Uma nova batalha religiosa deu o tom típico e a cor do
preconceito à campanha presidencial norte-americana. O atual presidente, Barack
Obama, candidato democrata à reeleição, não é reconhecido por muitos americanos
como sendo cristão. Preconceituosamente, o seu nome lhe rende o rótulo de muçulmano,
embora seja cristão e já tenha afirmado isso durante a primeira campanha
presidencial, há quatro anos.
Ele vem reagindo de
modo irritado, dizendo que não é ofício do presidente ficar defendendo a sua fé
diante dos que dela duvidam e suspeitam que ele seja muçulmano. “Meu trabalho
como presidente não inclui convencer o povo que a minha fé em Jesus é legítima
e real”, dispara.
Já seu oponente do partido republicano, Mitt Romney, que é
mórmon, evita mencionar isso com muita frequência, já que sua religião é
encarada por muitos como uma seita pseudo-cristã. A religião tem tido um peso
acentuado para os dois candidatos e seu posicionamento pode ajudar a decidir a
eleição.
Segundo uma pesquisa, somente 49 por cento dos eleitores
americanos consegue identificar Obama como cristão. Já mais da metade dos
americanos sabe que Romney é mórmon, mas 30 por cento não acredita que a Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, os mórmons, seja cristã.
“As pessoas perguntam muito sobre minha fé e o meu credo em
Jesus Cristo. Creio que ele é o filho de Deus e o salvador da humanidade. Mas
cada religião tem sua própria doutrina e história única. Isso não deveria ser
base para crítica, mas um teste para a nossa tolerância”, defende-se Romney.
Os dois concordam que candidatos a cargos políticos deveriam
ser julgados por seus atos e não por sua fé. Mas os dois também reiteram que a
religião tem um papel decisivo em suas vidas.
Em qualquer parte do mundo, o eleitor condena quem é aberto e se declara pouco afeito à religião e aceita até a fachada dos que aparecem em festas de igreja e nos cultos só para aparentar uma vida religiosamente engajada. Mas a maioria não vai além da fachada, bem dentro da velha constatação de Jesus em relação às pessoas da sua época: sepulcros caiados. São branquinhos por fora e cheios de ossos e podridão por dentro...
Por isso, devia valer como um dos lemas também para o nosso pleito municipal deste ano: "religião não faz eleição". Seja tolerante com a opção religiosa dos outros. Esqueça o cisco no olho do outro e mire na trave que se aloja no seu próprio... Um bom espelho costuma resolver.
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