sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Uma visita indesejada


Uma carta do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs-CONIC ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, assinada pelo presidente, o pastor da IECLB Carlos Möller, e pelo secretário-geral, rev. Luiz Alberto Barbosa, critica a visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na semana que vem. Segundo a carta, as importantes relações comerciais entre Brasil e Irã não podem ser a única motivação para recebê-lo.

Os direitos humanos são o pomo de discórdia. “Como cidadãos brasileiros, ficamos extremamente preocupados ao testemunhar a aproximação do nosso país com um regime autoritário e perpetuador de graves violações dos direitos humanos, como o dirigido pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad”, diz o texto do CONIC.

A violação sistemática dos direitos humanos tem sido a regra no Irã, inclusive no campo religioso. “É um regime de profunda intolerância religiosa, em que cristãos, judeus e os seguidores da fé Baha’i, dentre outros, sofrem perseguições diárias, inclusive com ameaças que muitas vezes culminam em prisões e até mesmo em morte”, exemplifica o CONIC.

Uma temática urgente é proposta pela carta, no sentido de que os direitos humanos e a liberdade religiosa sejam parte dos temas abordados durante a visita de Ahmadinejad. “Uma vez que esta visita parece ser mesmo inevitável, esperamos que o Governo brasileiro não perca a oportunidade histórica de cumprir com o seu papel em defesa das minorias perseguidas e oprimidas pelo regime do Sr. Mahmoud Ahmadi­nejad”, reforça a carta.

O importante papel do Brasil no mundo é destacado pelo CONIC na carta, que afiança o apoio das Igrejas “para a construção de um Brasil cada vez mais justo e fraterno para todos”. Segundo o organismo ecumênico brasileiro, “o Brasil cumprirá bem e com eficácia o seu papel no mundo, se continuar defendendo os valores éticos e democráticos que não constam na agenda do atual presidente iraniano”.

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