quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Presidente tem que ser crente?



Uma nova batalha religiosa deu o tom típico e a cor do preconceito à campanha presidencial norte-americana. O atual presidente, Barack Obama, candidato democrata à reeleição, não é reconhecido por muitos americanos como sendo cristão. Preconceituosamente, o seu nome lhe rende o rótulo de muçulmano, embora seja cristão e já tenha afirmado isso durante a primeira campanha presidencial, há quatro anos.

 Ele vem reagindo de modo irritado, dizendo que não é ofício do presidente ficar defendendo a sua fé diante dos que dela duvidam e suspeitam que ele seja muçulmano. “Meu trabalho como presidente não inclui convencer o povo que a minha fé em Jesus é legítima e real”, dispara.

Já seu oponente do partido republicano, Mitt Romney, que é mórmon, evita mencionar isso com muita frequência, já que sua religião é encarada por muitos como uma seita pseudo-cristã. A religião tem tido um peso acentuado para os dois candidatos e seu posicionamento pode ajudar a decidir a eleição.

Segundo uma pesquisa, somente 49 por cento dos eleitores americanos consegue identificar Obama como cristão. Já mais da metade dos americanos sabe que Romney é mórmon, mas 30 por cento não acredita que a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, os mórmons, seja cristã.

“As pessoas perguntam muito sobre minha fé e o meu credo em Jesus Cristo. Creio que ele é o filho de Deus e o salvador da humanidade. Mas cada religião tem sua própria doutrina e história única. Isso não deveria ser base para crítica, mas um teste para a nossa tolerância”, defende-se Romney.

Os dois concordam que candidatos a cargos políticos deveriam ser julgados por seus atos e não por sua fé. Mas os dois também reiteram que a religião tem um papel decisivo em suas vidas.

Em qualquer parte do mundo, o eleitor condena quem é aberto e se declara pouco afeito à religião e aceita até a fachada dos que aparecem em festas de igreja e nos cultos só para aparentar uma vida religiosamente engajada. Mas a maioria não vai além da fachada, bem dentro da velha constatação de Jesus em relação às pessoas da sua época: sepulcros caiados. São branquinhos por fora e cheios de ossos e podridão por dentro...

Por isso, devia valer como um dos lemas também para o nosso pleito municipal deste ano: "religião não faz eleição". Seja tolerante com a opção religiosa dos outros. Esqueça o cisco no olho do outro e mire na trave que se aloja no seu próprio... Um bom espelho costuma resolver.

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