Ontem, zapeando pela tv sem rumo em meio a tanta bobagem,
parei por alguns minutos no programa “Esquenta”, que tem Regina Casé como
apresentadora. Já faz algum tempo que considero este programa uma ilha de bom
senso em meio a tanta futilidade. Regina, em meio a muita música e convidados
das mais diferentes origens, consegue fazer um programa cheio de cultura, com
forte ênfase no combate à intolerância e à exclusão.
Ontem ela se superou. Convidou representantes das religiões,
num leque amplo que foi do candomblé a um padre, passando por um rabino judeu (que
disse coisas absolutamente ricas e profundas sobre a fé!), com cantores gospel
e gente bem-informada do meio artístico (como Carlinhos Brawn, por exemplo).
Regina conduziu o programa como um recorte perfeito contra a intolerância
religiosa.
Disse, entre outras coisas, que o Brasil sempre foi um país “da
paz”, em que se evita o confronto e o conflito. Que Deus ama a paz e se
manifesta de maneiras tão diferentes quando as igrejas evangélicas, o
catolicismo ou o candomblé, e que essas diferentes percepções de Deus devem ser
respeitadas. Lamentou que está surgindo um clima de confronto e de intolerância
entre as religiões, também no Brasil, mostrando dados concretos. Comentou cque infelizmente a religião tem
fomentado muita discórdia e até guerras. Não queremos isso aqui no Brasil, disse. Deus
é amor e respeito, antes de tudo. Deus é paz, não importa de que maneira cremos
nele ou como esta fé se manifesta.
São mensagens assim que precisam ser divulgadas. Parabéns a
Regina Casé por seu esforço na busca por um ecumenismo popular, de aproximação
e de aceitação das diferenças. Parabnes à Regina por promover o respeito e a
tolerância, a aceitação e a convivência. E ela não só falou, discursou ou
pregou. Ela praticou! Juntou as principais diferenças no seu palco e mostrou
quanta riqueza, quanto louvor, quantas mensagens ricas e belas sobre Deus se
manifestam nas diferentes maneiras de viver a fé. Gostei e aplaudo!
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