentos excludentes, extremistas e xenófobos. Até mesmo na
Alemanha tem cada vez mais gente escrevendo, dizendo ou só pensando o que ainda
não ousa dizer, mas está acontecendo de novo.
Este Nobel da Paz para a UE é uma chamada: “Não percam o que
construíram com tanto sofrimento!” O risco, de fato, está cada vez mais
presente...
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