A ambição está dentro do ser humano, como parte da
sua alma. Trata-se de uma característica intrínseca. Mais do que um impulso
incontrolável, ela pode tornar-se uma desgraça. Por conta dela, nos
tornamos insensíveis, egoístas e sovinas. Por conta dela, somos ingratos. Quem
não agradece, não vê a necessidade do próximo. Obcecados pelos próprios
desejos, somos capazes de privar os outros do mínimo.
Leon Tolstoi conta a história de um homem a quem foi
prometida uma área de terra do tamanho que quisesse, desde que fosse capaz de
arar, em um só dia, um sulco ao redor da área pretendida. Ele começou bem cedo,
imaginando uma pequena fazenda, grande o suficiente para manter a sua família.
Na metade da manhã, entretanto, ele começou a achar
que a área pretendida era muito pequena para sustentar todos os sonhos que foi
construindo, enquanto segurava o arado. Julgou que devia ampliá-la. Passo a
passo, foi seguindo seus sonhos. Dizia que era para a família, que os seus
filhos comeriam melhor e sua esposa usaria roupas finas.
Ao meio dia os seus sonhos o tornaram impaciente.
Precisava de mais terra! Incita os cavalos, pois havia sulcos para abrir. Enquanto
sua mente sonhadora gira rapidamente, ele nota que o sol está descendo no horizonte
e dia estava acabando. Ele devia voltar ao ponto de partida ou iria perder
tudo! Em pânico, avança aos tropeços. Quando o sol chega ao horizonte, o marco
da chegada estava bem diante dele. Seu coração disparado acelerava a cada passo,
seu estômago começava a doer e seus músculos estavam endurecendo. Mas tinha de
chegar!
A ambição foi além de suas forças. A poucos passos
do fim, ele sucumbiu sob o esforço, caiu ao solo e morreu de ataque cardíaco,
sendo enterrado em um único pedaço de terra, que media apenas um metro e
oitenta por noventa centímetros. Jesus disse, certa vez: “De que adianta o
homem ganhar o mundo inteiro e destruir a si mesmo?”
(Obrigado, Euclécio)
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